Um novo alerta europeu lançou a preocupação entre milhares de condutores: diversos automóveis vendidos em Portugal e no resto da Europa estão a ser chamados às oficinas devido a uma avaria inesperada no travão elétrico de estacionamento (EPB). O defeito, embora técnico, pode ter consequências muito sérias, uma vez que afeta diretamente a capacidade do veículo se imobilizar de forma automática em determinadas situações.
Segundo a plataforma oficial francesa RappelConso, trata-se de um problema de fabrico que, em alguns casos, impede o travão de estacionamento de se acionar quando deveria. Em cenários quotidianos, como desligar o motor, retirar o cinto ou abrir a porta, o sistema pode falhar. Embora o travão assistido (APB) continue operacional, existe o risco real de o carro se mover de forma imprevista.
O que está em causa
O alerta explica que o problema está no sensor de posição do atuador do EPB, que terá sido montado num ângulo incorreto. Este erro aparentemente simples pode levar ao mau posicionamento do pino de paragem (“P lock”), impedindo a ativação correta do travão. A falha não ocorre em todas as situações, mas a possibilidade de movimento inesperado é suficiente para justificar a campanha de recall.
Mais do que uma questão técnica, trata-se de um tema de segurança rodoviária que preocupa autoridades, fabricantes e consumidores. Basta imaginar o impacto de um veículo que desliza sozinho num parque de estacionamento ou numa rua em declive: não só o condutor pode ver a sua viatura danificada, como também existe risco para peões e outros veículos.
Quais os carros afetados
Os veículos identificados pertencem a duas marcas muito populares em Portugal. No caso de uma delas, os modelos envolvidos são: Austral, Captur II, Espace VI, Rafale, Scénic E-Tech e Mégane E-Tech. Já no caso da outra marca, o alerta foca-se no Dacia Duster, versão “Pays Grand Froid”.
De acordo com a documentação publicada, os carros afetados foram produzidos entre 10 de abril de 2024 e 16 de janeiro de 2025, embora esta janela temporal possa variar conforme o mercado ou o modelo específico.
Reparação gratuita para todos os clientes
As marcas garantem que todos os proprietários serão contactados diretamente e que a reparação será totalmente gratuita, incluindo peças e mão de obra. Para dissipar dúvidas, recomenda-se verificar o número de chassis (VIN) nos portais oficiais de recalls de cada fabricante ou contactar diretamente um concessionário autorizado.
Ao contrário de uma revisão ou manutenção normal, esta intervenção não tem qualquer custo e deve ser encarada como uma prioridade. Trata-se de um direito legal dos consumidores e uma obrigação do fabricante, sempre que um defeito pode colocar em causa a segurança.
Risco e medidas preventivas
Até que a intervenção seja realizada, os especialistas deixam recomendações claras, sobretudo em estacionamentos com inclinação:
- Acionar manualmente o travão elétrico, puxando o comando;
- Engrenar a posição “P” da caixa automática;
- Virar as rodas dianteiras para o lancil sempre que possível.
Estas medidas reduzem significativamente a probabilidade de movimento inesperado, embora o sistema de travão assistido (APB) continue a funcionar e a imobilizar o veículo.
Como funciona em Portugal
No nosso país, trata-se de uma campanha oficial do fabricante, gerida através da rede de oficinas autorizadas. Cabe ao proprietário agendar a intervenção, que não terá qualquer custo. Recorde-se que, nas inspeções periódicas obrigatórias (IPO), problemas nos travões podem levar à reprovação do veículo, ainda que não exista verificação direta sobre o cumprimento de recalls.
É importante sublinhar que ignorar um recall não só compromete a segurança como pode ter implicações legais em caso de acidente. Se se provar que um condutor circulava com uma avaria conhecida e não corrigida, a responsabilidade pode recair sobre si em tribunal ou perante a seguradora.
Porque não deve adiar a verificação
Este alerta reforça um ponto essencial: a segurança automóvel não pode esperar. Mesmo que o carro aparente funcionar normalmente, um defeito desta natureza pode surgir em momentos críticos e colocar vidas em risco.
Além disso, um recall não é uma mera formalidade: é o reconhecimento oficial de que existe um defeito de fabrico e de que este tem de ser corrigido. Só ao levar o carro à oficina é que o proprietário garante a atualização da viatura, com peças revistas e certificadas para eliminar o problema.
Adiar pode ser perigoso, avisa o Postal. Tratar da questão de imediato é uma forma de proteger não apenas o condutor e a sua família, mas também todos os que circulam diariamente nas estradas portuguesas.
Conclusão: um aviso que ninguém deve ignorar
Este caso mostra como até os veículos mais modernos, equipados com tecnologia de ponta, não estão livres de falhas inesperadas. A diferença está na resposta rápida: os fabricantes assumem a reparação sem custos, e os condutores devem fazer a sua parte ao verificar se estão abrangidos e ao agendar a intervenção.
A estrada não perdoa descuidos, e a prevenção é sempre o caminho mais seguro. Um simples gesto — consultar o VIN e marcar uma ida à oficina — pode evitar acidentes, poupar preocupações e salvar vidas.