Portugal entra numa nova fase meteorológica marcada por um arrefecimento brusco que promete transformar a semana num verdadeiro teste à resistência ao frio. Uma massa de ar polar, impulsionada pelo norte da Europa, avança para o território nacional e traz consigo temperaturas negativas, formação de gelo, geadas intensas e noites particularmente frias. O cenário muda de forma expressiva, mesmo após dias de instabilidade severa associados à depressão Claudia.
Os próximos dias exigem atenção redobrada, sobretudo para quem vive no interior Norte e Centro, onde o impacto do frio será mais agressivo. Este é o panorama meteorológico que moldará o quotidiano de milhões de portugueses.
Um arranque de semana com céu mais limpo, mas termómetros a cair
A semana abre com a presença dos últimos efeitos da depressão Claudia, responsável por aguaceiros fortes, inundações, quedas de árvores e vítimas mortais em várias regiões. Até segunda-feira, o interior Norte e Centro poderá ainda enfrentar episódios isolados de granizo e trovoada.
No entanto, a partir de terça-feira, o país entra num novo capítulo climático. A depressão dissipa-se e um anticiclone reforça a sua influência a oeste da Península, trazendo tempo mais estável, céu limpo e ausência de precipitação. Mas esta aparente bonança traz um contrapeso poderoso: a chegada iminente de ar polar profundamente frio.
Terça-feira: o frio começa a instalar-se
A madrugada de terça-feira amanhece com neblina e nevoeiro no Alto Minho e em zonas elevadas de Trás-os-Montes.
As temperaturas máximas mantêm alguma suavidade, mas já com tendência para descer:
- 17 a 19 ºC na faixa costeira
- 14 a 17 ºC no interior
As mínimas, porém, começam a contar outra história, descendo para valores na casa dos 10 ºC no litoral e significativamente menos no interior. É o sinal discreto de que o frio profundo está a caminho.
Quarta-feira: a massa de ar polar entra em força
É a partir de quarta-feira que o país sente verdadeiramente a chegada do ar polar marítimo, transportado por ventos intensos de norte. Os termómetros caem de forma mais vincada:
- Máximas entre 15 e 19 ºC no litoral
- Máximas entre 8 e 16 ºC no interior
- Mínimas entre 5 e 10 ºC na generalidade do país
- Valores entre -1 e 3 ºC em Bragança, Guarda e Castelo Branco
O frio será seco e cortante. O ar polar, ao atravessar os Pirenéus e a Cordilheira Cantábrica, perde grande parte da humidade, chegando a Portugal com características quase “siberianas”: seco, frio e penetrante.
Geadas generalizadas e nevoeiro persistente
A formação de geada será um fenómeno frequente, sobretudo em:
- Vila Real
- Bragança
- Viseu
- Guarda
- Baixo e Alto Minho
- Terras interiores de Trás-os-Montes
O nevoeiro matinal deverá marcar presença na Região Centro, no interior Norte, no Ribatejo, em zonas litorais e em áreas dispersas do Alentejo.
A precipitação será muito reduzida. Apenas algumas serras do Norte e Centro poderão registar episódios pontuais de neve, embora ainda com incerteza.
Sexta-feira: o pico do frio chega ao país
Se as previsões da Meteored se confirmarem, sexta-feira poderá ser o dia mais frio de toda a semana e um dos mais gélidos deste outono:
- Mínimas entre 0 e 5 ºC na maioria do território
- Valores negativos no interior Norte e Centro, sobretudo em zonas de altitude
Espera-se formação significativa de gelo e geada no Nordeste Transmontano, Beira Alta, Serra da Estrela, Alto Minho, Baixo Minho, Barroso, Alto Tâmega e em áreas interiores dos distritos do Porto, Aveiro e Viseu.
A sensação térmica deverá ser ainda mais baixa devido ao vento de norte, tornando as noites particularmente severas e exigindo especial atenção a idosos, crianças e pessoas vulneráveis.
Conclusão: uma semana que exige preparação
Portugal prepara-se para enfrentar uma das semanas mais frias desde o início do outono, marcada pela chegada de ar polar que poderá trazer temperaturas negativas e gelo a várias regiões. Quem vive em zonas altas ou no interior deverá reforçar cuidados, garantir aquecimento adequado e evitar deslocações noturnas prolongadas.
O país entra numa fase meteorológica que pede atenção, prudência e a consciência de que o frio extremo pode afetar a saúde, a mobilidade e até o funcionamento de equipamentos e veículos.




