Fique a conhecer a riqueza de um dos tesouros arqueológicos mais importantes do país. Conheça as Ruínas da Cidade e o Museu Monográfico de Conímbriga.
O nosso país tem um vasto conjunto de atrações imperdíveis, muitas delas ajudam a contar a história do nosso país que conta com quase 900 anos de história. No entanto, há uma série interessante de atrações que ajudam a compreender que existe uma longa história que antecede a fundação do reino de Portugal.
Uma das atrações mais populares deste género é Conímbriga. Fique a conhecer a riqueza do sítio arqueológico mais importante do país e conheça as Ruínas da Cidade e o Museu Monográfico de Conímbriga.
Um dos mais valiosos tesouros arqueológicos de Portugal
Localização
O sítio arqueológico de Conímbriga está presente na região centro, mais precisamente na freguesia de Condeixa-a-Velha, estando a meros 2km de Condeixa-a-Nova e a 16 km de Coimbra.
Este local encontra-se a pouco mais de 1h de viagem do Porto e a pouco menos de 2h de Lisboa. Para além das Ruínas da Cidade, também se recomenda que se possa visitar o Museu Monográfico de Conímbriga.
Reconhecimento
Conímbriga está classificada como Monumento Nacional (foi definida por decreto em 1910). É uma das formas de reconhecer a riqueza deste espaço.
Outra forma de constatar esse reconhecimento é valorizar os dados que se tem ao dispor. Esta autêntica maravilha arqueológica de Portugal é visitada anualmente por 100 mil pessoas.
História
As ruínas de Conímbriga consistem nos vestígios deixados em Portugal por uma povoação romana. Esta é a estação arqueológica mais importante do nosso país. Conímbriga foi a principal cidade na época romana da Península Ibérica.
Este território foi povoado desde tempos pré-históricos. No entanto, o sítio de Conímbriga foi ocupado pelas tropas romanas em 139 a. C. Esta cidade tornou-se na então próspera capital da província da Lusitânia.
É na segunda metade do século I a.C. que acontece a romanização de Conímbriga. Com a chegada dos romanos, a cidade de Conímbriga prosperou.
A cidade de Conímbriga encontrava-se entre duas cidades romanas importantes, Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga). Este território foi ocupado pelos romanos em 193 a.C. No entanto, há estudiosos que defendem que a primeira ocupação humana no local seja mais antiga, que remonta a um castro de origem celta.
No século seguinte, a cidade cresceu urbanisticamente quando se encontrava sob o governo do Imperador César Augusto. No reinado do imperador Augusto, a cidade de Conímbriga realizou diversas obras de urbanização, destacando-se a construção de estruturas fundamentais à vivência do quotidiano de uma urbe romana, como o fórum, o anfiteatro e as termas, datam desta época.
Posteriormente, uma basílica de três naves era edificada no centro da povoação. A arquitetura doméstica de Conímbriga desenvolveu-se e renovou sobretudo entre os últimos anos do século I e o início do século III.
A sua arquitetura notabiliza-se pela edificação de insulae e de sumptuosas domus. Muito do encanto de Conímbriga reside precisamente nestas casas, que guardam as memórias do esplendor de outros tempos nas suas pedras.
Posteriormente, este território sofreu danos por via das invasões bárbaras que ocorram em 464. Os Suevos tomaram a cidade de assalto e destruíram parte da muralha. Esse assalto à cidade levou ao declínio de Conímbriga, que ficou deserta, pois os habitantes que restaram fugiram, tendo-se deslocado para Condeixa-a-Velha.
Os habitantes que restaram em Conímbriga tiveram na sua origem a fundação de Condeixa-a-Velha. Quando os Visigodos venceram os Suevos, Conímbriga perdeu o seu estatuto episcopal para a cidade de Emínio (Coimbra), que já apresentava melhores condições de defesa.
As ruínas da cidade
Foi no século XVI que começaram os primeiros contactos com o que veio a ser conhecido por ruínas de Conímbriga. No entanto, só no século XIX, começaram as primeiras escavações, mais especificamente em 1898.
As ruínas encontradas apresentaram um património arqueológico inigualável. Foi no ano de 1930 que as ruínas foram abertas ao público. Desde então que apresentam os vestígios deixados pelos romanos nesse território, que revelam muito do que foi a vida deste povo.
Apenas 20% de uma vasta área encontra-se a descoberto. Surpreendentemente, a maior parte da cidade permanece por escavar. Por isso, constata-se que se trata de uma cidade de grandes dimensões.
Contudo, essa pequena parte que já foi posta a descoberto permite testemunhar parte do que a cidade terá sido nessa época. É possível ficar a saber muito sobre os hábitos de vida e acontecimentos de épocas passadas através das evidências arqueológicas encontradas neste território.
Por exemplo, nestas ruínas foi encontrado um conjunto de edifícios extremamente valioso e complexo. Também foram encontrados diversos mosaicos polícromos e artefactos bastante reveladores que contribuíram para o acumular de dados compilados sobre este período histórico.
As escavações permitem obter conhecimentos relevantes que levaram a diversas conclusões sobre a cidade, sobre o fórum, sobre os templos, sobre as casas nobres, sobre as termas, sobre o sistema de distribuição da água, sobre um aqueduto (uma construção que percorre mais de 3.400 metros desde a sua fonte), e sobre restantes edifícios de relevo desta cidade romana.
O conhecimento que se obteve a partir das evidências encontradas nesta cidade romana permitiu que os arqueólogos tirassem algumas conclusões, nomeadamente:
- Conímbriga terá sido habitada entre, pelo menos, os séculos IX a.C. e VII-VIII d.C;
- A cidade teve origem num castro celta da tribo dos Conii, ainda na fase derradeira da Idade do Ferro.
Partes visitáveis das ruínas de Conímbriga
Em Conímbriga, há uma área que se pode visitar. Além disso, existe uma área que ainda está por explorar. A parte de Conímbriga que se pode visitar é extensa e compreende diversos locais, nomeadamente: o anfiteatro, o fórum, as grandes termas do sul, as termas do aqueduto, as termas da muralha, as casas, os edifícios e as ínsulas.
Museu de Conímbriga
Este museu foi criado em 1962. O Museu de Conímbriga dedica-se ao sítio arqueológico onde já se encontra inserido. Este Museu tutela as ruínas da cidade romana e apresenta uma coleção bastante diversificada, apesar de se cingir a objetos encontrados nas escavações de Conímbriga.
São diversos os artefactos encontrados nas escavações e que se encontram expostos no Museu Monográfico de Conímbriga.
Os materiais apresentados no museu apresentam a evolução histórica que vai do final do segundo milénio a.C até ao século VI. Ao todo, são explorados 31 temas que permitem ilustrar de forma satisfatória como era a vida dessa cidade, existindo diversos itens, como moedas ou objetos cirúrgicos.
Este espaço é constituído por quatro salas. Nestas salas, podem observar-se todas as evidências e artefactos encontrados nas descobertas arqueológicas. Além disso, podem ficar a conhecer-se algumas das conclusões a que esses artefactos permitiram chegar.
- Na primeira sala: o foco desta sala é a divulgação dos aspetos da vida quotidiana da cidade romana.
- Na segunda sala: o Museu dedica a sua atenção ao Fórum. O destaque vai, naturalmente, para a maqueta que se encontra no centro e que retrata o santuário de culto imperial (numa escala 1/50) que foi construído durante o último quartel do século I.
- A terceira sala: este espaço centra as suas atenções no ambiente elegante e requintado em que as esculturas “viviam”. O mesmo acontecia com os mosaicos e os fragmentos de estuques e frescos, elementos que retratam os lares das famílias abastadas.
- Na quarta sala: neste espaço, são apresentados alguns objetos religiosos (de origem pagã e cristã), dos habitantes de Conímbriga que revelam as respetivas superstições e do culto aos mortos.
Recomendação
Percorra a Casa dos Repuxos. Aproveite para se deleitar no belo jardim central. Este local preserva a estrutura hidráulica original com mais de quinhentos repuxos. Este espaço está rodeado por um magnífico conjunto de mosaicos figurativos.
Nestes mosaicos, há diversos temas explorados, nomeadamente cenas de caça, passagens mitológicas, estações do ano, monstros, aves e animais marinhos.
Aproveite o momento para visitar as grandes casas de aparato, como a Casa de Cantaber (que se trata da maior da cidade), a Casa da Cruz Suástica (que apresenta os seus mosaicos geométricos), a Casa do Tridente e da Espada ou a Casa dos Esqueletos.
Posteriormente, transite por entre os edifícios de rendimento que se organizam em volta destas casas. Depois, suba as bancadas e os túneis do anfiteatro. Em seguida, percorra as três termas que se encontram espalhadas pela urbe.
Depois, ao pisar os mosaicos do fórum deixe-se levar pela imaginação. Faça de conta que está no centro político desta florescente cidade de outros tempos. Em seguida, faça uma visita ao Museu.
Neste espaço, poderá observar objetos encontrados ao longo dos muitos anos de escavações. Os vários locais deste espaço evocam a vida quotidiana da antiga cidade romana.
Fique a conhecer como era a vivência da religião. Conheça a arquitetura das casas nobres e a sua decoração. Saiba como era a vida no fórum.
O horário
Para visitar as ruínas e o museu de Conímbriga, tenha em conta o seguinte horário:
De segunda a domingo, das 10h às 19h.
Este espaço encerra apenas a 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.
Preço
A taxa de ingresso é de 4,50€.
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Informação Útil
Morada: Rua Professor Vergílio Correia, s/n 3150-220 Condeixa-a-Velha
Localização GPS: Lat: 40,098407 Long: -8,490475
Contactos: +351 239 949 110 / [email protected]
Como chegar?
Existe um fácil acesso de carro, através da IC3. Outros acessos rodoviários são: pela A1 e IC2 (saída Condeixa com sinalização Conimbriga), IC8 (acesso sinalizado) ou pela A13 (Tomar-Condeixa).