Ao longo da nossa história, tivemos vários reis. Mas D. Carlos I tem uma biografia única. D. Carlos I, o rei que foi assassinado, tal como o seu herdeiro! Portugal conta com quase 900 anos de história, a contar a partir do momento em que D. Afonso Henriques assumiu o trono. Desde que “O Conquistador” fundou o reino, foram muitos os sucessores.
Foram mais de 30 os reis que reinaram Portugal, distribuídos por 4 dinastias. Ao longo dos séculos que se seguiram, muitos dos reis e rainhas demonstraram muitas particularidades interessantes. Muitos alcançaram feitos megalómanos, enquanto outros foram mais discretos. Este artigo centra-se em D. Carlos. Quer saber mais?
D. Carlos I, o rei que foi assassinado, tal como o seu herdeiro!
4ª Dinastia (Bragança)
D. João IV foi o rei que recuperou o Reino português, tirando-o das mãos espanholas da dinastia filipina, dos reis Filipes (I, II e III) que reinaram Portugal ao longo de 60 anos.
D. João IV, reinou entre 1640 e 1656, tendo ficado conhecido pelo cognome de “O Restaurador. O rei era filho de D. Teodósio II (7º Duque de Bragança) e de D. Ana de Velasco.
Da sua união com D. Luísa Francisca de Gusmão, nasceu D. Afonso VI, “O Vitorioso”. Este sucedeu a D. João IV e reinou entre 1656 e 1683, até ser sucedido por D. Pedro II, “O Pacífico”. Este foi o início da 4ª (e última) Dinastia que ficou conhecida como Dinastia de Bragança.
O fim da dinastia
Séculos mais tarde, D. Luís I chegou ao trono. Ele, que nasceu no dia 31 de outubro de 1838, e era filho de D. Maria II e de D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha, tendo ficado conhecido pelo cognome de “O Popular”.
Da sua relação com D. Maria Pia de Sabóia nasceu D. Carlos I, que veio a suceder a D. Luís I, depois deste falecer no dia 19 de outubro de 1889. D. Carlos I nasceu no dia 28 de setembro de 1863, em Lisboa. Ele ficou conhecido pelo cognome de “O Martirizado”. Ele reinou entre 1889 e 1908, tendo o seu reinado sido brutalmente interrompido, pois foi assassinado no dia 01 de fevereiro de 1908, em Lisboa.
O sucessor
Quem sucedeu ao trono foi D. Manuel II, que nasceu no dia 15 de novembro de 1889, em Lisboa. Era filho de D. Carlos I e D. Maria Amélia Luísa Helena de Orleães, mas só subiu ao trono por via do homicídio que matou o seu pai e também o seu irmão.
D. Manuel II, que ficou conhecido como “O Rei Saudade”, reinou pouco tempo, de 1908 a 1910. Foi o último rei de Portugal, tendo falecido em Twickenham, muito depois de deixar de reinar. D. Manuel II faleceu no dia 02 de julho de 1932.
Um problema político: o “Ultimato Inglês”
Os ingleses pretendiam um caminho-de-ferro a ligar a África do Sul ao Egito, enquanto Portugal pretendia ligar Angola e Moçambique, naquele que ficou conhecido como o Mapa Cor-de-Rosa, que desenhava novas fronteiras no Império africano.
Como a ligação Angola e Moçambique atrapalhava o plano inglês, os ingleses impuseram um ultimato aos portugueses: se se insistisse no “Mapa Cor-de-Rosa” que ligava os territórios entre Angola e Moçambique, haveria guerra.
Este mapa desenhado por Portugal e aceite internacionalmente ligava dois países que estariam sob administração de Portugal. Em 1890, o Governo da rainha Vitória fez um ultimato a Portugal. É preciso ter em conta que a Inglaterra era a grande potência dominante na época, portanto foi uma séria ameaça a Portugal.
O rei D. Carlos, que tinha sido recentemente coroado, protestou, mas não conseguiu fazer mais do que recuar. A população protestou, enquanto os republicanos aproveitaram o momento para defender que o acontecimento revelava a fraqueza da monarquia.
O contexto
O contexto era delicado. A capital portuguesa vivia um clima de grande tensão política. O reinado de D. Carlos foi marcado por acontecimentos que faziam adivinhar o fim da monarquia.
Assumiu a coroa, mas surgiu o caso do ultimato inglês que foi explorado pelos meios republicanos como um exemplo da fraqueza da coroa. O Ultimato Inglês, as revoltas no ultramar e a revolução republicana contribuíram para o enfraquecimento do reino.
Foram diversos os dirigentes republicanos detidos e havia ainda um novo decreto que autorizava a sua deportação. Apesar da governação ter sido entregue a João Franco, não houve salvação. Enquanto este tentou controlar os republicanos com mão de ferro, surgiram anarquistas e outras correntes políticas a planear uma revolução. Estes entranhavam-se na sociedade portuguesa de forma a materializar os seus intentos.
O trágico dia
O regicídio ocorreu em Lisboa, no momento do regresso, após uma estadia em Vila Viçosa. Na tarde do dia 1 de fevereiro de 1908, o Rei D. Carlos foi assassinado no Terreiro do Paço por anarquistas. Estes assassinos nem sequer pouparam a vida de Luís Filipe, o príncipe herdeiro que também foi assassinado pelos rebeldes.
Os anarquistas, que executaram o plano na perfeição, também foram mortos no local. Este acontecimento trágico fragilizou a monarquia. Apenas dois anos após este acontecimento foi proclamada a República. O governo de João Franco demitiu-se e todos os presos políticos foram libertados, entre eles os republicanos.
Gostaria de saber mais sobre 19 de Dezembro de 1961 quando Portugal perdeu o controle da Índia portuguesa,(Goa, Damão e Diu) devido a um golpe militar auquestrado pelo estado indiano
Um aluno da antiga 4° classe, não faria uma resenha tão simples de uma época que foi trágica para Portugal
há um erro crasso no texto:
“Este mapa desenhado por Portugal e aceite internacionalmente ligava dois países que estariam sob administração de Portugal.”
que países eram esses? ali não havia mais país nenhum que não fosse Portugal !
ali só havia Portugal, e não estava a administrar nada, estava de posse dos seus territórios !
Sim ligavam dois países, como poderiam construir linhas férreas entre Angola e Moçambique, sem passarem por a África do Sul, estariam então dois países ligados SIM.
Nasci como português em Timor 60 anos atrás. Consegui aprender a historia portuguesa apenas 4 anos (1970 – 1975). Gostei, gostava e gosto de le-las desde então até a data. Desde que via uma publicação histórica portuguesa (no Facebook), não deixo de ultrapassa-la sem lê-la