Passeie e relaxe por entre história e património, em plena planície alentejana. Aventure-se na aldeia que foi ocupada por visigodos e muçulmanos, no Alentejo!
O nosso país tornou-se muito popular. Há viajantes de todo o mundo que escolhem visitar o nosso país, reconhecendo que há no nosso território diversas qualidades. O Alentejo é uma das regiões mais belas de Portugal.
Existem várias cidades, vilas e aldeias alentejanas que proporcionam experiências singulares. Um desses destinos imperdíveis é uma vila alentejana. Fique a conhecer os encantos de um destino alentejano verdadeiramente imperdível.
Alvito: A aldeia que foi ocupada por visigodos e muçulmanos no Alentejo
Localização
Alvito é um tesouro por descobrir; um destino perdido em pleno Alentejo. O concelho de Alvito está situado na região do Baixo Alentejo, mais precisamente no distrito de Beja. Esta vila é um destino que merece a sua visita. Encontra-se em plena planície, num lugar mágico, que apresenta grande beleza.
Escapadinha perfeita
Para quem quer fugir do rebuliço das grandes cidades, Alvito revela-se um refúgio perfeito, um espaço que assegura paz de espírito e tranquilidade. As suas pequenas casas brancas com faixas amarelas ou azuis são encantadoras e destacam-se num cenário de grande beleza.
Existe ainda um conjunto de atrações que tornam a sua visita particularmente agradável.
Alvito é uma vila magnífica, uma pérola turística da planície do Baixo Alentejo. Esta vila é orgulhosamente proprietária de um património de grande riqueza. Ela encontra-se presente em cada esquina de Alvito.
História
– Remontam ao Neolítico os testemunhos mais antigos que se conhecem da presença humana no concelho. Há diversos vestígios que nos asseguram a presença do Homem durante a idade do cobre, a idade do bronze e a idade do ferro.
– A ocupação intensa efetuada pelos romanos fez-se sentir logo no início do século I. Ainda subsistem vários testemunhos dessa presença, nomeadamente as villae de S. Romão, de S. Francisco e Malk Abraão.
– Ao longo do tempo, este território também foi ocupado por visigodos e muçulmanos. Estes povos ocuparam estas antigas villae, dando continuidade à ocupação romana.
– A povoação deste território remonta ao início da monarquia portuguesa. Este território foi conquistado pelos portugueses em 1234.
– No ano de 1251, esta povoação é doada, por D. Afonso III (e pelos Pestanas de Évora) a D. Estêvão Anes, chanceler-mor do reino.
– Procede-se ao seu repovoamento a partir desta data, sobretudo através da ação do Chanceler, passando Alvito a ser uma povoação com dimensões consideráveis para a época.
– No ano de 1279, D. Estêvão Anes morre, ficando a vila em testamento para a Ordem da Santíssima Trindade, a qual lhe concede carta de foral, idêntico ao de Santarém. Tal aconteceu no dia 1 de agosto de 1280.
– Esse foral viria a ser confirmado por D. Dinis em 1283.
– No ano de 1387, Alvito é doada. Isso acontece por recompensa dos bons serviços prestados por D. Diogo Lobo na batalha de Aljubarrota (1385) e por causa do seu papel na conquista de Évora aos espanhóis (1387). Foi a forma de D. João I agradecer a este homem. Por isso, a vila ficou ligada à história desta família. Ao longo de todo o período que durou o regime monárquico, manteve-se essa ligação.
– D. Afonso V concedeu o título de Barão ao Dr. João Fernandes da Silveira no dia 24 de abril de 1475. Ele era casado com D. Maria de Sousa Lobo. Por isso, Alvito era a «cabeça» da primeira baronia instituída em Portugal.
– Nesse tempo, já a povoação de Alvito desfrutava de um crescimento assinalável, beneficiando da conjuntura favorável que o reino atravessava e que permitiu contribuir para um forte crescimento populacional em todo o país.
– O foral foi assegurado (ou renovado) em 1516, por D. Manuel.
– Devido ao crescimento surgiram fortes repercussões na economia de Alvito. A vila passou a ser um dos principais centros político-económicos de todo o Alentejo, durante o período moderno. Segundo as estatísticas do censo de 1527, Alvito tinha quase 1700 habitantes e 364 fogos nessa altura.
– Esta pequena vila serviu como casa de barões portugueses, nomeadamente de João Fernandes da Silveira.
– O crescimento e prosperidade de Alvito estagnam entre o século XVIII e o século XIX, passando a surgir o seu declínio a partir de meados do século XX, especialmente nas décadas de 60 e 80.
Principais atrações
Castelo de Alvito
A vila é desenvolvida a partir do Castelo de Alvito. Esta fortaleza é construída no final do século XV. O castelo foi mandado erguer no reinado de D. João II, por ordem de D. Diogo Lobo da Silveira, barão de Alvito.
Ele foi edificado para habitação e não teve finalidades militares. A arquitetura do castelo comprova-o. As torres desta fortaleza estão cheias de janelas, como se se tratasse de uma moradia fortificada.
O castelo manteve a sua boa conservação ao longo dos séculos. Contudo, desapareceu um elemento importante: a ponte levadiça que servia a entrada principal.
O edifício esteve abandonado durante vários anos devido às guerras liberais. O abandono aconteceu até à intervenção da Fundação da Casa de Bragança. Esta fundação tornou o castelo numa unidade hoteleira. Atualmente, esta unidade é bastante procurada. A Pousada do Castelo de Alvito é elogiada devido à sua beleza singular.
Igreja Matriz
Este templo foi construído nos finais do século XIII. Esta igreja sofreu obras de ampliação entre 1480 e 1554. A forma atual da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção advém dessas obras. Essas alterações permitiram que a igreja apresente vários estilos. Um conjunto de estilos que vão do gótico ao barroco, passando também pelo manuelino, renascentismo e maneirismo.
O corpo interior deste templo foi criado em forma de cruz. A igreja apresenta três naves com abóbadas com elementos góticos e renascentistas. Grande parte do interior está coberto por azulejos que remontam ao século XVII.
Ermida de São Sebastião
Esta ermida foi edificada no início do século XVI. A arquitetura da Ermida de São Sebastião reflete um estilo gótico-mudéjar. A construção deste edifício foi realizada para proteger a vila, tendo sido feita numa das extremidades da região.
Durante muitas décadas, a ermida esteve fechada ao público. Contudo, uma habitante local disponibilizou-se para tratar da manutenção desta ermida. Por isso, atualmente, qualquer visitante de Alvito pode entrar e contemplar a sua beleza, destacando-se os frescos medievais. Devido à sua beleza e importância patrimonial, este monumento singular é uma das atrações que está integrada na Rota do Fresco.
Rota do Fresco
Esta rota foi criada em 1998. Há 15 municípios alentejanos que estão agregados à Rota do Fresco. São eles: Alandroal, Aljustrel, Alvito, Beja, Borba, Castro Verde, Cuba, Évora, Montemor-o-Novo, Moura, Portel, Serpa, Viana do Alentejo, Vidigueira e Vila Viçosa.
A Rota do Fresco é uma iniciativa que propõe a descoberta da pintura mural a fresco das igrejas, capelas e ermidas da região. Este é um tesouro escondido do Alentejo que merece ser conhecido. Por isso, esta iniciativa permite-nos conhecer monumentos e pinturas com mais de 500 anos de existência.
A Rota do Fresco pode durar entre 1 a 4 dias. Esta atividade destina-se a pequenos e médios grupos. Os participantes que pretendam explorar a Rota do Fresco podem ainda aventurar-se num Atelier de Pintura Mural a Fresco. Desta forma, têm uma oportunidade de conhecer a fundo vilas alentejanas imperdíveis.
Todas as Rotas são devidamente acompanhadas por um Intérprete do Património, uma pessoa licenciada em História ou História da Arte, alguém formado especialmente em pintura mural e cultura alentejana. No entanto, quem o desejar, pode explorar por si próprio.
A lenda associada ao nome
Segundo reza a lenda, o nome da povoação vem de algo que aconteceu durante uma festividade. Havia uma corrida de touros nesse dia e, quando os homens tratavam de os meter nos curros, um dos animais escapou. O touro desatou a correr pela povoação fora e atrás dele foram algumas pessoas.
Contudo, o touro corria furiosamente. Talvez soubesse que o tinha de fazer para escapar à morte (à qual estava destinado depois desse evento). No entanto, como estava um dia muito quente, os perseguidores do touro foram desistindo, até que só resistiram dois homens que se mostravam mais resistentes e corajosos.
Estas pessoas acabaram por capturar o animal. Levaram o touro de volta à povoação, após terem descansado os três sob um chaparro. Ora, quando entraram na vila com o touro preso por uma corda, levaram o animal até ao meio da praça, gritando: “Alvitre, alvitre!”, que queria dizer “alvíssaras”. Assim, segundo o povo, nasceu o nome de Alvito.
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Como chegar
Alvito encontra-se a 173 km de Lisboa, a 37 km de Beja, a 43 km de Évora, a 198 km de Faro, a 147 km de Badajoz (Espanha).
Vindo de Lisboa, o melhor percurso rodoviário é feito pela A2 (Ponte 25 de Abril) ou pela A12 (Ponte Vasco da Gama), depois de seguir para a A6 em direção a Évora. Posteriormente, deve seguir pela EN254 até Viana do Alentejo para, então, finalizar com a passagem pela EN257 até Alvito.
Posto de Turismo:
Morada: Edifício dos Paços do Concelho, Largo do Relógio, nº2, 7920-022 Alvito
Coordenadas GPS: 38.256115650199135, -7.992210375404445
Contactos: 284 480 808 / [email protected]
- Este espaço encontra-se aberto todos os dias úteis, das 9:00 às 12:30 horas e das 14:00 às 17:30 horas.
- Ao sábado, o Posto de Turismo está aberto das 10:00 às 12:30 horas e das 14:00 às 17:30 horas.
- Este espaço encontra-se encerrado aos domingos e feriados.
Quer saber onde pode comer em Alvito?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas especialidades gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
O Buraco da Zorra:
Morada: Largo do Relógio nº 10 – 7920-022 Alvito
Contactos: (+351) 284 485 218
Capacidade: 35 lugares
Especialidade: Migas de Espargos; Açordas; Porco Preto Grelhado
O Fernando:
Morada: Rua dos Lobos, nº 7 – Alvito
Contactos: (+351) 284 010 840
Capacidade: 32 Lugares
Especialidades: Feijoada de Chocos, Ensopado de Borrego, Cozido de Grão; Polvo à Lagareiro
O Américo:
Morada: Largo do Relógio nº 7 – 7920-022 Alvito
Contactos: (+351) 284 485 125
Capacidade: 25 lugares
Especialidade: Grelhados
A Markádia:
Morada: Barragem de Odivelas E.N. 257, 7920-999
Contactos: (+351) 284 763 141 / [email protected]
Capacidade: 100 pessoas
Especialidade: Borrego Assado; Bacalhau com natas; Açorda de Cação; Tomatada; Lasanha Vegetariana
A Varanda:
Morada: Praça da República, nº 9 – Alvito
Contactos: (+351) 284 485 135
Capacidade: 40 pessoas
Especialidade: Bife à Marchant du Vin
Quer saber onde pode dormir em Alvito?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Pousada do Castelo de Alvito:
Morada: Largo do Castelo 3 7920-0054 Alvito
Contactos: (+351) 284 480 700 / [email protected] | [email protected]
Atributos: Dispõe de 20 Quartos/40 Camas; Piscina; Capela; Jardim e Restaurante com capacidade para 50 pessoas
Mais informações, aqui.
Horta da Rosa:
Morada: Horta da Rosa – 7920-201 Alvito
Contactos: (+351) 967 567 143 / [email protected]
Atributos: Alojamento Local “adults only” com 1 quarto na casa principal com entrada independente, casa de banho privativa. 1 casa separado com 1 quarto e cozinha totalmente equipada. Piscina e ginásio. Acesso wi-fi gratuito.
Horta da Padre / Alojamento Local:
Morada: Quinta da Esperança – 7920-909 – Alvito
Contactos: (+351) 962 013 059 | 961 865 052 | 284 485 400 / [email protected]
Atributos: Dispõe de 4 Quartos e 8 camas, bicicletas, piscina e a possibilidade de serem admitidos animais de companhia. Acesso gratuito à internet. Atelier do Pão (marcações com um dia de antecedência) Fornecemos os acessórios e o pão fabricado por si.
Mais informações, aqui.
Hospedaria “A Varanda”:
Morada: Praça da República, nº 9 – 7920-043 Alvito
Contactos: (+351) 284 485 135 | 967 177 621
Atributos: Dispõe de 9 Quartos e 18 camas
Horta da Vila / Agroturismo:
Morada: Horta da Vila – 7920-201 Alvito
Contactos: (+351) 284 480 040 | 917 628 934 / [email protected]
Atributos: Dispõe de 4 Quartos e 1 suite no edifício principal e 3 bungalows com entrada independente. Passeios a cavalo, a pé, de bicicleta ou de moto 4. Internet wireless e por cabo gratuita.
Mais informações, aqui.
otimo relato!