O Aqueduto das Águas Livres é um dos símbolos mais emblemáticos de Lisboa. Tem mais de 300 anos e ainda se encontra em funcionamento. Esta é uma obra singular. Ter a oportunidade de conhecer este património impressionante consiste em descobrir um autêntico um tesouro arquitetónico.
Esta obra notável da engenharia hidráulica conjuga beleza e importância histórica, servindo como um testemunho da incrível capacidade humana em superar desafios impensáveis. Esta construção tornou-se num ícone da cidade de Lisboa, sendo reconhecido como um marco histórico da engenharia em Portugal.
Aqueduto das Águas Livres: uma obra emblemática em Lisboa
O Aqueduto das Águas Livres é uma construção emblemática. O presente artigo visa dar a conhecer a história e utilidade do Aqueduto das Águas Livres. Esta imponente construção foi considerada uma obra emblemática do nosso território.
Portugal tem uma vasta história. Vários monumentos foram construídos ao longo do tempo. De norte a sul do país, foram construídos castelos, muralhas, aldeias, igrejas, catedrais, museus, conventos… Enfim, como consequência natural dos séculos de existência, atualmente podemos contar com uma enorme lista de monumentos que representam a alma de muitas vilas e cidades.
Embora o nosso país tenha muitos e bons monumentos, o Aqueduto das Águas Livres merece um espaço distinto. É inegável. O nosso país tem diversos monumentos relevantes. Muitos mereciam ser mais reconhecidos, mas nem sempre são mencionados.
Contudo, o Aqueduto das Águas Livres merece ser destacado. Ele encontra-se entre os monumentos portugueses que revelaram uma utilidade vital para a vida das pessoas. O Aqueduto das Águas Livres assegurou o abastecimento de uma capital. Fique a saber mais sobre esta obra de engenharia portuguesa verdadeiramente maravilhosa!
História
O Aqueduto das Águas Livres foi construído por determinação régia. A sua construção aconteceu devido ao imposto denominado Real de Água. Foi dessa forma que foram obtidos os fundos necessários para fazer esta construção. O imposto foi lançado sobre bens essenciais, nomeadamente sobre o vinho, o azeite e a carne. Por isso, o imposto Real de Água foi uma etapa fundamental para a obra ser materializada. Foi durante o século XVIII que esta obra da engenharia hidráulica foi construída. O Aqueduto das Águas Livres teve um processo de construção que se estendeu no tempo. Foi construído entre 1731 e 1799.
Os responsáveis pela construção
Foi durante o reinado de D. João V que esta obra foi iniciada. Em 1731, D. João V deu indicações para se proceder à sua construção. No entanto, o Aqueduto de Águas Livres só foi inaugurado no ano de 1748. O Aqueduto das Águas Livres é seguramente uma das obras de engenharia mais emblemáticas do século XVIII. Este aqueduto acabou por ser alvo de diversas obras que levaram a que fosse alargado sucessivamente até ao ano de 1799. Os nomes que ficaram ligados à sua construção foram António Cannevari, Manuel da Maia e Carlos Mardel. Estas pessoas ficaram para a posteridade como responsáveis pelo projeto ao longo do tempo.
Utilidade e engenho
O Aqueduto das Águas Livres é uma obra absolutamente notável. O trajeto escolhido para o aqueduto não foi puramente original, o que acaba por revelar grande inteligência dos responsáveis pela sua construção.
Esta obra constituiu um papel importante. O aqueduto representou um vasto e precioso sistema de captação e transporte de água, sendo realizado por via gravítica. A imponente construção encanta todos os que a contemplam, tendo sido considerado uma obra notável da engenharia hidráulica. O trajeto deste aqueduto coincidiu, em boa parte, com o percurso do antigo aqueduto romano.
Caraterísticas do monumento
O percurso que se pode realizar neste aqueduto é longo. O começo da jornada faz-se na Mãe de Água Velha, em Belas, já a conclusão do percurso do Aqueduto das Águas Livres
está situada no reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa.
Este percurso é composto por um troço principal que se estende ao longo de uma distância incomum. São 14 km. Ao longo do trajeto do Aqueduto das Água Livres, destacam-se diversos troços secundários que visam transportar a água de cerca de 60 nascentes. Neste aqueduto, destacam-se ainda 5 galerias criadas com o propósito de abastecer cerca de 30 chafarizes da cidade de Lisboa.
Arcaria do Aqueduto
Neste aqueduto, podemos encontrar o maior arco em ogiva do mundo. Trata-se de um arco gigantesco feito em pedra. Os números do arco são reveladores da sua dimensão. São 65,29 m de altura e uns 28,86 m de largura.
No total, no Aqueduto das Águas Livres, podemos encontrar 127 arcos. Destes arcos, 21 são de volta perfeita. A arcaria do vale de Alcântara é extraordinária, sendo composta por 35 arcos. Eles encontram-se dispersos por uma extensão de quase 1km (são 941m).
Sobrevivência ao terramoto
O terramoto de 1755 é uma tragédia que deixou marcas no mundo. Não se tratou apenas de um acontecimento marcante para a cidade de Lisboa, onde teve efeitos arrasadores. Foi um evento que chocou Portugal e a Europa.
No entanto, a cidade de Lisboa sentiu os efeitos destrutivos do terramoto como nenhum outro local. Apesar da cidade ter sentido o impacto desse evento, o Aqueduto das Águas Livres conseguiu resistir, ao contrário de muitos monumentos da época.
Este aqueduto não só “sobreviveu” à destruição, como conseguiu manter a utilidade para a qual foi projetado, o que foi bastante benéfico para os lisboetas. Caso contrário, a tragédia seria ainda mais catastrófica.
Reconhecimento do monumento
O Aqueduto das Águas Livres está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Trata-se de algo que é bem revelador da importância que esta construção tem para o país, não é verdade?
Atualmente, este espaço é visto como um verdadeiro símbolo do país. Trata-se de um monumento que representa a capacidade dos portugueses.
Aqueduto desativado
A construção do aqueduto foi concluída em 1799. Ao longo de vários anos, o Aqueduto das Águas Livres demonstrou toda a sua utilidade. Foram quase dois séculos. Em 1973, o aqueduto conheceu um novo episódio: foi completamente desativado.
O Aqueduto das Águas Livres foi aberto ao público pouco mais de uma década depois, em 1986, com a abertura do Museu da Água. Este espaço programa visitas ao interior do Aqueduto.
Curiosidade sobre o monumento
Sabia que o Marquês de Pombal foi acusado de se apropriar da água do chafariz presente em frente ao seu palácio em 1780? No entanto, ele defendeu-se da acusação. O Marquês de Pombal argumentou que só recolhia os sobejos.
O acontecimento macabro
Durante vários anos, os lisboetas temeram o assassino do aqueduto. Várias pessoas foram atiradas do alto do Aqueduto das Águas Livres pelo “serial killer de Lisboa”…
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Informações úteis
Museu da Água
O Museu da Água da EPAL compreende quatro núcleos. Estes elementos foram construídos entre os séculos XVIII e XIX. Os quatro núcleos do Museu da Água representam um importante capítulo da história do abastecimento de água à cidade de Lisboa.
O Museu da Água abriu e colocou à disposição um programa bastante interessante, que até permite visitas ao interior do Aqueduto.
Morada: Início na Fonte da Água Livre, perto de Carenque
Telefone: 218 100 215
Mais informações, aqui.