A segurança automóvel volta a estar no centro das atenções. Vários modelos produzidos entre 2023 e 2024 estão a ser urgentemente recolhidos em Portugal após um alerta europeu que aponta para uma falha capaz de provocar incêndios durante a circulação. O aviso, emitido pelo Safety Gate, o sistema europeu de alerta rápido para produtos perigosos, está a mobilizar autoridades, concessionários e milhares de condutores que poderão estar a conduzir veículos com um defeito crítico.
Trata-se de uma situação sensível, que exige informação clara, rigorosa e imediata — sobretudo porque o risco envolve um elemento tão perigoso como fugas de combustível junto ao motor.
Que modelos estão em risco e qual é a origem do problema?
Segundo a Direção-Geral do Consumidor (DGC), encontram-se abrangidos pela campanha de recolha os seguintes modelos híbridos plug-in e mild-hybrid:
- Peugeot 308 III
- Peugeot 408
- Peugeot 3008 II e 3008 III
- Peugeot 5008 II e 5008 III
O defeito localiza-se na interface de engate da ligação rápida fixa na bomba de alta pressão, um componente crucial no sistema de alimentação. Uma anomalia nesta peça pode provocar fuga de combustível sob o capot, criando condições que, em situações específicas, podem evoluir para um incêndio.
A falha, inicialmente identificada em França, levou ao início imediato de uma campanha de recolha naquele país. A notificação francesa foi depois partilhada com todos os Estados-Membros, incluindo Portugal, que replicou o alerta para garantir que nenhum proprietário permanece em risco sem o saber.
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O que dizem as autoridades portuguesas?
Até ao momento, não foi divulgado o número total de veículos afetados em território nacional, e a DGC ainda não detalhou um procedimento oficial para os proprietários. A informação pública existente é a que consta na notificação europeia — suficiente, ainda assim, para justificar vigilância apertada e intervenção imediata.
A ausência de números oficiais não diminui a gravidade do problema. O potencial de combustão espontânea associado a fugas de combustível torna esta falha um risco real para condutores, passageiros e outros utilizadores da via.
Datas de produção e identificação dos veículos afetados
A recolha abrange automóveis produzidos nos seguintes períodos:
- Peugeot 3008 II: 9 fevereiro 2023 a 23 maio 2024
- Peugeot 5008 II: 9 fevereiro 2023 a 14 setembro 2024
- Peugeot 308 III e Peugeot 408: fevereiro a setembro de 2024
- Peugeot 3008 III e Peugeot 5008 III: julho a dezembro de 2023 até setembro de 2024
Os proprietários devem verificar a data de fabrico, presente no livrete ou informada pela marca, para confirmar se o veículo está abrangido.
O que devem fazer os proprietários?
Perante um alerta com risco de incêndio, a recomendação é inequívoca:
- Contactar imediatamente um concessionário autorizado Peugeot.
- Confirmar se o número VIN integra a lista de veículos afetados.
- Agendar a intervenção técnica, que consiste em corrigir a falha na bomba de alta pressão e verificar a integridade do sistema de combustível.
- Evitar utilizações prolongadas, sobretudo em percursos longos ou de elevado esforço mecânico, até à conclusão da intervenção.
A campanha de recolha é gratuita e segue as normas europeias de segurança e homologação. A intervenção será feita de forma prioritária nos veículos que apresentem maior risco.
A Peugeot ainda não comentou, em Portugal, o número de unidades afetadas, mantendo o silêncio até à conclusão das avaliações internas. No entanto, a comunicação europeia e o alerta da DGC confirmam que a campanha está oficialmente ativa.
O papel do Safety Gate e por que este alerta é tão importante
O Safety Gate é o sistema que coordena, em toda a União Europeia, os avisos sobre produtos potencialmente perigosos. Assim que um país deteta um defeito grave, como aconteceu com esta falha na bomba de alta pressão, o alerta é partilhado de imediato com todos os Estados-Membros.
Este sistema permite:
- evitar atrasos na recolha de produtos perigosos;
- impedir que consumidores permaneçam expostos a riscos graves;
- uniformizar a resposta das autoridades de cada país;
- garantir que as marcas atuam rapidamente, sem margem para omissões.
Graças a estes mecanismos, milhares de veículos foram identificados numa fase precoce, reduzindo drasticamente o risco de acidentes com consequências imprevisíveis.
Conclusão: agir cedo é a melhor defesa
De acordo com o Notícias ao Minuto, a campanha de recolha em curso é uma medida preventiva essencial para evitar situações potencialmente trágicas. O risco de incêndio num veículo em circulação não pode ser ignorado, e a intervenção recomendada deve ser tratada com urgência.
Quem possua um dos modelos abrangidos deve agir de imediato: confirmar a inclusão do veículo, contactar o concessionário e garantir a resolução técnica o mais depressa possível. A segurança — a sua e a de todos na estrada — depende disso.
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