A Rainha Isabel II faleceu recentemente, mas foi uma pessoa vital na gestão dos escândalos que mancharam a Família Real Britânica.
O Rei Carlos III assumiu o trono com 73 anos. Tinha apenas 3 anos quando a sua mãe se tornou rainha. A monarca estava no trono do Reino Unido há sete décadas, por isso o seu filho foi a pessoa que se manteve mais tempo como primeiro na linha de sucessão.
A Rainha Isabel II celebrou este ano o Jubileu de Platina, marca que se atinge com 70 anos de reinado. Ao longo deste tempo, a monarca teve a oportunidade de mostrar as suas competências, gerindo o impacto de diversos acontecimentos que deixaram marcas negativas no seio da Família Real.
7 escândalos que mancharam a Família Real Britânica
1 – O Topless da princesa Kate Middleton
A atual esposa do príncipe William escandalizou o Reino Unido quando surgiu numa capa de revista em topless. A revista que publicou as polémicas fotos de Kate Middleton foi a “Closer”.
Foi no ano 2012 que as fotos foram publicadas. As fotos da princesa em Topless foram tiradas na Provença, que se situa no Sul de França. O casal estava a tirar umas férias e encontravam-se no palacete de Lorde Linley, que é sobrinho da Rainha Isabel II.
A revista “Closer” apresentou um artigo de quatro páginas, publicação que revela uns momentos descontraídos das férias de William e Kate. No entanto, a peça mostrava fotos de Kate em topless durante férias realizadas em França.
Inicialmente, as fotos foram propostas a jornais britânicos. No entanto, estes acabaram por recusar fazer a publicação dessas fotografias. No estrangeiro, duas revistas do grupo de media que pertencia a Silvio Berlusconi (ex-primeiro-ministro italiano) e um jornal irlandês foram outras publicações que optaram por publicar as fotos.
Alguns dias, após as fotos terem sido divulgadas, a Casa Real lançou um comunicado, onde revelou que avançou com uma ação legal contra a “Closer”, defendendo que a publicação teria feito uma invasão de privacidade.
O desenrolar do processo acabaria por dar razão ao comunicado, uma vez que foram condenadas seis pessoas. Uma dessas pessoas foi o diretor da revista. Outra pessoa que foi condenada foi o diretor-geral do grupo proprietário da publicação. Ambos os homens foram condenados a pagar uma multa avultada, de 45 mil euros, sensivelmente.
Neste processo, também foram condenados dois fotógrafos. Estas pessoas estiveram envolvidas no caso e foram acusadas por cumplicidade e por invasão de privacidade. Além destas 4 pessoas, houve mais duas que foram condenadas, o diretor editorial do La Provence e a fotógrafa do jornal. Estas últimas pessoas foram condenados a multas suspensas.
2 – Annus horribilis
A rainha Isabel II proferiu no dia 24 de novembro de 1992 um dos discursos mais marcantes. Nesta data que servia para assinalar as quatro décadas de reinado da monarca, a Rainha Isabel II disse: “1992 não é um ano para o qual possa olhar com especial prazer. Nas palavras de um dos meus correspondentes mais queridos: acabou por ser um annus horribilis.”
Este discurso indicava que a rainha nunca iria esquecer este ano que ficou marcado por diversos acontecimentos. Estas foram as únicas palavras da soberana a reagir ao ano difícil por que a Família Real passou.
No ano de 2012, a rainha Isabel II teve de lidar com a separação de três dos seus quatro filhos. Em março, a monarca britânica lidou com a separação entre o príncipe André e a mulher, Sarah Ferguson, a duquesa de York.
No mês seguinte, em abril, surgiu a separação entre a princesa Anne e o marido, Mark Phillips. No final desse ano, em dezembro, surge a separação mais marcante, Carlos e a sua esposa, a princesa Diana. No entanto, o divórcio só foi oficializado em 1996.
3 – Edward VIII renuncia ao trono por estar apaixonado por uma mulher divorciada
O ano de 1936 ficou marcado pela decisão de Edward VIII preferir o amor ao reino. Ele fez um discurso de abdicação onde revelou: “Considero impossível carregar com esta enorme responsabilidade e desempenhar, tal como havia desejado, as minhas obrigações de rei, se não puder contar com a ajuda e o apoio da mulher que amo.”
As palavras de Edward VIII revelavam o desejo de um homem que estava tão apaixonado por Wallis Simpson, que não hesitou em renunciar à coroa para viver o amor. O seu amor com Wallis Simpson era considerado proibido. A mulher era uma socialite norte-americana que já se tinha divorciado duas vezes.
O anúncio gerou uma onda de indignação. Havia uma clara desaprovação do povo britânico, que se sentia traído. O povo sentia um ódio pelo casal, sendo que era mais acentuado com a amada do rei Edward. Este momento levou a que o rei George VI assumisse a coroa. O pai da rainha Isabel II evitou uma crise da família real, mas só se sentou no trono devido a esta opção de Edward VIII.
Edward VIII e Wallis Simpson casaram-se em junho de 1937. O casal contraiu matrimónio no Château de Candé, na região francesa de Indre-et-Loire. Edward VIII e Wallis Simpson estiveram juntos por 35 anos, até ao momento da morte do duque de Windsor, que surgiu em 1972.
4 – Príncipe Harry, o príncipe das polémicas
Harry desde cedo que revelou fama de príncipe rebelde. O seu nome surgiu várias vezes em manchetes. O príncipe esteve envolvido diversos escândalos. Durante anos a fio que o Príncipe de Sussex esteve envolvido em casos que envergonharam a nação e a Família Real.
Por exemplo, no ano de 2002, Harry foi internado numa clínica de reabilitação. Ele tinha apenas 17 anos quando surgiram rumores que tinha problemas com álcool e com drogas. Contudo, nunca foi confirmada oficialmente essa informação.
Dois anos mais tarde, em 2004, Harry surgiu embriagado e agrediu um “paparazzi”. A agressão aconteceu após Harry ter saído de uma discoteca. Um ano mais tarde, em 2005, o príncipe Harry foi fotografado de uma forma que envergonhou a Família Real. O príncipe rebelde encontrava-se numa festa vestido à Nazi. Assim, num momento destinado à diversão, Harry decidiu comparecer com uma faixa suástica, apresentando ainda um símbolo do nazismo no braço.
As polémicas fotografias fizeram capas de jornais, britânicos e estrangeiros. Harry chegou a pedir desculpas publicamente devido a esta situação. Foram várias as reações a criticarem Harry. Além de membros do Parlamento se terem manifestado publicamente contra o sucedido, também o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel se pronunciou sobre o tema.
Em 2012, Harry viajou para os E.U.A., mais especificamente para Las Vegas, enquanto servia o exército britânico no Afeganistão. Foi nesta cidade que o príncipe acabou por voltar a ser capa de jornais… pelas piores razões. O filho do então príncipe Carlos foi fotografado numa festa como veio ao mundo. É caso para dizer que o filho do agora rei vai nu.
As fotografias foram publicadas pelo The Sun e foi manchete do jornal no dia 24 de agosto de 2012. Harry encontrava-se a celebrar a sua juventude, na festa privada que ocorreu no quarto de hotel, onde estavam strippers. A Família Real ainda cogitou a possibilidade de processar o tabloide The Sun, mas acabou por desistir.
No dia 8 de janeiro de 2020, Harry e a sua esposa (Meghan Markle) anunciaram a intenção de “abdicarem” dos deveres, enquanto membros seniores da Família Real Britânica. O casal pretendia ficar “financeiramente independente”. Embora a notícia tenha sido “inteiramente apoiada” pela rainha Isabel II, o anúncio chocou o Reino Unido.
O casal já tinha realizado uma viagem sabática de 6 semanas (ao Canadá). A notícia só foi tornada pública após essa viagem, já os duques de Sussex se encontravam em Londres. Após o reencontro familiar, o casal abandonou o Reino Unido e foi viver para o outro lado do Atlântico. Harry, Meghan Markle e o filho de ambos partiram para os EUA, país onde deram um novo rumo à sua vida.
5 – Princesa Margaret, a princesa rebelde
A filha mais nova do rei George VI é a princesa Margaret. A irmã da rainha Isabel II foi encarada pelo povo como a princesa rebelde. A sua rebeldia comprova-se pelas constantes polémicas em que esteve envolvida.
Primeiro, esteve envolvida num romance proibido com Peter Townsend, um oficial da Força Aérea Real. Peter era um homem divorciado e a diferença de idades destacava-se. Ele era 16 anos mais velho.
Posteriormente, Margaret encontrou o amor noutro homem, Antony Armstrong-Jones. Este homem era um fotógrafo conhecido pela sua vida boémia. Antony foi o responsável pelas fotos mais ousadas da princesa. Nos retratos do seu 29.º aniversário, Margaret aparece apenas com as suas joias.
A irmã mais nova da rainha Isabel II acabou por casar com Armstrong-Jones, dois anos depois do início do romance. O evento decorreu na Abadia de Westminster. A relação de ambos foi vivida entre discussões e isso foi algo muito explorado pela imprensa.
Margaret e Antony Armstrong-Jones foram pais de David e Sarah. O casamento ainda durou bastante, para o que se esperava. Foram 16 anos de matrimónio. A princesa Margaret tornou-se no primeiro membro da Família Real a divorciar-se (desde que o rei Henrique VIII se divorciou em 1540). Essa separação foi oficializada em 1978.
A vida de Margaret foi dedicada à família real, após o divórcio. No entanto, a sua saúde encontrou vários problemas. Primeiro, sofreu um esgotamento nervoso nos anos 70. A irmã da Rainha Isabel II teve uma depressão. Mais tarde, em 1985, Margaret teve de ser operada e uma parte de um pulmão foi removida. Apesar disso, Margaret só deixaria de fumar em 1991.
Em 1993, Margaret foi internada com uma pneumonia. Posteriormente, em 1998, Margaret sofreu um AVC, quando se encontrava de férias em Mustique. Em 1999, a princesa Margaret queimou os pés num acidente que aconteceu na casa de banho. Esse acidente fez com que ficasse obrigada a deslocar-se de cadeira de rodas. Em 2001, a princesa sofreu novo AVC, por isso Margaret teve de ser internada por problemas de apetite e de deglutição.
Em março desse ano, Margaret perdeu a visão de forma parcial e encontrava-se paralisada do lado esquerdo. O último ato público de Margaret foi em dezembro de 2001. A irmã da Rainha Isabel II morreu no dia 9 de fevereiro de 2002, com 72 anos. Faleceu após sofrer um AVC que lhe causou problemas cardíacos.
6 – Carlos e Diana, um casamento infiel
Numa entrevista que visava apresentar o noivado entre Carlos e Diana, perguntaram a ambos se estavam apaixonados. Enquanto Diana disse no imediato que sim, claro que está, o príncipe Carlos respondeu de forma enigmática
Diana, uma jovem sonhadora que estava encantada com o anúncio do noivado com o Príncipe de Gales, ficou surpreendida com a resposta de Carlos. O filho da Rainha Isabel II disse: “Whatever ‘in love’ means.” A frase, dita pelo Príncipe de Gales, não agoirava nada de bom e o casamento não foi feliz. O tempo tratou de comprovar que o casamento entre os príncipes de Gales não seria um conto de fadas.
O casamento foi marcado por diversos escândalos. No casamento, até houve traições de ambos os elementos. Houve entrevistas polémicas e rumores de que o segundo filho do casal, Harry, não seria de Carlos. Havia suspeitas de que Harry era filho de outro homem, fruto de um affair da princesa.
O casal separou-se em 1992. A Princesa Diana viu Carlos confessar publicamente que lhe tinha sido infiel durante o casamento. Dois anos mais tarde, em agosto de 1996, o divórcio foi oficializado. Diana faleceu num acidente de automóvel no ano seguinte.
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7 – A acusação de abusos sexuais ao Príncipe André
O príncipe André é filho da Rainha Isabel II. Após ter sido acusado por Virginia Giuffre de abusos sexuais, tornou-se noutro membro da Família Real muito mal visto pelo povo britânico.
A alegada vítima disse que o príncipe tinha abusado sexualmente dela. Esse momento terá acontecido na mansão de Jeffrey Epstein, em Nova Iorque. Jeffrey Epstein era um milionário pedófilo, amigo de poderosos, nomeadamente do filho da rainha Isabel II.
A mulher, Virginia Giuffre, tem 38 anos. Quando foi abusada sexualmente pelo príncipe André, teria 17 anos. Segundo a vítima, o momento aconteceu pelo menos três vezes, sempre em casas diferentes.
O magnata Jeffrey Epstein (que morreu na prisão, antes do julgamento) colocou as casas à disposição do filho da rainha Isabel II. André negou sempre as acusações e defendeu que nunca teve qualquer comportamento impróprio, alegando até que nunca se encontrou com Virginia Giuffre.
O caso parece ter acabado este ano, quando ambas as partes chegaram a um acordo. Após dois longos anos de trocas de acusações e desmentidos, as duas partes chegaram a acordo em fevereiro deste ano. O Príncipe André terá de pagar uma indemnização à mulher. Não é surpreendente, mas há um desconhecimento dos valores em causa. O valor da indemnização é confidencial.
Na carta enviada ao juiz Lewis Kaplan que revela o acordo, é possível ler-se o seguinte: “O príncipe André pretende fazer uma doação substancial à instituição de caridade da senhora Giuffre de apoio aos direitos das vítimas. O príncipe André nunca pretendeu denegrir o caráter da senhora Giuffre, e ele aceita que ela tenha sofrido tanto quando vítima de abusos sexuais como por injustos ataques públicos. É sabido que Jeffrey Epstein traficou inúmeras jovens raparigas durante anos. O príncipe André arrepende-se da sua associação a Epstein e apoia a coragem da senhora Giuffre e de outras sobreviventes (…).”
Devido a este caso, o príncipe André, duque de York, perdeu regalias e renunciou aos títulos militares.