Na encantadora vila de Veiros, no concelho de Estremoz, distrito de Évora, ergue-se o imponente Castelo de Veiros, uma obra-prima da arquitetura militar medieval. Construído no século XIII pela Ordem de Avis, este castelo foi concedido à ordem por D. Afonso II após a conquista da região aos árabes. A fortificação, com a sua planta irregular, adapta-se perfeitamente à colina escarpada onde se encontra, sendo um testemunho vivo da história e cultura do Alentejo.
O castelo apresenta características marcantes da arquitetura gótica militar, destacando-se a sua imponente torre de menagem, torres cilíndricas que pontuam as muralhas e a pitoresca Igreja da Misericórdia, que data do século XVI.
Este conjunto arquitetónico não só embeleza a paisagem alentejana, como também guarda histórias de tempos passados.
Um local marcado pela história
Ao longo dos séculos, o Castelo de Veiros foi palco de acontecimentos históricos de grande relevância. Um dos mais notáveis foi o nascimento de D. Afonso, que viria a tornar-se o primeiro Duque de Bragança, fundador da Casa de Bragança, a dinastia que reinou em Portugal de 1640 até 1910.
Durante a crise de 1383-1385, o castelo desempenhou um papel crucial na defesa do território português, resistindo a sucessivos ataques castelhanos. Foi uma peça fundamental na linha de defesa fronteiriça, juntamente com os castelos de Monforte, Campo Maior e Ouguela.
O abandono de um tesouro histórico
Apesar da sua importância histórica, o Castelo de Veiros é atualmente um dos monumentos mais abandonados do Alentejo. Propriedade da Fundação do Asilo de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Veiros desde 1957, a sua preservação tem enfrentado inúmeros desafios. Esta instituição particular de solidariedade social, que presta apoio a crianças e jovens em situações de vulnerabilidade, não dispõe de recursos financeiros suficientes para manter o castelo em boas condições.
O monumento, classificado como Imóvel de Interesse Público em 1957, tem sofrido os efeitos do tempo e da falta de manutenção. As condições meteorológicas adversas agravaram os danos na sua estrutura, enquanto a ausência de intervenções significativas por parte das entidades públicas contribui para o agravamento do problema.
Causas e consequências do abandono
Entre as razões para o estado de abandono do castelo, refere a VortexMag, destacam-se a insuficiência de recursos financeiros da fundação proprietária, a ausência de apoio público para a sua conservação e a falta de sensibilização da população local e dos visitantes. A localização remota e o difícil acesso ao castelo também contribuem para a sua pouca visibilidade.
Este cenário representa uma perda incalculável para o património histórico e cultural de Portugal. Além de testemunhar a história medieval e moderna do país, o Castelo de Veiros poderia desempenhar um papel importante no desenvolvimento turístico e económico da região. Com o devido investimento, o castelo poderia tornar-se um ponto de atração turística, gerando receitas e oportunidades de emprego para a comunidade local.
O potencial do castelo de Veiros
A recuperação do castelo permitiria a criação de rotas turísticas que incluíssem outros castelos e monumentos do Alentejo, promovendo a região como destino cultural e histórico. Além disso, o espaço poderia ser transformado num centro de aprendizagem e cultura, oferecendo aos visitantes uma experiência enriquecedora sobre o passado e o legado da vila de Veiros.
Um apelo à preservação
O Castelo de Veiros é um tesouro que merece ser preservado para as gerações futuras. A sua história rica e o seu valor arquitetónico fazem dele uma peça única do património nacional. É imperativo que se mobilizem esforços, tanto públicos como privados, para garantir a sua conservação e recuperação.
Preservar o Castelo de Veiros não é apenas proteger um monumento; é também resguardar uma parte da identidade e memória coletiva de Portugal. Este é um apelo a todos os que valorizam a história e a cultura: que este castelo não se perca para sempre, mas que renasça como símbolo do orgulho alentejano e da riqueza do nosso património.