Com a chegada da primavera e do verão, é natural que o número de insetos aumente. No entanto, nem todos são inofensivos, e alguns, como a chinche de água gigante, estão a tornar-se motivo de alarme em zonas turísticas. Estes insetos gigantes desconhecidos têm vindo a chamar a atenção pelo seu tamanho invulgar e pelo desconforto que provoca a quem cruza o seu caminho.
Segundo o Postal do Algarve, este inseto tem sido observado com frequência em várias praias da zona mediterrânica, onde turistas procuram sol, mar e tranquilidade. A sua presença tem surpreendido muitos banhistas que desconhecem o seu comportamento.
Espécie com nome difícil e fama crescente
Identificado cientificamente como Lethocerus patruelis, este inseto pertence à família Belostomatidae. É um tipo de hemíptero aquático conhecido por causar dor quando ataca.
A chinche de água prefere viver em ambientes aquáticos como rios de corrente lenta, lagos, charcos com vegetação e até mesmo em praias de águas quentes, onde consegue esconder-se facilmente entre plantas. Com uma carapaça resistente e um corpo achatado, é capaz de se misturar no ambiente, tornando o encontro com os banhistas ainda mais inesperado.

Casos confirmados
No Chipre, as autoridades já registaram centenas de queixas de turistas que foram picados por esta espécie enquanto aproveitavam as férias na costa. As dores associadas são intensas e persistentes, deixando muitos em choque e com receio de voltar a entrar na água.
Capacidade de adaptação preocupa especialistas
Até ao momento, não há registos confirmados da presença da chinche de água gigante em Portugal. Este inseto aquático, conhecido pela sua picada dolorosa, é nativo do sudeste da Europa e do sudoeste da Ásia, com avistamentos recentes em países como Chipre, Grécia, Bulgária e Itália. De acordo com a mesma fonte, a sua expansão para o norte e oeste da Europa tem sido atribuída às alterações climáticas.
Embora ainda não tenha sido avistado em território português, a sua capacidade de voo e atração por luzes artificiais aumentam a probabilidade de dispersão para novas áreas. Especialistas alertam para a necessidade de vigilância, especialmente em habitats aquáticos como lagoas, rios e zonas costeiras com vegetação densa.

Tamanho impressiona à primeira vista
Com cerca de 9 centímetros de comprimento, este é um dos maiores insetos aquáticos do continente europeu. A sua forma oval e achatada e a cor castanha tornam-no facilmente reconhecível, se estiver visível. No entanto, o seu verdadeiro impacto sente-se quando ataca – a dor é imediata, intensa e pode durar vários minutos.
Além de nadar, a chinche tem asas funcionais, o que lhe permite voar. Essa característica tem apanhado muitos desprevenidos, sobretudo quando o inseto surge de repente em zonas de lazer. Já houve relatos de turistas que se viram rodeados por estes insetos durante a noite, atraídos pelas luzes dos hotéis e bares.

Picada dolorosa, mas não letal
Apesar de não ser considerada uma ameaça mortal, a sua picada provoca uma dor muito intensa, comparável à de uma vespa. Para muitos, é suficiente para estragar um dia inteiro de férias. O inseto injeta uma substância que não só causa dor como pode provocar inchaço e vermelhidão na zona afetada.
Origem nos Balcãs e expansão para oeste
A espécie é originária dos Balcãs, mas tem vindo a alastrar-se para outras regiões devido às alterações climáticas e ao aumento da temperatura das águas, que favorecem a sua sobrevivência.
Neste momento, Chipre é o local onde se registaram mais ocorrências, mas especialistas admitem que outros destinos turísticos podem vir a enfrentar situações semelhantes nas próximas semanas.
Turismo pode agravar o risco de contacto
Com a chegada do verão, o número de turistas nas praias aumenta significativamente. Esta maior concentração de pessoas junto à água aumenta a probabilidade de contacto com o inseto.
Evitar nadar em zonas com muita vegetação aquática e prestar atenção a movimentos estranhos na água são formas simples de reduzir o risco de ser picado por este inseto.
Férias seguras exigem mais atenção
Mesmo em ambientes aparentemente seguros como as praias, é importante manter-se informado e atento. Conhecer o que nos rodeia ajuda a evitar surpresas e garante férias mais tranquilas.
Como agir se for picado?
Se for vítima da picada de uma chinche de água gigante, deve imediatamente lavar a área afetada com água e sabão. Aplicar gelo pode ajudar a reduzir a dor e o inchaço. Evite coçar para não agravar a irritação. Caso os sintomas persistam ou se intensifiquem, é aconselhável procurar ajuda médica.
Preparar-se para o inesperado é a melhor forma de garantir que as suas férias não se transformam num pesadelo.