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Início Histórias Curiosidades

A Mitra: a história sombria de um local dolorosamente real em Lisboa (vídeo)

Em Marvila, junto ao Poço do Bispo, funcionava um centro para pessoas marginalizadas durante o Estado Novo.

Márcio Magalhães Por Márcio Magalhães
26/08/2025
em Curiosidades
0
A Mitra: a história sombria de um local dolorosamente real

Foto: Museu do Aljube

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Na margem oriental de Lisboa, em Marvila, junto ao Poço do Bispo, ergue-se um espaço carregado de memórias e de estigmas: a Mitra. Durante décadas, este nome ecoou como insulto, usado com a mesma intenção de quem chamava “pobre”, “penetra”, “marginal” ou “guna”. No entanto, antes de ser sinónimo de exclusão, a Mitra foi um local físico — e dolorosamente real — onde milhares de mendigos, prostitutas, pessoas com deficiência e doentes mentais eram depositados pelo Estado Novo.

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A Mitra: a história sombria de um local dolorosamente real
A Mitra (vídeo Expresso)

O que hoje é recordado como um património reabilitado, já foi palco de exclusão, sofrimento e abandono.

Da quinta senhorial ao palácio barroco

A origem da Mitra remonta a 1566, quando a Quinta da Mitra foi aforada perpetuamente ao Morgado do Esporão. No século XVII, parte da propriedade regressou à Mitra, transformando-se numa quinta de recreio.

No século XVIII, o Cardeal Patriarca de Lisboa recuperou o palácio devoluto e transformou-o num sumptuoso edifício barroco com cais privativo, símbolo do poder eclesiástico. A zona, situada entre a Madre de Deus e o Poço do Bispo, era marcada por palácios e conventos, respirando influência e riqueza.

Com o passar dos séculos, sucessivas vendas foram alterando a posse da propriedade. Em 1864, o espaço foi adquirido pelo Marquês de Salamanca; dez anos depois, pelo diplomata norte-americano Horatius Justus Perry, casado com a poetisa Carolina Coronado. Já em 1902, passou para António Centeno, permanecendo na família até 1911.

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A Mitra (vídeo Expresso)
A Mitra (vídeo Expresso)

O nascimento do Asilo da Mitra

A viragem deu-se no século XX, quando a antiga propriedade mudou de vocação. Depois de ter sido usada pela Fábrica Seixas, de fundição e metalurgia, a Câmara Municipal de Lisboa adquiriu o espaço em 1930. O plano inicial era instalar ali um matadouro, mas acabou por ser criado algo diferente — e sombrio.

A 4 de maio de 1933, foi inaugurado o Asilo da Mitra, idealizado pelo coronel Lopes Mateus. À época, a instituição foi considerada “modelar”, pois acolhia cerca de 1.300 pessoas, de ambos os sexos, que eram retiradas da via pública pela PSP. O objetivo oficial era “limpar moralmente” Lisboa, criminalizando a mendicidade e afastando da vista pública os que não se encaixavam no ideal de sociedade do Estado Novo.

Na prática, o espaço tornou-se um depósito humano. Pessoas sem qualquer crime eram encerradas contra a sua vontade, muitas vezes sem esperança de sair. Adultos podiam, em teoria, libertar-se mediante pagamento de uma multa ou por fuga. Mas as crianças, os idosos abandonados, os doentes crónicos e os doentes mentais ficavam presos, esquecidos, sem tratamento digno.

O jornal O Século, em 1932, citado pelo Expresso, escrevia indignado: “Urge pôr termo a semelhante abominação”, denunciando a abundância de crianças a vaguear pelas ruas e a forma como eram recolhidas à força, não para serem cuidadas, mas para desaparecerem do olhar da sociedade.

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A Mitra (vídeo Expresso)
A Mitra (vídeo Expresso)

A Mitra como depósito de doentes psiquiátricos

Nos anos 1950, o perfil do Asilo da Mitra alterou-se: passou a receber sobretudo doentes psiquiátricos considerados “incuráveis”. Entre 1952 e 1974, o espaço funcionou como unidade de retaguarda para os hospitais psiquiátricos Júlio de Matos e Miguel Bombarda. Só os casos que ainda eram considerados “tratáveis” eram encaminhados para os hospitais. Os restantes ficavam esquecidos, muitas vezes até à morte, na Mitra. Um espaço que, sob a capa da ordem pública, mais não foi do que um símbolo de exclusão social institucionalizada.

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Do estigma à reabilitação social

Após a Revolução de Abril, em 31 de maio de 1977, o Albergue Distrital de Mendicidade foi extinto e colocado sob tutela da Secretaria de Estado dos Assuntos Sociais. Um ano depois, o espaço passou a chamar-se Centro de Apoio Social de Lisboa, acolhendo idosos e funcionando como centro de triagem para instituições especializadas.

Já no século XXI, a Mitra conheceu um novo capítulo. Em 2014, a Câmara Municipal de Lisboa cedeu o espaço à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que iniciou um ambicioso projeto de reabilitação e restauro. O objetivo era claro: romper com o estigma da mendicidade e devolver dignidade a um espaço marcado por dor e exclusão.

Hoje, a “Lisboa Social Mitra” integra dois edifícios de enorme valor patrimonial: o palácio barroco do primeiro Patriarca de Lisboa, atualmente usado como salão nobre da autarquia, e o antigo asilo, reabilitado e devolvido à cidade.

A memória da Mitra

Apesar da recuperação arquitetónica e funcional, refere o ZAP, o nome Mitra carrega ainda o peso de séculos de marginalização. Representa a história invisível dos que foram escondidos da sociedade, considerados indesejáveis ou descartáveis.

Recontar a história da Mitra é recordar não apenas o esplendor de um palácio barroco, mas também a escuridão de um regime que tentou apagar a vulnerabilidade humana do espaço público. É, acima de tudo, um alerta para que a memória não se perca — e para que nunca se repitam as práticas que transformaram pessoas em sombras.

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Etiquetas: Asilo da MitraEstado Novo exclusão socialhistória da Mitrahistória de MarvilaLisboa Social Mitramendicidade em LisboaMitra Lisboapalácio barroco Mitrapatrimónio LisboaSanta Casa da Misericórdia Mitra
Márcio Magalhães

Márcio Magalhães

Um Mestrado em Ensino não fazia prever o percurso consolidado e bem sucedido no marketing digital e na produção de conteúdos, com publicação regular de artigos em diversas plataformas. (exclusivamente responsável pelo conteúdo textual)

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