Ciclone pós-tropical Erin provoca alerta do IPMA. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) lançou um aviso que não pode ser ignorado: a partir do próximo dia 26 de agosto, toda a costa ocidental de Portugal continental estará sob alerta amarelo devido à forte agitação marítima.
O responsável é o ciclone pós-tropical Erin, que, apesar de se encontrar a oeste do arquipélago dos Açores e em deslocamento para nordeste, está a gerar ondulação de grande intensidade no Atlântico Norte.
Ondas gigantes a caminho de Portugal
Segundo o IPMA, a energia libertada por Erin vai chegar em cheio às nossas águas, com ondas significativas até 4 metros e picos que poderão alcançar os 7 metros em determinadas zonas.
A força destas ondulações, associada ao volume elevado de água, aumenta drasticamente o risco de correntes de retorno, fenómeno capaz de arrastar banhistas para o mar aberto em poucos segundos.
O impacto poderá ser ainda mais dramático durante o período de maré cheia.
A conjugação entre a agitação marítima e a elevada amplitude das marés poderá fazer desaparecer por completo o areal de várias praias, transformando locais habitualmente apinhados de veraneantes em cenários de mar bravo e perigoso.
Um verão marcado pela força da natureza
O facto de esta situação ocorrer no final de agosto torna o aviso ainda mais invulgar.
Embora não seja um acontecimento inédito, fenómenos desta intensidade são considerados pouco frequentes nesta época do ano, altura em que as praias portuguesas continuam repletas de famílias, turistas e banhistas a desfrutar das últimas semanas de férias.
Esta coincidência entre temporada balnear e tempestade oceânica aumenta a preocupação das autoridades, que alertam para a necessidade de cumprir todas as recomendações de segurança e acompanhar em permanência os avisos meteorológicos.
Diferenças regionais: litoral ocidental em alerta, Algarve menos exposto
Enquanto a costa ocidental, desde o Minho até ao litoral alentejano, se prepara para enfrentar a fúria do Atlântico, há notícias mais tranquilizadoras para quem se encontra no Algarve. Devido à direção da ondulação, proveniente de noroeste, a costa sul portuguesa ficará relativamente resguardada, registando apenas ondas de sudoeste até 1 metro. No entanto, o IPMA reforça que mesmo nestas condições mais amenas, não se deve descurar a atenção, sobretudo em praias menos vigiadas ou de acesso mais difícil, onde o risco pode aumentar devido às correntes locais.
A mensagem clara das autoridades
O IPMA recomenda especial prudência:
- Evitar a permanência em zonas costeiras expostas à rebentação.
- Respeitar a sinalização e os avisos das capitanias e autoridades marítimas.
- Redobrar os cuidados com crianças e idosos em praias com maior agitação.
- Não subestimar as correntes de retorno, que são invisíveis mas altamente perigosas.
Este fenómeno recorda que, mesmo em pleno verão, o mar português pode revelar uma força incontrolável e surpreendente. A beleza das ondas gigantes pode fascinar à distância, mas também esconde riscos sérios para quem se expõe em demasia.
Um lembrete da vulnerabilidade costeira
A chegada da ondulação gerada pelo ex-furacão Erin não é apenas um alerta meteorológico: é também um lembrete de como os fenómenos extremos estão a tornar-se cada vez mais imprevisíveis, surgindo em épocas pouco habituais e colocando comunidades costeiras em risco.
Num país profundamente ligado ao mar, o respeito pela força da natureza é essencial. As próximas horas e dias exigem vigilância, cautela e responsabilidade coletiva para que o verão continue seguro, mesmo sob a sombra de uma tempestade atlântica.