Segundo o Chat GPT, não há casos registados de rutura de cabos sem que as redundâncias (dois ou três tipos de travões) tenham funcionado e evitado um desastre.
Eis as respostas que deu:
O Elevador da Glória, tal como os restantes funiculares históricos de Lisboa, é um exemplo brilhante de engenharia prática e engenhosa, que alia simplicidade ao mais elevado sentido de segurança.
Ao longo de mais de um século de funcionamento, este sistema tem garantido não apenas mobilidade a quem deseja evitar a íngreme subida da Calçada da Glória, mas também confiança absoluta na sua operação.
Apesar da tragédia recente, importa compreender que um funicular é projetado com múltiplos mecanismos de redundância, precisamente para que o risco de um acidente grave seja praticamente inexistente.
O seu funcionamento obedece a princípios físicos elementares, mas o rigor com que são aplicados transforma-o numa das formas mais seguras de transporte urbano.
O princípio de funcionamento
O funicular é composto por duas carruagens ligadas por um cabo de aço que passa por uma roldana situada no topo da linha. Quando uma sobe, a outra desce, funcionando como contrapesos entre si.
Um motor elétrico, localizado igualmente no topo, garante a tração, controlando a velocidade e evitando qualquer descompensação.
Este sistema é de tal forma eficiente que o consumo de energia é reduzido ao mínimo, já que o esforço necessário é apenas o de vencer o atrito e as pequenas diferenças de carga entre as carruagens. No caso do Elevador da Glória, cada cabina pesa, em vazio, entre 9 e 11 toneladas, podendo ultrapassar as 15 toneladas quando transporta passageiros.
A engenharia da segurança
Um funicular como o da Glória não assenta apenas no cabo de tração. A sua segurança depende de camadas sucessivas de proteção, pensadas para eliminar qualquer possibilidade de acidente por falha mecânica. Entre os principais sistemas de segurança encontram-se:
- Cabos múltiplos: além do cabo principal de tração, existe um cabo de segurança adicional, ambos fabricados em aço de alta resistência.
- Travões mecânicos de via: cada carruagem possui dispositivos que, em caso de perda de tensão do cabo, bloqueiam automaticamente nos carris.
- Travão centrífugo: um sistema que atua se a velocidade ultrapassar um limite previamente definido (por exemplo, mais de 3–4 m/s), travando de forma imediata.
- Travão de emergência manual: acionado pelo guarda-freio, garante controlo adicional em qualquer situação anómala.
- Inspeções e manutenção obrigatória: os cabos são periodicamente substituídos, mesmo que não apresentem sinais visíveis de desgaste, cumprindo normas internacionais de segurança.
O que acontece se o cabo se partir?
Uma das perguntas mais frequentes quando se fala de funiculares é: “e se o cabo partir?”. A resposta, sustentada pela engenharia e pela experiência, é clara: a carruagem não entra em queda livre.
Cada veículo está equipado com travões automáticos de segurança, que se acionam imediatamente em caso de perda de tensão no cabo. O princípio é semelhante ao dos elevadores em edifícios modernos: se o cabo ceder, mordentes laterais fixam-se aos carris, travando a carruagem de forma brusca, mas segura.
Exemplos de acidentes e redundância comprovada
Embora raros, alguns incidentes com funiculares entraram para a história, não por falha dos cabos em si, mas por outros fatores externos.
- Kaprun, Áustria (2000): o acidente mais grave registado, mas causado por um incêndio numa carruagem em túnel, não por rutura de cabo. Resultou em 155 mortes.
- St. Moritz, Suíça (2018): registou-se a rutura de um cabo secundário num funicular de serviço, mas os travões atuaram de imediato e não houve vítimas.
- Fløibanen, Noruega: ao longo da década de 2010, registaram-se incidentes menores, mas sem qualquer falha de segurança estrutural.
Até hoje, não existe registo moderno de um funicular de passageiros em serviço regular que tenha sofrido queda livre por rutura de cabo sem que os sistemas de segurança tenham atuado.
A conclusão: segurança que resiste ao tempo
O Elevador da Glória funciona com base num sistema de contrapeso entre carruagens, motores elétricos e múltiplos dispositivos de segurança. Mesmo em cenários extremos — como a rutura de cabo — existem mecanismos que travam automaticamente a descida, impedindo qualquer descontrolo.
A sua engenharia é fruto de mais de um século de evolução e manutenção rigorosa, o que explica porque continua a ser considerado um meio de transporte seguro e fiável. A tragédia recente levanta inevitavelmente dúvidas e receios, mas os especialistas são claros: os funiculares históricos de Lisboa foram concebidos com uma redundância que os coloca entre os transportes urbanos mais protegidos do mundo.
O desafio que agora se coloca a Lisboa é conciliar a memória dolorosa da tragédia com a necessidade de preservar um património que é parte inseparável da sua identidade. O futuro do Elevador da Glória dependerá não apenas de decisões técnicas, mas também de uma vontade coletiva de manter viva uma das mais belas páginas da história da cidade.
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