Martim Moniz ficou para a história de Portugal, porque deu a sua vida para que D. Afonso Henriques pudesse alcançar mais uma vitória para o reino português.
Portugal conta com uma história de quase 900 anos. Um país com esta riqueza histórica pode vangloriar-se de ter diversos heróis. Muitos deles ficaram em destaque nos livros de história e são enaltecidos pelos seus feitos. Outros realizaram ações de grande relevância, mas não mereceram os mesmos créditos.
Em todas as batalhas, muitos heróis portugueses anónimos deram a sua vida por Portugal e morreram a combater por um país que não chegaram a ver prosperar. Há uma lenda curiosa que revela o espírito que muitos desses portugueses tinham. Faziam de tudo para defender o seu país.
Martim Moniz ficou para a história de Portugal, porque deu a sua vida para que D. Afonso Henriques pudesse alcançar mais uma vitória para o reino português.
Martim Moniz, o herói que deu a vida pela conquista de Lisboa
O rei
D. Afonso Henriques foi o homem mais importante da história de Portugal. Ele nasceu em Guimarães, no seio de uma família poderosa. Foi no dia 25 de junho de 1111 que ele nasceu, numa cidade encantadora que mais tarde se tornou conhecida como o “berço da nação”.
Os pais de D. Afonso Henriques foram D. Henrique de Borgonha e D. Teresa de Leão. O conde Henrique de Borgonha era de uma família real francesa, dos Capetos. Esta família era abastada e veio para a Península Ibérica com o propósito de participar na cruzada contra os mouros.
Após colocar-se ao serviço do rei de Leão e Castela, Afonso VI, Henrique mostra o seu valor. A proximidade criada com Afonso VI fez com que fique detentor do governo do Condado Portucalense (e casa com a filha do rei de Leão e Castela, D. Teresa).
O Condado Portucalense
O Conde D. Henrique foi combater numa cruzada no Oriente, era D. Afonso Henriques uma criança. Foi ferido nessa aventura, mas regressou dessa jornada. Porém, encontrava-se enfraquecido.
D. Teresa assumiu o governo de Portucale pouco tempo depois do regresso do Conde D. Henrique. Enquanto D. Teresa se ocupou do governo de Portucale, a educação de D. Afonso Henriques ficou a cargo da família do barão Egas Moniz.
O percurso de criança a jovem foi feito com grandes desenvolvimentos em diversas áreas. Ele encontrava-se desagradado com o rumo que D. Teresa deu ao Condado Portucalense, por ela continuar a prestar vassalagem ao Rei de Leão, Afonso VII, seu primo.
Superar a mãe
D. Afonso opôs-se à sua mãe e a todos os homens que a acompanhavam. Após vencer a mãe na Batalha de São Mamede (ano de 1128), D. Afonso Henriques assumiu a governação do Condado Portucalense.
O jovem D. Afonso Henriques assumiu o poder e procurou fazer do Condado Portucalense um Reino independente. No imediato, fez por conquistar mais território para o Condado Portucalense.
D. Afonso Henriques e os seus homens realizaram uma série de conquistas e asseguraram para o Condado Portucalense vários territórios localizados a sul.
A lenda de Martim Moniz
D. Afonso Henriques realizou um cerco ao Castelo de Lisboa em 1147. Nesse momento, foi ajudado por diversos cruzados que se dirigiam para a Terra Santa. O objetivo era conquistar esta fortificação aos mouros.
Segundo a lenda, um homem de nome Martim Moniz foi decisivo na investida realizada no dia 21 de outubro de 1147. Martim Moniz deixou-se entalar numa das portas do castelo de Lisboa, de forma a permitir a entrada dos sitiantes.
Herói
O nome de Martim Moniz está ligado a uma lenda. Este foi o homem que fez o sacrifício da sua vida, só para “ajudar” a conquistar Lisboa. Este corajoso cavaleiro morreu entalado para impedir que as portas do castelo se fechassem.
Martim Moniz foi decisivo na conquista de Lisboa, porque a sua coragem e o sacrifício da sua vida foram (ou terão sido) cruciais para permitir uma passagem. Os cavaleiros de Afonso Henriques aproveitaram para entrar e fazer história.
Verdade ou lenda
Embora a história venha de longe, não se sabe exatamente se o sacrifício de Martim Moniz é verdade ou lenda. Não existe nenhuma referência a este momento nos documentos da época, por isso os historiadores não podem comprovar a existência desta pessoa.
Certo é que esta personagem ficou como uma lenda. Seja uma figura real ou imaginada, Martim Moniz tornou-se numa figura lendária da história de Portugal. Atualmente, é possível encontrar o nome desse cavaleiro lendário junto à porta do castelo.
O que é certo e sabido
É um facto que Lisboa foi conquistada por D. Afonso Henriques aos muçulmanos no dia 21 de outubro de 1147. Nesse momento, o rei português contou com a ajuda de cavaleiros estrangeiros.
Nesse dia, a cidade de Lisboa cedeu a um cerco que havia começado a 1 de julho de 1147. Foram quase 3 meses… Será que foi mesmo à custa do sacrifício de Martim Moniz que o cerco acabou de forma positiva?
Reconhecimento: na Praça
Existem alguns monumentos que recordam esta figura. A Praça encontra-se no sopé do castelo de São Jorge. Ela homenageia este herói lendário. Foi-lhe atribuída o nome de Praça Martim Moniz. É a zona mais multicultural da capital.
Esta praça situa-se no bairro da Mouraria, perto do Rossio. Nela existe o maior número de etnias da cidade. A praça esteve meio esquecida durante muitos anos. Contudo, no ano de 2012, ela foi revitalizada.
Reconhecimento: no Metro
Em 1966, foi inaugurada uma estação (do Metropolitano de Lisboa) neste local. Mais tarde, em 1997, esta estação iniciou obras de remodelação. No âmbito do programa de beneficiação e expansão da rede, esta estação foi totalmente remodelada. As obras decorreram até 1999.
À estação foi atribuído o nome de Martim Moniz. O projeto arquitetónico foi da responsabilidade do Arq.º Paulo Brito da Silva. Já os artistas Gracinda Candeias e José João Brito foram os autores da intervenção plástica.
Curiosidade
Na gare desta estação, é possível ver um baixo-relevo que representa o entalar do corpo de Martim Moniz. No entanto, este “entalar” não acontece na porta do castelo, acontece na porta de uma carruagem do metro…
Existe uma dupla finalidade nesta iniciativa artística, que permite referenciar (e homenagear) esta figura lendária, Martim Moniz. No entanto, também serve para lembrar aos utentes do metro que é perigoso forçar a entrada nas carruagens, especialmente se tal for feito após o sinal de encerramento das portas…