Descubra um animal incomum, de aspeto invulgar. O peixe-bolha é bastante inestético e é considerado o animal mais feio do mundo.
O peixe-bolha é um animal singular que, por norma, apenas habita as costas da Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia. Os animais desta espécie são encontrados em profundidades abissais. Os peixes-bolha não conseguem sobreviver quando são colocados num espaço mais próximo da superfície.
Ora, essas caraterísticas dificultam o estudo desta espécie bastante interessante. Apesar disso, não é raro muitos serem capturados em pesca de arrastão.
Saiba tudo sobre um animal incomum, de aspeto invulgar. O peixe-bolha é considerado bastante inestético…
Peixe-Bolha: Conheça o animal mais feio do mundo
A beleza
Normalmente, a beleza encontra-se nos olhos de quem a vê (e a fealdade também). Dos seres humanos diz-se que para cada tacho há um testo. Nos animais não há muito essa ideia. Animais como o panda são amados pelo mundo inteiro. Mas, e os animais feios?
O visionário
Simon Watt defende que os pandas recebem atenção excessiva. Há outros animais que não sendo tão fofinhos merecem ser protegidos. Por isso, decidiu criar a Ugly Animal Preservation Society, isto é, a Sociedade de Preservação dos Animais Feios (sim, parece que existe mesmo).
O biólogo e divulgador científico britânico tem como objetivo alertar a sociedade sobre a importância de preservarmos também outros animais. Os animais mais feios são negligenciados.
O surgimento da Ugly Animal Preservation Society acontece como uma forma irónica de Simon Watt tentar corrigir o facto de os animais mais belos serem ajudados, enquanto que os outros são esquecidos.
Defesa
Simon Watt defende: “Embora os invertebrados representem cerca de 79% da vida animal, eles são abordados apenas em 11% da literatura de conservação. Animais feios são menos propensos a serem pesquisados, muito menos protegidos. Esse viés taxonómico restringe a capacidade de identificar o risco de conservação e implementar respostas eficazes”.
Desta forma, com humor e com genialidade, Simon Watt consegue assegurar maior destaque para espécies menos protegidas. Ao dar visibilidade a outros animais, mesmo que mais feios, está a ajudá-los e a ajudar o planeta. Uma vez que todos os seres vivos devem manter-se e serem devidamente estudados pelo ser humano.
O concurso
A Sociedade de Preservação dos Animais Feio pretende defender este animal de aparência peculiar que corre risco de extinção. Pretende fazer o mesmo a outros animais do género.
Numa eleição realizada por esta sociedade, o Peixe-bolha foi eleito o animal mais feio do planeta. O peixe-bolha ganhou a votação com quase 10 mil votos. Para vencer o prémio de animal mais feio do mundo, superou a concorrência: outros bichos menos agraciados pela mãe Natureza.
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O peixe-bolha
O nome científico do peixe-bolha é Psychrolutes marcidus. Trata-se de um animal gelatinoso. A sua aparência não é nada simpática. Ele é um habitante das águas profundas que se encontram ao redor da Austrália e da Tasmânia.
O peixe-bolha encontra-se em áreas com mais de 1.200 metros de profundidade. Nestes locais onde ele vive, a pressão atmosférica é inúmeras vezes mais forte do que no nível do mar.
A sua alimentação basicamente cinge-se a caranguejos e lagostas e, por não possuir barbatanas bem definidas, é arrastado livremente pelas correntes.
Curiosidades
1 – O peixe-bolha não tem esqueleto
O peixe-bolha encontra-se em profundidades que variam entre os 600 e os 1,2 mil metros. Ora, esta realidade implica que estes animais fiquem constantemente expostos a uma pressão até 120 vezes superior à que se encontra na superfície da Terra.
Por isso, o seu corpo é completamente adaptado, de forma a poder suportar toda essa pressão. O peixe-bolha é formado por uma massa gelatinosa. Os ossos do peixe-bolha são muito finos e macios e não chegam sequer a formar um esqueleto.
2 – As fêmeas do peixe-bolha limpam os ovos, constantemente!
É comum ver espécies de peixes a proteger os seus ovos. Várias espécies fazem-no até que os ovos eclodam. No entanto, nenhuma dessas espécies revela ter o cuidado que o peixe-bolha tem.
As fêmeas do peixe-bolha não se afastam dos ovos. Estas fêmeas do peixe-bolha limpam os ovos com frequência. Enquanto protegem os ovos, as fêmeas do peixe-bolha podem ser vistas a limpar alguns poucos grãos de areia ou qualquer outro tipo de sujidade que os cubra.
3 – A eleição
Foi no ano 2013, que a Ugly Animal Preservation Society (Sociedade de Preservação de Animais Feios, em tradução literal) decidiu fazer uma votação pública. O objetivo era encontrar um animal bastante feio que ficasse como exemplo de um animal em perigo de extinção e que se tornasse numa mascote.
O peixe-bolha venceu o concurso, tendo sido eleito o animal mais feio. O facto do peixe-bolha, quando removido da água, se parecer com um prato de geleia mal-humorada certamente deve ter influenciado esse sucesso.
Entre os perdedores estavam animais como o macaco narigudo, a salamandra axolete, o papagaio kakapo e a rã titicata. O blobfish (um tipo de peixe-bolha) tornou-se a mascote da Sociedade de Preservação dos Animais Feios.
4 – No seu habitat, o peixe-bolha parece um peixe normal
Se fora da água o peixe-bolha apresenta um aspeto incomum, parece um ser alienígena irritado, no seu habitat natural a situação muda de figura. No seu habitat, parece-se com um peixe ósseo típico.
Tal só acontece devido ao ambiente onde se encontra, que é algo que exerce uma pressão tão forte sobre o peixe-bolha, que este animal comprime a massa corporal gelatinosa, apresentando uma forma estrutural.
Quando o peixe-bolha está fora de seu ambiente natural, a pressão da superfície não é suficiente para ele manter a estrutura corporal. Isso faz como que os peixes-bolha tenham essa forma tão incomum.
5 – Nunca foi estudado com vida
A maioria dos estudos sobre o peixes-bolha foi realizada com recurso a fotos do animal ou então o seu corpo foi analisado já morto. Como é impossível manter o peixe-bolha
vivo após este ser retirado do seu habitat, ele nunca foi estudado com vida.
É também impraticável (ou inviável) uma pessoa descer a mais de 600 metros de profundidade só para estudá-lo, por isso sabe-se muito pouco sobre o comportamento do peixe-bolha.
6 – Foi descoberto em junho de 2003
Os peixes-bolha são animais são bastante difíceis de serem encontrados. Até 2003 só havia um único registo da espécie. O primeiro espécime foi encontrado em 1983, por um navio de investigação que se encontrava na costa da Nova Zelândia.
Em 2003, o peixe-bolha foi fotografado e catalogado pela primeira vez. Esse momento aconteceu durante uma expedição em Norfolk Ridge, a noroeste da Nova Zelândia. Os cientistas acharam-no um animal interessante.
A criatura blobfish fascinou os cientistas que o batizaram de “Sr. Bolinha”. Atualmente, esse exemplar do peixe-bolha pode ser visto na Coleção de Ictiologia do Museu Australiano.
7 – Peixes-bolha não têm dentes
O seu corpo gelatinoso é indispensável para ele se encontrar naquelas profundezas. Os peixes-bolha não precisam de gastar energia para se movimentar. Por isso mesmo, eles não possuem a bexiga nadatória (trata-se de uma bolsa de ar que ajuda a manter o peixe flutuando e o auxilia a controlar onde o peixe-bolha fica na água).
O deslocamento do peixe-bolha é bastante semelhante ao de uma água-viva. Ele flutua na água e é levado consoante a corrente.
Apesar de apresentar uma aparência mal-humorada, o peixe-bolha não é um caçador. Aliás, o peixe-bolha nem sequer é capaz de morder. Ele flutua no fundo do mar até conseguir encontrar caranguejos e lagostas. Tratam-se de alimentos base da dieta do peixe-bolha.