Falam crioulo de origem portuguesa e a sua origem remonta à época dos descobrimentos. Burghers: os descendentes dos portugueses no Sri Lanka.
Burghers: os descendentes dos portugueses no Sri Lanka
Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os descendentes de portugueses e holandeses no Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses e portugueses, católicos e falantes do indo-português do Ceilão, uma linguagem crioula de origem portuguesa.
O Sri Lanka era conhecido dos gregos e dos romanos, que o chamavam de Taprobana. Os primeiros europeus a visitar o Sri Lanka foram os portugueses: Dom Lourenço de Almeida chegou à ilha em 1505.
Os portugueses ocuparam primeiro a cidade de Kotte mas, devido à insegurança do local, fundaram a cidade de Colombo em 1517, e gradualmente estenderam seu controle pelas áreas costeiras. Muitos cingaleses converteram-se ao cristianismo. Em 1602, quando o capitão holandês Joris Spilberg chegou à ilha, o rei de Kandy pediu-lhe auxílio.
Porém, somente em 1638 os holandeses atacaram pela primeira vez, e apenas em 1656 Colombo foi tomada. Como resultado do domínio holandês, mestiços de holandeses e cingaleses, conhecidos como burghers existem até hoje no país, tal como muitas famílias com nomes de família de origem portuguesa.
Os Burghers portugueses são maioritariamente descendentes de mestiços de origem portuguesa e cingalesa, geralmente pai português e mãe cingalesa ou mãe descendente de portugueses com pai cingalês.
A sua origem remonta à chegada dos portugueses, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1505.
Quando os holandeses tomaram as costas do Sri Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os descendentes dos portugueses refugiaram-se nas montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio cingalês.
Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida como língua franca do índico que até os holandeses a falavam.
No século XVIII a comunidade euroasiática (mistura de portugueses, holandeses, cingaleses e Tâmeis), conhecida como Burghers cresceu, falando português ou holandês.
Os burghers portugueses, mais interligados, professando o catolicismo e falando um crioulo português, apesar das desvantagens socio-económicas, mantiveram a sua identidade cultural portuguesa, reforçada pela “União Católica Burgher” em Batticaloa.
O crioulo português continuou a ser falado entre as famílias Burghers holandesas como língua informal até ao fim do século XIX.
No Sri Lanka atual o crioulo limita-se à linguagem falada, geralmente por burghers na província oriental, em Batticaloa e Trincomalee. Atualmente o inglês tornou-se a língua comum, com o cingalês ensinado nas escolas como segunda língua.
Existe ainda o povo Kaffir do Sri Lanka, de origem africana, na província do noroeste Puttalam. Portugueses, holandeses e Ingleses trouxeram os kaffirs para trabalhar no Sri Lanka, acabando também estes por adotar a cultura e religião portuguesa.
No Censo de 1981 os Burghers (holandeses e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da população total do Sri lanka). Muitos burghers emigraram para outros países. Existem ainda 100 famílias em Batticaloa e Trincomalee e 80 famílias Kaffir em Puttalam que falam o crioulo português; o último contacto com portugal foi em 1656.
Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem até hoje, como Perera, Pereira, Abreu, Salgado, Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram parte da cultura do Sri Lanka.
A população Burgher no mundo será de 100.000 aproximadamente, concentrada sobretudo no Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Falando de portugueses que deicharam todos os seu descendentes porque não resgatamos ou ensinar o português em sertãs partes que o falam a nossa língua a Cplp terá que fazer algo obrigado pela atenção António Peres
Penso exatamente igual. Portugal, ou seja nós, temos que olhar para esses “portugueses perdidos” e retomar a ligação com eles. Vou mais longe!! Honrar a sua origem, e dar-lhes a nacionalidade portuguesa.