Conheça a fascinante história do Navio Escola Sagres, uma verdadeira joia dos mares! Descubra a origem deste imponente veleiro de três mastros. O Navio Escola Sagres realizou uma trajetória fascinante para chegar até nós. Dizer que se trata de um dos navios mais belos do mundo é escasso. Sobreviveu a uma história de aventuras pelos mares e pela educação, tornando-se hoje um símbolo icónico da Marinha Portuguesa.
Embarque nesta aventura de descobrir o precioso legado do Navio Escola Sagres. Faça uma viagem nesta escola flutuante que revela conhecimentos, tradição e excelência marítima.
A história do Navio Escola Sagres, um dos mais belos do mundo
Características do navio
- Deslocamento: 1893t
- Comprimento: 89,5m
- Boca: 12m
- Calado: 5,5m
Propulsão:
- Velocidade Máxima: 9,5nós
Guarnição
- Oficiais: 9
- Sargentos: 16
- Praças: 103
- Cadetes extra-lotação: cap. máx. 66 cadetes (54 masc. + 12 fem.)
- Lançamento à água: 30 de outubro de 1937
- Entrada ao serviço: 30 de janeiro de 1962 (por portaria nº 18997)
- A bandeira portuguesa foi içada oficialmente pela primeira vez dia 08 de fevereiro de 1962
A missão fundamental dos veleiros é proporcionar às novas gerações um contacto profundo com a vida do mar. Existe ainda a missão primária da servir como representação da Marinha e da nação, concedendo um apoio direto à ação diplomática do Estado.
O nosso país tem mantido a tradição de recorrer a grandes veleiros, usando os Navios-escola e os Navios de Treino de Mar. Desta forma, servem como complemento da formação teórica ministrada pela Escola Naval. O contacto com a vida do mar à sociedade civil permite preparar melhor os futuros oficiais da Armada.
A história do Navio Escola Sagres é bastante interessante. Tudo começou com o NRP SAGRES, que foi construído nos estaleiros Blohm & Voss (Hamburgo) em 1937. Inicialmente, o nome que recebeu foi “Albert Leo Schlageter”. Ele foi terceiro navio de uma série de navios. Quatro navios construídos para a marinha alemã (Kriegsmarine). Nesse conjunto, estavam incluídos:
- O primeiro é o Gorch Fock de 1933 e que veio a ser o Tovarish (1952-2003);
- O segundo é o Horst Wessel de 1936, atual Eagle da United States Coast Guard:
- O terceiro é o português;
- E um quarto navio nunca chegou a ser concluído, por eclodir o conflito, ao qual foi dado o nome Herbert Norkus (1939).
No final da guerra, num contexto de partilha dos despojos pelos vencedores, o Horst Wessel e o Albert Leo Schlageter (que veio a ser o Sagres) ficaram para os Estados Unidos da América.
Contudo, apesar do Comandante americano da Base Naval de Bremerhaven ter realizado todos os esforços para encontrar uma instituição, não foi possível encontrar quem quisesse ficar com este navio.
Por isso, ao fim de três anos sem destino, o navio acabou por ser cedido à Marinha do Brasil, visando fazer face aos danos causados pelos submarinos alemães aos seus navios, durante a guerra.
No ano de 1961, foi adquirido por Portugal, no sentido de substituir a antiga Sagres que, curiosamente, havia igualmente sido um navio alemão. Este navio foi incorporado na Marinha Portuguesa em 1962, servindo como navio-escola, assumindo o nome Sagres.
Por isso, teve como missão contribuir para a instrução dos cadetes. Este navio é também frequentemente utilizado como símbolo nacional, representando a Marinha e Portugal, cumprindo funções como embaixada itinerante da nação.
O aspeto do navio encanta. Tem uma Cruz de Cristo (vermelha) que foi usada nas velas (a branco) dos navios portugueses a partir do século XV. Este era o símbolo da Ordem Militar de Cristo. O Infante D. Henrique foi “regente e governador” desta ordem desde 1420.
Este facto representou um suporte económico importante e contribuiu para o início da Expansão e dos Descobrimentos Portugueses. Outro destaque vai para o ramo de carrasqueira (ouro) que serviu como símbolo pessoal do Infante D. Henrique. Este símbolo exprime a tenacidade, a rusticidade e representa também o desapego pelos bens materiais e honras fáceis.
Embora ainda não tenha sido usado durante a vida do Infante, o astrolábio náutico (ouro) é outro elemento importante. Ele representa a ciência e a instrução da arte de navegar. O objeto e as qualidades permitiram aos portugueses alcançarem novos portos, novos continentes e novas ilhas.
O navio apresenta ainda um fundo azul, onde se podem encontrar inscritos os motivos a ouro acima referidos. O azul representa o “mar oceano”, a água que passou a unir e deixou de separar, algo que ficou como legado de Portugal.
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O Infante D. Henrique
Este homem tornou-se numa figura importante do NRP Sagres. O Infante D. Henrique foi o terceiro filho de D. João I. Ele alcançou o seu lugar na história pelo seu papel enquanto grande impulsionador dos descobrimentos portugueses.
Em 1415, no início da expansão que Portugal realizou em África, o Infante participou ao lado do seu pai na conquista de Ceuta.
Durante o período em que o Infante D. Henrique viveu, o reino português consolidou a sua opção atlântica, já patente no momento em que a aliança com Inglaterra foi estabelecida, o ano de 1373.
O Infante D. Henrique teve o grande mérito de apoiar e incentivar as viagens dos descobrimentos. Ele teve a capacidade de impulsionar a exploração geográfica e económica das terras do litoral africano e das ilhas atlânticas.
O Infante D. Henrique manteve uma postura calculista e pragmática, conseguindo criar as bases para a expansão marítima. Foi este homem que iniciou essa vontade de dar novos mundos ao mundo. Após a sua morte, o reino deu continuidade à ambição. Ele contribui para os seguintes feitos históricos:
- Descoberta da Madeira em 1419.
- Colonização da Madeira em 1425.
- Dobragem do cabo Bojador em 1434.
- Descoberta dos Açores em 1427.
- Colonização dos Açores em 1439.
- Chegada ao cabo Branco, em 1441.
- Chegada à ilha de Arguim em 1443.
- Chegada ao rio Senegal em 1444.
- Chegada ao arquipélago de Cabo Verde em 1456.
- Chegada à Serra Leoa em 1460.
Após o NRP Sagres começar a exibir a bandeira de Portugal, recebeu várias homenagens e conquistou diversos prémios. Por exemplo, recebeu o Prémio Defesa Nacional e Ambiente no ano 2008.
Devido ao esforço realizado pela redução do impacto ambiental da operação do navio, foi-lhe atribuída a Bandeira Azul e o Boston Teapot Trophy em 2009. Em 2010, foi atribuído o Blue Flag Scheme da Sail Training International (STI), tendo sido o primeiro grande veleiro do mundo a ser distinguido pela STI. Desde então, o galardão passou a ser estendido também a outros grandes veleiros.
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