Nos últimos dias, um episódio insólito e de grande adrenalina captou a atenção de quem se encontrava no Sítio da Nazaré. Um homem com cerca de 70 anos, praticante de parapente, foi filmado a lançar-se da imponente falésia em direção à praia, num salto que deixou muitos de boca aberta.
A cena foi registada por uma mulher brasileira que, surpreendida com a ousadia do idoso, não conteve a sua reação. No vídeo, é possível ouvir o seu grito de espanto ao ver o homem precipitar-se no abismo, apenas para momentos depois, já com o aventureiro em pleno voo e próximo da praia, soltar um suspiro de alívio e exclamar: “Que maravilha!”. A mudança abrupta de emoção reflete o misto de medo e fascínio que um salto deste género pode causar.
Apesar da espetacularidade do momento, trata-se de uma proeza extremamente arriscada e ilegal. O lançamento de parapente a partir daquela zona é proibido devido ao perigo inerente, tanto para o praticante como para os transeuntes. A falésia da Nazaré, conhecida pelas suas vertiginosas escarpas e ventos imprevisíveis, já foi palco de acidentes trágicos. Em 2018, um homem alemão de 50 anos, residente na Suíça, perdeu a vida ao tentar o mesmo feito. A queda revelou-se fatal e serviu como um aviso para os riscos envolvidos nesta prática em locais não autorizados.
O episódio recente reacende o debate sobre a necessidade de maior fiscalização e sensibilização para evitar situações de risco extremo. Embora o parapente seja um desporto emocionante e libertador, deve ser praticado apenas em áreas devidamente homologadas e com todas as condições de segurança garantidas.
A Nazaré, famosa mundialmente pelas suas ondas gigantes, atrai aventureiros de todas as partes do mundo. No entanto, tanto no mar como nas alturas, desafiar a natureza sem as devidas precauções pode ter consequências fatais.
Vídeo: Tomar na Rede
Tragédia na Nazaré: Base Jumper alemão morre ao saltar de penhasco
Uma tragédia abalou a Nazaré na tarde desta sexta-feira, quando um homem de nacionalidade alemã, com 50 anos, perdeu a vida enquanto praticava base jumping, um desporto radical que consiste em saltar de locais elevados, como penhascos, pontes ou edifícios, utilizando um paraquedas que abre a baixas altitudes.
O acidente ocorreu na zona do Sítio, no norte da Nazaré, um local icónico e muito procurado por adeptos de desportos radicais devido às suas impressionantes falésias. A vítima, acompanhada por um grupo de outros base jumpers, lançou-se do penhasco numa tentativa de salto controlado. Contudo, algo correu terrivelmente mal. O seu paraquedas apenas se abriu a cerca de 25 a 30 metros da areia, uma altitude insuficiente para travar a queda e garantir um pouso seguro. Como consequência, o homem embateu violentamente contra as rochas junto à base da falésia.
O alerta para o incidente foi dado de imediato, tendo sido mobilizados os Bombeiros e uma equipa do INEM. As autoridades e os socorristas tiveram de escalar a falésia para chegar até à vítima, que foi posteriormente transportada para a praia. Apesar dos esforços das equipas médicas, que realizaram manobras de reanimação durante vários minutos, o homem apresentava ferimentos gravíssimos e encontrava-se em paragem cardiorrespiratória. O óbito acabou por ser declarado no local às 12h50.
Segundo declarações do comandante da Capitania do Porto da Nazaré, Paulo Agostinho, o base jumper alemão estava acompanhado por outros praticantes, incluindo um cidadão português que saltou ao mesmo tempo que ele, mas que conseguiu aterrar em segurança. O grupo estaria na região para explorar os desafios proporcionados pelas falésias locais, um destino que tem vindo a ganhar popularidade entre adeptos desta modalidade extrema.
O Base Jumping: o desporto radical que desafia a gravidade
O Base Jumping é um dos desportos radicais mais extremos e emocionantes do mundo. A sua prática envolve saltar de locais fixos, como penhascos, pontes, edifícios ou antenas, usando um paraquedas para aterrar em segurança. O termo “BASE” é um acrónimo das quatro categorias de estruturas a partir das quais se pode saltar: Building (edifícios), Antenna (antenas), Span (pontes) e Earth (terra, como penhascos e montanhas).
As origens do Base Jumping
Embora a prática de saltos de grandes alturas remonte a séculos atrás, o Base Jumping moderno começou a ganhar popularidade na década de 1970. Um dos pioneiros deste desporto foi Carl Boenish, um cineasta norte-americano que documentou alguns dos primeiros saltos e ajudou a desenvolver as técnicas de segurança essenciais para a prática. Desde então, a modalidade tem evoluído e atraído cada vez mais entusiastas em todo o mundo.
O risco e a adrenalina
O Base Jumping é frequentemente descrito como uma das atividades mais perigosas que alguém pode praticar. Ao contrário do paraquedismo tradicional, em que os saltos ocorrem a altitudes muito elevadas e há tempo suficiente para abrir o paraquedas de reserva em caso de emergência, no Base Jumping a margem de erro é mínima. A proximidade do solo significa que qualquer falha pode ter consequências fatais.
Apesar dos riscos, os praticantes deste desporto sentem uma atração irresistível pela adrenalina e pela sensação de liberdade proporcionada pelo salto. Muitos descrevem a experiência como um momento único de conexão com o presente, onde cada decisão e movimento podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.
O equipamento essencial
Os praticantes de Base Jumping utilizam equipamentos altamente especializados para garantir a máxima segurança possível. Entre os itens mais importantes estão:
- Fato Wingsuit (opcional) – Alguns base jumpers utilizam fatos com asas para aumentar o tempo de queda e permitir uma maior manobrabilidade no ar.
- Paraquedas específico para Base Jumping – Projetado para abrir rapidamente, devido à curta altura do salto.
- Capacete e fato de proteção – Essenciais para minimizar o risco de lesões.
- Altímetro e GPS – Para monitorizar a altura e garantir um pouso seguro.
A legalidade e a controvérsia
Uma das grandes questões em torno do Base Jumping é a sua legalidade. Em muitos países, saltar de edifícios ou outras estruturas sem autorização é considerado ilegal e pode levar a penalizações. No entanto, existem locais específicos onde a prática é permitida e até incentivada, como o Monte Brento, em Itália, ou o Parque Nacional de Kjerag, na Noruega. Alguns eventos organizados permitem que os atletas pratiquem o desporto em segurança e dentro da legalidade.
Base Jumping em Portugal
Embora o Base Jumping não seja uma modalidade amplamente praticada em Portugal, há locais que atraem aventureiros corajosos. Algumas falésias da costa portuguesa, como as da zona do Algarve ou da Serra da Arrábida, já foram palco de saltos épicos. No entanto, devido a questões de segurança e regulamentação, a prática ainda é limitada no país.
Conclusão
O Base Jumping é muito mais do que um desporto radical; é uma experiência transformadora que desafia os limites humanos e a própria gravidade. Para os que têm coragem de se lançar no vazio, cada salto representa um momento de pura adrenalina e liberdade. No entanto, a segurança deve ser sempre a prioridade máxima, e qualquer um que deseje aventurar-se neste mundo deve fazê-lo com preparação, conhecimento e respeito pelas normas e pelo ambiente onde pratica.
Seja para quem sonha um dia experimentar ou para quem apenas admira a ousadia dos que desafiam os céus, o Base Jumping continua a ser um dos desportos mais fascinantes do mundo das atividades extremas.