Viajar é sinónimo de descoberta, mas há destinos onde o choque cultural começa antes mesmo da primeira fotografia. Em alguns cantos do mundo, o simples gesto de calçar uns chinelos, comer um lanche ou — imagine-se — andar vestido, pode valer uma multa ou mesmo uma expulsão. Conheça 12 regras inusitadas que muitos turistas desconhecem, mas que podem transformar umas férias de sonho num pesadelo… jurídico.
Itália: entre castelos de areia, ruído dos chinelos e paninis proibidos
Em Veneza, comer ou beber fora dos espaços comerciais na Praça de São Marcos é ilegal. Transportar uma bicicleta, alimentar gaivotas ou apenas sentar-se nas escadas da Piazza di Spagna em Roma pode custar caro. Florença também impõe restrições durante as horas de refeição. O objetivo? Proteger o património e garantir a tranquilidade dos residentes. E se pensa construir um castelo de areia em Eraclea, desengane-se: pode obstruir o caminho e ser penalizado.
Na ilha de Capri, o barulho dos tamancos ou chinelos pode render-lhe uma advertência. Já nas rotas íngremes das Cinque Terre, as autoridades exigem sapatos fechados e antiderrapantes. A elegância do salto alto também é malvista em Atenas — o calçado pode danificar monumentos milenares como a Acrópole.
Espanha: urinar no mar? prepare-se para uma multa de 750 euros
O mar espanhol não é uma casa de banho. Cidades como Vigo e Málaga impuseram leis específicas contra “evacuações fisiológicas” no mar ou na praia. Estas normas são uma resposta ao impacto do turismo de massas e visam preservar a qualidade ambiental das zonas balneares. Também são proibidos jogos de bola e outras atividades lúdicas em praias durante o verão.
Alemanha: andar vestido pode ser um problema
Na Alemanha, ultrapassar pela direita na Autobahn ou ficar sem combustível são violações sérias. Mas há mais: em praias naturistas, como em Rostock, quem estiver vestido pode ser convidado a sair. Sim, há zonas onde o vestuário é… opcional — e até desaconselhado.
Noruega: frutos silvestres só se comer no local
Na Noruega, apanhar frutos silvestres é um prazer ancestral. Mas em algumas regiões do Norte, só pode colher estas delícias naturais se as consumir logo no local. Transportá-las pode infringir o direito de propriedade local, mesmo em terrenos de acesso livre.
Grécia: os saltos ficam à porta dos templos
Na terra dos deuses, os sapatos de salto alto são proibidos em monumentos antigos como o Pártenon. A razão é simples: proteger os frágeis pisos históricos de danos irreversíveis.
Singapura: não puxou o autoclismo? multa imediata
Singapura é conhecida pela sua disciplina urbana. Não cuspir, não mascar pastilha elástica e — atenção — puxar sempre o autoclismo em casas de banho públicas são regras obrigatórias. Esquecer este pequeno gesto pode custar-lhe até 100 euros. Também é obrigatório limpar o seu tabuleiro nas praças de alimentação.
Canadá: limite nas moedas e… nos pés
No Canadá, existe um teto legal para o número de moedas que pode usar numa compra: 20 moedas de 2 dólares, por exemplo. Em Calgary, colocar os pés em bancos, floreiras ou esculturas é punível com multa até 200 euros. Decoro acima de tudo.
Uruguai: condimentos? só a pedido
Em Montevidéu, ketchup, sal ou maionese não estão disponíveis por defeito nas mesas dos restaurantes. Esta medida, pensada para promover a saúde pública, limita o consumo excessivo de sódio.
Sardenha: areia é um tesouro — e roubar custa caro
Na Sardenha, a areia, as conchas e os seixos não são lembranças — são bens naturais protegidos. Levar um pouco de praia consigo pode resultar numa multa de até 3000 euros. A vigilância nos aeroportos é apertada e já foram apreendidas toneladas de areia.
Las Vegas: hula-hoops gigantes não entram
Na Fremont Street, a diversão tem limites. Monociclos e hula-hoops com mais de um metro são proibidos, apesar do ambiente circense. Pequenos hula-hoops são permitidos, mas com moderação.
Viajar exige mais do que um passaporte: exige respeito
Estas leis e regulamentos, por mais estranhos que possam parecer, têm um propósito: proteger o ambiente, preservar a cultura local e garantir o bem-estar de residentes e turistas. Ignorar estas regras pode sair caro — em euros, em constrangimentos ou até em expulsões.
Antes de embarcar na próxima aventura, não se esqueça: conhecer as leis locais é uma forma de respeito. E uma forma inteligente de evitar surpresas desagradáveis.
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