Numa madrugada que o mundo não esquecerá tão cedo, os céus do Irão foram rasgados por mísseis israelitas, marcando um dos episódios mais tensos e dramáticos das últimas décadas no Médio Oriente. Em comunicado oficial, os militares israelitas afirmaram que esta foi apenas a primeira fase de uma operação mais vasta, deixando no ar a ameaça de novos ataques, num tom que gela e inquieta.
Os responsáveis israelitas justificaram os bombardeamentos como uma ação preventiva, embora não existissem indícios imediatos de uma ofensiva iminente por parte de Teerão.
No entanto, os alvos escolhidos deixam claro o objetivo: minar profundamente o coração das ambições estratégicas do Irão. Segundo fontes militares citadas pela CNN, dezenas de locais espalhados pelo território iraniano foram atingidos, incluindo instalações relacionadas com o programa nuclear e as capacidades de mísseis balísticos de longo alcance — peças centrais na máquina de guerra de Teerão.
Os principais alvos e as consequências devastadoras
Entre os pontos atingidos, destaca-se a instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, descrita pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como “o coração do programa de mísseis balísticos do Irão”.
O ataque terá infligido danos severos numa das estruturas mais protegidas e simbólicas do regime iraniano.
Mas o impacto dos bombardeamentos foi para além das infraestruturas. A cadeia de comando militar do Irão sofreu um golpe brutal e inesperado. Segundo a comunicação social estatal iraniana, figuras de topo da defesa nacional perderam a vida na ofensiva:
- Hossein Salami, comandante-chefe da temida Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC);
- Mohammad Bagheri, chefe das Forças Armadas e número dois na hierarquia militar iraniana;
- Gholam Ali Rashid, major-general e um dos rostos mais influentes do IRGC.
A lista de mortos inclui ainda proeminentes cientistas nucleares: Fereydoon Abbasi, ex-chefe da organização de energia atómica, e Mohammed Mehdi Tehranchi, uma das mentes por trás do programa científico do país.
Para muitos analistas, a perda destes homens representa um abalo sem precedentes na espinha dorsal do poder estratégico do Irão.
As feridas abertas no coração das cidades iranianas
Para lá dos alvos militares, as imagens que emergem das cidades iranianas falam por si. Vídeos e fotografias mostram prédios em chamas, janelas estilhaçadas, o medo espelhado no rosto dos habitantes.
Em Teerão, um complexo residencial de alta segurança, Shahrak Shahid Mahalati, onde vivem comandantes militares e os seus familiares, foi parcialmente arrasado. Pelo menos três edifícios ruíram, transformando o bairro num cenário de devastação.
E os ecos das explosões chegaram a outras cidades: Isfahan, Arak, Kermanshah — todas elas com uma ligação ao complexo militar e industrial do regime, todas elas marcadas esta noite pelo som ensurdecedor da guerra.
O silêncio inquietante das potências globais
Enquanto o mundo assistia atónito ao desenrolar dos acontecimentos, os Estados Unidos apressaram-se a distanciar-se da ofensiva.
Marco Rubio, secretário de Estado, foi perentório: “Israel agiu sozinho. A nossa prioridade é proteger os nossos soldados no terreno.” Palavras que procuram evitar uma escalada ainda maior, mas que não escondem o nervosismo que paira sobre Washington e outras capitais ocidentais.
O mundo em suspenso
Os mercados reagiram de imediato ao clarão dos mísseis: as ações caíram a pique, enquanto o petróleo e os títulos refúgio dispararam. A incerteza sobre o que virá a seguir instalou-se, enquanto Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, alertava para o perigo real de uma crise nuclear, após a confirmação de que a central de Natanz fora atingida. “A situação é profundamente preocupante”, disse, num tom que denuncia o receio de um desastre maior.
Mais do que um ataque, um aviso
O ataque de Israel não é apenas um ato militar. É uma mensagem clara e brutal, dirigida ao Irão e ao mundo: a tensão no Médio Oriente entrou numa fase sombria e imprevisível. As próximas horas serão decisivas. A pergunta que ecoa em capitais de todo o planeta é apenas uma: até onde irá esta espiral de confronto?