Fique a conhecer uma curiosidade irresistível sobre a Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha. Um destino perfeito para descobrir a maldição do último Rei dos Visigodos.
As Aldeias Históricas de Portugal são destinos que asseguram grande tranquilidade. Muitas pessoas nas cidades vivem um quotidiano stressante (trânsito, deslocações, trabalho, problemas pessoais, familiares, entre outras razões). Por isso, sentem necessidade de descansar num local que transmita bons momentos, paz, calma.
As Aldeias Históricas de Portugal asseguram tudo o que se necessita. São o oposto das cidades, apresentam beleza natural e um património histórica fascinante. Estas aldeias proporcionam incríveis viagens no tempo com monumentos que contam muito sobre o nosso país.
Além disso, há mitos e lendas que enriquecem ainda mais estes locais. Uma dessas aldeias encantadoras é Idanha-a-Velha. Fique a conhecer uma curiosidade irresistível sobre Idanha-a-Velha, um destino perfeito para uma escapadinha de sonho.
A maldição do último Rei dos Visigodos no Centro de Portugal
A rede das Aldeias Históricas
Na região Centro do nosso país, encontram-se as famosas 12 Aldeias Históricas de Portugal. Estas aldeias proporcionam experiências memoráveis. São destinos fantásticos para uma escapadinha.
A sua localização, perto da fronteira com Espanha, fez com que ao longo da sua história estivesse sob ameaça. Estas aldeias serviram como pontos estratégicos para assegurar a defesa do reino português. Estas aldeias encontram-se em ótimo estado. O governo de Portugal fez questão de proteger o seu património histórico-cultural.
As 12 aldeias
As Aldeias Históricas representam o que de melhor há no nosso país a nível de turismo rural.
As 12 aldeias históricas são as seguintes: Almeida; Belmonte; Castelo Mendo; Castelo Novo; Castelo Rodrigo; Idanha-a-Velha; Linhares Da Beira; Marialva; Monsanto; Piódão; Sortelha; Trancoso.
Lendas das aldeias
É comum nas Aldeias Históricas contarem-se estórias sobre reis Visigodos, mouros e cristãos. As Aldeias Históricas de Portugal são bastante ricas em História. Foram vários os povos que passaram por ali.
No entanto, há também grande riqueza em lendas e mitos. Em Idanha-a-Velha, por exemplo, há muitas…
Idanha-a-Velha
A aldeia Idanha-a-Velha está situada no município de Idanha-a-Nova. Esta povoação encontra-se presente na Beira Baixa, na região do Centro. A aldeia que está localizada na margem direita do Rio Pônsul.
Atualmente, há menos de cem habitantes em Idanha-a-Velha. No entanto, neste território e nas proximidades encontram-se vestígios de diversas épocas civilizacionais.
A lenda
Em Idanha-a-Velha, há uma trágica lenda que encanta os seus visitantes. Ela centra-se no último Rei dos Visigodos. O Rei Wamba era o homem que reinava na Egitânia (como era conhecido o território que hoje conhecemos como parte de Idanha-a-Velha).
O seu reinado realizou-se entre os anos de 672 e 680. Este rei vivia num Castelo, que se encontrava às Portas de Ródão, na margem norte do Rio Tejo.
Atualmente, há nesse zona uma construção que é conhecida como o Castelo do Rei Wamba. No outro lado, na margem sul, era um Rei Mouro que dominava.
Uma paixão proibida
A Rainha do Rei Wamba e o Rei Mouro conheciam-se e apaixonaram-se. Eles aproveitavam a ausência do Rei Wamba para se encontrar. Ele partia frequentemente em caçadas e batalhas. Por isso, o casal dava liberdade à sua paixão proibida e namoravam sentados em cadeiras de pedra, cada um do seu lado do Rio Tejo.
O túnel
O casal morria de amores. O Rei Mouro decidiu escavar um túnel que passaria por baixo do Tejo. Um projeto louco que criou só para resgatar a sua amada.
No entanto, os seus cálculos não foram feitos na perfeição. Por isso, o túnel acabou por sair na escarpa sul, acima do nível da água. Apesar disso, o Rei Mouro conseguiu fugir com a Rainha (mulher do Rei Wamba) para o seu Castelo.
Reação
Entretanto, o Rei Wamba constatou a ausência da rainha, descobriu a traição da sua mulher e dirigiu-se ao Castelo Mouro, disfarçado de mendigo. No entanto, a Rainha reconheceu-o e denunciou-o ao Rei Mouro que quem se encontrava ali não era um mendigo.
Por isso, o Rei Wamba acaba por se preso. Reconhecendo a posição delicada em que estava, estaria às portas da morte, apenas pede um desejo. O seu desejo era tão somente o de soprar o corno que trazia consigo. O seu desejo final foi realizado.
O sinal
O Rei Wamba tinha uma estratégia: o soprar do corno representava um sinal para os seus soldados que aguardavam autorização para avançar sobre o Castelo Mouro.
Ora, dada a ordem, eles entraram com a intenção de trazer a Rainha de volta. Eles conseguiram cumprir a sua missão. Estando todos de regresso à Egitânia, houve espaço para castigo.
A condenação
A Rainha é julgada em tribunal e foi sentenciada, por ordem do Rei Wamba. A esposa do rei foi sentenciada a ser atada à mó de um moinho e a ser atirada a rebolar pela escarpa abaixo até ao Tejo.
No entanto, a Rainha, antes da sentença ser executada, apresenta-se furiosa e lança uma maldição àquela Terra. Segundo a lenda, é um facto que, por onde a mó passou com a rainha, nunca mais cresceu qualquer vegetação.
A origem
Idanha-a-Velha originou-se a partir uma cidade de fundação romana. Esta tornou-se sede episcopal sob domínio suevo e visigótico. Posteriormente, no século VIII, este território foi ocupado pelos muçulmanos.
Mais tarde, no século XII, Idanha-a-Velha é reconquistada pelos cristãos. Idanha-a-Velha é doada à Ordem do Templo no século XIII.
Riqueza
Este passado torna Idanha-a-Velha um destino com grande riqueza, apresentando um património rico e diversificado.
Existe um conjunto notável de ruínas, havendo no território e nas proximidades diversos vestígios de épocas distintas, de diferentes povos que se encontraram nesta Aldeia Histórica.
Por isso, tendo em conta este contexto, Idanha-a-Velha tornou-se num lugar de destaque das estações arqueológicas do país.
Exemplos
Neste território onde Idanha-a-Velha se encontra, está presente uma das maiores e mais representativas coleções epigráficas romanas de Portugal. Esta coleção foi recolhida em várias fases da exploração arqueológica do país.
O Arquivo Epigráfico encontra-se presente no quintal do antigo lagar de azeite. Só neste encontram-se 86 peças, das 210 peças que foram recolhidas na aldeia. Este espaço explica e contextualiza as peças expostas através de um percurso interativo onde a tecnologia desempenha um papel importante.
Por isso, vale a pena descobrir Idanha-a-Velha, uma aldeia cheia de misticismo.
Convite
Idanha-a-Velha é um local fascinante, um lugar onde tantos povos viveram e se apaixonaram. Logo, revela-se um destino memorável. Todos os que visitam esta aldeia ficam apaixonados pela beleza deste lugar devidamente protegido da azáfama do mundo contemporâneo.
Esta aldeia história apresenta-se assim como um destino perfeito para uma escapadinha de sonho, pois proporciona uma experiência encantadora, uma viagem no tempo que ficará para sempre na nossa memória.
Informação útil
Posto do Turismo
Morada: Rua do Lagar – 6060-041
Contactos: 277914280.
Horário: De terça a domingo das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.
Quer saber onde comer em Idanha-a-Velha ou nas proximidades?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas especialidades gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
Taverna Lusitana
Morada: Rua do Castelo, Nº19 6060-091 Monsanto, Monsanto 6060-091 Portugal
Contactos: +351 277 314 009
Casa da Velha Fonte na Casa da Amoreira
Morada: R. da Amoreira 1, 6060-041 – 6060-041 Idanha-a-Velha
Contactos: +351 963 664 600, +351 277 914 041, [email protected]
Mais informações, aqui.
O Fornvm dv Viriato
Morada: Rua do Castelo, nº19, 6060-091 Monsanto
Contactos: +351 277 314 009
Mais informações, aqui.
Restaurante Helana
Morada: Rua José Silvestre Ribeiro, 35, 6060-133 Idanha-a-Nova
Contactos: +351 277 201 095
Mais informações, aqui.
Adega Típica O Cruzeiro
Morada: Av. Fernando Ramos Rocha, Edifício Multifunções, 6060-091 Monsanto
Contactos: +351 936 407 676
Mais informações, aqui.
Quer saber onde pode dormir em Idanha-a-Velha ou nas proximidades?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Casa Das Jardas
Morada: Beira Baixa, 6060-109 Idanha-a-Nova
Contactos: [email protected] / +351 277 202 135
Mais informações, aqui.
Hotel Estrela Da Idanha
Morada: Avenida Joaquim Morão s/n, 6060-713 Idanha-a-Nova
Contactos: +351 277 200 500 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Monsanto GeoHotel Escola
Morada: Rua da Capela No. 1, 6060-091 Monsanto
Contactos: (+351) 277 314 061 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Pousada de Juventude de Idanha-a-Nova
Morada: Praça da República, 32, 6060-184 Idanha-a-Nova
Contactos: +351 277 208 051
Taverna Lusitana
Morada: rua do Castelo 19, Monsanto
Contactos: +351 277 314 009
A lenda é muito bonita. No entanto, a mesma “pertence” a Vila Velha de Ródão. Da queda da rainha pela encosta, surgiram as famosas Portas de Ródão. Recomendo o passeio à torre do Rei Wamba
Caros Márcio e Sílvia, lamento contrariar-vos (não no que se refere à lenda e ao seu interesse, que, como outras, testemunha as crises causadas nos reinos cristãos visigóticos da Península pela invasão pelos mouros, a partir da batalha de Guadalete, em 711, na qual o rei Roderico foi derrotado por Tariq).
Basta ver que o rei Wamba reinou entre 672 e 680 e, portanto, algumas décadas antes da chegada dos mouros à Península, em 711.
A lenda (documentada nos “Livros de Linhagens”, transcritos nos Port. Mon. Hist.) refere-se ao galego Rei Ramiro, sua mulher Aldora e ao mouro Aboazar Almoçadam e passou-se no Castro de Mahamuti (onde hoje fica o castelo de Gaia, ao cimo da íngreme Rua do Rei Ramiro).
Está documentalmente contada em “A lenda do Rei Ramiro”, de José Maciel Fortes, publicada em 1924, em separata de “O Instituto”, vol. 69.º, n.º 9.