Na correria para o aeroporto, entre malas, documentos e relógios a correr contra o tempo, há um gesto essencial que muitos esquecem… e que pode transformar uma viagem low-cost num pesadelo inesperado. Na Ryanair, um simples erro de distração pode custar-lhe dezenas de euros antes mesmo de embarcar.
Milhares de passageiros já aprenderam isto da pior maneira: esquecer-se de fazer o check-in online. Parece banal, mas esta falha comum continua a penalizar viajantes desprevenidos em aeroportos de todo o país — especialmente em Lisboa, um dos principais pontos de partida da companhia.
Check-in online: a diferença entre voar por 20€… ou pagar o triplo
Segundo as regras da Ryanair, todos os passageiros devem fazer o check-in online entre 24 horas e até 2 horas antes do voo. É gratuito, rápido e essencial. Mas se chegar ao aeroporto sem o check-in feito? Prepare-se para abrir a carteira.
A taxa aplicada por fazer o check-in presencial no aeroporto ronda os 55 euros por passageiro. Sim, por pessoa. Tudo por um passo que podia ter sido feito no sofá de casa, com o telemóvel na mão.
Cartão de embarque: impresso ou digital, mas não se esqueça dele
Outro erro comum? Esquecer-se de levar o cartão de embarque — impresso ou na app da Ryanair. Se não o tiver consigo, a companhia cobra uma taxa de reemissão no balcão do aeroporto, atualmente a 20 euros.
Estes valores não são simbólicos — são penalizações reais, que muitos só descobrem quando já não há volta a dar. E, numa companhia de baixo custo, onde o preço base do voo pode ser inferior à tarifa de táxi até ao terminal, qualquer extra dói… e muito.
Bagagem: cada centímetro e cada quilo contam
Na Ryanair, o bilhete mais barato inclui apenas uma mala pessoal de dimensões reduzidas (máx. 40x20x25 cm), que deve caber sob o assento da frente. Uma mochila, mala de portátil ou saco pequeno — nada mais.
Se quiser levar uma mala de cabine com 10 kg, tem de pagar pela tarifa “Prioridade e 2 Malas de Cabine”, que também lhe garante embarque prioritário. Sem esta tarifa, tentar embarcar com uma mala de cabine comum pode sair-lhe caro: será enviada para o porão e cobradas taxas à porta de embarque.
As regras são claras, mas nem sempre são respeitadas — e é aí que mora o perigo.
Mala de porão? Sim, mas com atenção ao peso (e ao preço)
Quem precisa de mais espaço pode adicionar malas de porão de 10 kg ou 20 kg à reserva. Cada passageiro pode levar até três malas de 20 kg, mas atenção: o excesso de peso custa 11 euros por quilo extra, pagos no aeroporto. E há limites intransponíveis: nenhuma mala pode pesar mais de 32 kg ou ultrapassar as medidas combinadas de 80x120x120 cm. Malas fora destes parâmetros não são aceites, com raras exceções (como cadeiras de rodas).
Viajantes com bebés: regras especiais, taxas evitáveis
Se viaja com bebés (entre os 8 dias e os 23 meses), pode transportar gratuitamente dois artigos essenciais por criança, como um carrinho e um assento de carro. Embora os bebés não tenham direito a bagagem de cabine, pode levar uma mala de até 5 kg (45x35x20 cm), desde que viaje ao colo de um adulto.
Estes detalhes, muitas vezes esquecidos, fazem toda a diferença na hora de evitar despesas extra, refere o Postal do Algarve.
Medição de bagagem na porta de embarque: a última barreira
Se pensa em “arriscar” e levar uma mala ligeiramente maior, pense duas vezes. Na porta de embarque há medidores para confirmar o tamanho e peso das malas. Se não couber… vai para o porão — e paga.
É nesse momento que muitos passageiros, já com o bilhete na mão, se veem obrigados a pagar 60 euros ou mais por uma mala que ultrapassou os limites por meros centímetros.
Checklist essencial antes de sair de casa
Para evitar surpresas desagradáveis e custos desnecessários, eis a lista de verificação obrigatória antes de sair:
- Check-in feito online e com pelo menos 2 horas de antecedência.
- Cartão de embarque impresso ou disponível na app Ryanair.
- Mala pessoal dentro das medidas permitidas.
- Bagagem adicional paga antecipadamente, se necessário.
- Para quem viaja com crianças: equipamentos autorizados e dentro dos limites.
A própria Ryanair recomenda que todos os passageiros consultem a tabela de taxas atualizada, disponível no site oficial, para evitar surpresas desagradáveis no terminal.
Conclusão: Na Ryanair, distrações saem caro — e evitá-las é gratuito
Viajar com a Ryanair pode ser extremamente económico — desde que siga as regras à risca. A empresa construiu o seu modelo de negócio com base em tarifas base muito baixas e custos adicionais para quem não cumpre as condições.
O truque? Preparação. Informação. E atenção aos detalhes. Num mundo onde voar por 15 euros é possível, não vale a pena pagar 55 por um check-in esquecido.
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