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O verão chegou, os dias são mais longos e a vontade de partir em férias é maior. Mas enquanto uns fazem as malas, outros afinam os planos — os ladrões. E há um erro que continua a ser cometido por milhares de pessoas, todos os dias, em todo o país. Um erro simples, gratuito, e ainda assim ignorado: não fechar a porta à chave.
Parece básico, mas é precisamente neste gesto que está a fronteira entre a segurança e a vulnerabilidade. É essa a mensagem deixada por Anxo Martínez, serralheiro com mais de 15 anos de experiência, que tem testemunhado de perto os erros mais comuns que abrem caminho aos assaltos. E, segundo ele, muitos continuam a facilitar — sobretudo quando acham que “é só por uns minutos”.
Os ladrões não precisam de tecnologia — apenas da nossa distração
Vivemos rodeados de tecnologia de segurança: câmaras, sensores, alarmes inteligentes. Mas a verdade nua e crua é que a maioria dos assaltos continua a acontecer por causa de descuidos básicos. Segundo o especialista espanhol, os criminosos nem precisam de grande engenho: basta subir ao último andar de um prédio e testar, uma a uma, as portas que ficaram apenas fechadas sem o trinco.
É durante a manhã que muitos destes assaltos ocorrem. Quando se sai para o trabalho, ou apenas para o café da esquina, deixar a porta sem estar trancada é como deixar um convite em cima da mesa.
“Mesmo que tenha a melhor porta do mundo, se não estiver trancada, qualquer ladrão entra com facilidade.” — Anxo Martínez
O perigo invisível: a chave na parte interior da porta
Há um hábito que parece inofensivo, mas pode comprometer a segurança de forma grave: deixar a chave colocada do lado de dentro da porta.
Para muitos, é apenas uma comodidade. Para outros, uma questão de rotina. Mas esta prática impede que alguém possa abrir a porta em caso de emergência — como bombeiros, familiares ou vizinhos.
Pior ainda, se o cilindro da fechadura não for de dupla embraiagem, a porta fica completamente bloqueada por fora.
Já existem sistemas que permitem abrir a porta mesmo com a chave inserida no interior — uma opção especialmente recomendada para idosos ou pessoas com mobilidade reduzida.
Dar duas voltas à chave: mito ou proteção real?
Quantas voltas se devem dar à chave? Uma? Duas? Três? Muitos acreditam que dar mais voltas garante mais segurança. Mas segundo o serralheiro, essa é uma falsa sensação de proteção.
“Não há diferença entre uma ou duas voltas. Se o ladrão conseguir girar o cilindro, fá-lo-á com a mesma facilidade.”
A verdadeira solução está na instalação de duas fechaduras diferentes, de preferência com chaves distintas. E, claro, na qualidade dos materiais utilizados.
Portas blindadas e acorazadas: sabe mesmo qual tem?
O mercado está cheio de termos que confundem o consumidor: porta blindada, acorazada, reforçada… Mas nem todas oferecem o mesmo nível de proteção.
- A porta blindada é a mais comum em apartamentos. Tem estrutura de madeira, reforçada com alguma chapa metálica.
- A porta acorazada é feita totalmente de metal — incluindo o aro — mas pode ter acabamento em madeira para fins estéticos.
Contudo, uma boa porta não basta. É essencial que todo o conjunto seja coerente: um bom cilindro, um escudo de proteção resistente e uma instalação profissional.
As moradias são alvos mais fáceis — e menos protegidas
Fora das cidades, onde os ritmos são mais calmos e as ruas menos vigiadas, as moradias tornam-se alvos especialmente vulneráveis. O serralheiro é claro:
“Uma boa fechadura não serve de nada se entrarem por uma janela. Nestes casos, o problema está nas entradas secundárias.”
As janelas, portas traseiras ou entradas de garagem devem ser protegidas com a mesma atenção que a porta principal. Infelizmente, é aqui que muitos falham.
Alarmes, câmaras e sensores — valem a pena?
Os sistemas de alarme têm evoluído e são cada vez mais acessíveis. No entanto, ainda há quem os dispense pelo custo mensal do serviço ou pela complexidade da instalação.
Mas mesmo sem tecnologia de ponta, há um gesto simples, gratuito e incrivelmente eficaz, repetido várias vezes pelo especialista:
“Feche sempre à chave. Mesmo que vá só comprar pão.”
É uma ação que não custa nada, mas pode evitar um prejuízo de milhares de euros — ou a perda de objetos com valor sentimental incalculável.
5 conselhos simples de um serralheiro para manter a sua casa segura:
- Feche sempre a porta à chave, mesmo que saia por poucos minutos.
- Nunca deixe a chave colocada no interior da fechadura.
- Instale duas fechaduras diferentes e certifique-se de que ambas funcionam bem.
- Verifique o tipo de porta que tem em casa e, se necessário, invista numa mais segura.
- Reforce janelas e entradas secundárias, especialmente em moradias ou casas isoladas.
A segurança começa com pequenos gestos
As férias são tempo de descanso — mas só conseguimos relaxar verdadeiramente quando sentimos que a nossa casa está protegida. E, muitas vezes, essa segurança começa com decisões simples, de baixo custo e alto impacto.
Lembre-se: os ladrões procuram o caminho mais fácil. Se fechar a sua porta à chave, já está a criar um obstáculo, explica o Postal do Algarve. Se reforçar janelas, cilindros e fechaduras, estará a proteger tudo aquilo que construiu ao longo da vida.
Não espere pelo susto para agir. Porque quando o arrependimento bate à porta… já é tarde demais.
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