O 25 de abril marcou o início de uma nova era para Portugal, um país que depois de 48 longos anos tornou-se finalmente numa república democrática. Esta data de importante significado está gravada nos livros de História e na memória daqueles que viveram a Revolução dos Cravos.
Tudo começou na madrugada de 25 de abril de 1974. Várias forças militares começaram por ocupar pontos estratégicos em Lisboa e derrubaram a ditadura do Estado Novo.
Conheça algumas curiosidades sobre o momento que mudou para sempre a História portuguesa.
25 curiosidades sobre o dia 25 de Abril de 1974
1 – Foram 48 anos sem liberdade
Desde 1926 que Portugal vivia numa Ditadura Militar, depois da tentativa falhada de um regime democrático, em que os presidentes eleitos só ficavam alguns meses no poder. O Estado Novo foi instaurado anos mais tarde, em 1933, por António de Oliveira Salazar, que passou a ser Presidente do Conselho.
Foram anos muito complicados para Portugal, com a implementação da censura e o controlo apertado da PIDE (a Policia Internacional e Defesa do Estado), em que o país esteve envolvido na guerra do Ultramar.
Em 1968, por motivos de doença, Salazar afastou-se do poder e colocou Marcello Caetano na frente do país. O Estado Novo continuou com a mesma política repressiva.
No dia 25 de abril de 1974, um movimento militar derrubou o regime ditatorial que durou 41 anos. No total foram 48 anos em que o povo português viveu uma ditadura (militar e depois ditatorial).
2 – O que originou o golpe militar?
Para os portugueses a guerra colonial parecia não ter fim: os jovens eram forçados a partir para combate e muitos não regressavam.
Em 1973 começaram a surgir as primeiras manifestações do povo contra a guerra, mas o governo de Marcello Caetano reforçou o poder da PIDE e continuou a alimentar a guerra. Os militares, descontentes com a guerra, uniram forças com o povo e planearam um Golpe de Estado.
Foi assim que surgiu o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua grande maioria por capitães que tinham lutado na Guerra do Ultramar, com o objetivo de derrubar o Estado Novo. Inicialmente não seria através de um golpe militar, mas no fim não houve outra opção.
3 – Já tinha havido outra tentativa contra o regime?
A primeira tentativa de um golpe militar foi a 16 de março de 1974. Foi nesse mesmo dia que um grupo de militares abandonou o regimento das Caldas da Rainha tendo como destino Lisboa.
A meio caminho juntar-se-iam outros regimentos: o de Lamego, Mafra e Vendas Novas. No entanto, houve uma rebelião imprevista em Lamego que deixou assustados os militares que preferiram abortar a missão.
O problema foi que os militares das Caldas da Rainha já se encontravam em Santarém e acabaram mesmo por ser detidos.
4 – A importância da música “E Depois do Adeus”
Esta foi a banda sonora que foi escolhida pelo MFA para dar a conhecer a todos os militares envolvidos que o golpe estava pronto para arrancar.
Esta era a senha que os militares precisavam de ouvir na rádio: a música de Paulo de Carvalho para o Eurofestival de 1974, “E Depois do Adeus”.
Havia ainda um segundo sinal a ser transmitido pela Rádio Renascença, caso tudo continuasse como planeado. Era a afamada música de “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, que se tornou no hino do 25 de Abril.
5 – Quem eram os líderes do MFA?
A estratégia do MFA estava bem traçada: primeiro iam avançar sobre Lisboa e cercar os principais postos do Governo. Enquanto isso, outros movimentos “atacavam” também várias outras cidades pelo país.
Em Lisboa, o Regimento de Engenharia 1 era comandado pelo Capitão Otelo Saraiva de Carvalho, que contava com o apoio de outros cinco oficiais. Já a Escola Prática de Cavalaria de Santarém era comandada pelo Capitão Salgueiro Maia e tinha como missão ocupar o Terreiro do Paço.
Os planos acabaram por ser alterados, com parte do movimento a ser desviado para o Largo do Carmo, onde Marcello Caetano e alguns ministros se tinham refugiado.
6 – Porque é que o cravo é o símbolo do golpe de estado?
Existem várias histórias que têm sido contadas ao longo dos anos. Uma coisa é certa, os cravos são a flor da época, por isso é normal que fossem abundantes e mais baratos.
Conta-se a história de Celeste Caeiro, que trabalhava como empregada num restaurante próximo do Marquês de Pombal e levava para casa um molho de cravos vermelhos.
Os militares que encheram as ruas da capital pediam aos populares comida ou cigarros e Celeste não tinha nenhum dos dois: ofereceu os seus cravos aos bravos soldados. Os militares acabaram por colocar os cravos no cano da espingarda.
Outra teoria, contada no site Quero Saber, é que terão sido as floristas no Rossio a iniciar o movimento: começaram a distribuir aos soldados as flores como forma de agradecimento e celebração pela liberdade.
7 – Abrir fogo sobre o Terreiro do Paço?
A Revolução dos Cravos é conhecida por ter sido uma ação militar pacífica. Com a queda do Estado Novo e o apoio dos militares, não demorou muito até o Terreiro do Paço estar cheio de civis que festejavam o fim da ditadura.
O que poucos sabem é que a fragata Almirante Gago Coutinho recebeu ordens do Estado Maior da Armada para abrir fogo no local, disparando contra civis e militares.
A ordem não foi cumprida. Chegou a haver processos de insubordinação contra aqueles que no dia 25 de abril de 1974 optaram por não disparar contra inocentes. O processo acabou por não avançar e foi arquivado .
8 – Também a nossa revolução teve derramamento de sangue inocente
A revolução do 25 de abril foi um golpe de Estado, apesar de ter sido levado a cabo pelos militares, pacífico. No entanto, teve as suas vítimas.
Já no final do dia 25, vários populares encontravam-se junto à sede da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), em Lisboa, exigindo o seu fim.
Foi nesta altura que os agentes da PIDE dispararam contra a população sem discriminação. Deste evento resultaram quatro mortos e vários feridos. Estas foram as únicas vítimas mortais da revolução.
9 – Como é que a população do interior teve acesso às notícias?
Um dos principais objetivos do Movimento das Forças Armadas (MFA) era ocupar as sedes dos vários meios de comunicação, de forma a controlar o que era emitido sobre o golpe de Estado.
Desta forma conseguiam manter a população informada sobre o futuro que pretendiam para o país agora livre da ditadura. No entanto, na década de 70 a informação não se espalhava com facilidade.
Assim, o MFA decidiu enviar representantes do movimento para vários pontos de Portugal para que todos soubessem o que estava a acontecer e quais eram as mudanças.
10 – E os presos políticos? Quando foram libertados?
O Governo rendeu-se ainda no dia 25 de abril, no entanto foi só no dia seguinte que as forças militares conseguiram ocupar o Forte de Caxias – esta foi uma das prisões políticas que mais presos recebeu durante a ditadura.
E foi só no dia 27 que os presos políticos foram libertados do Forte de Peniche, que foi uma das mais conhecidas prisões durante o Estado Novo.
Foi também nesta prisão que houve a famosa fuga (e a única) de vários presos, incluindo Álvaro Cunhal, em 1960. A 30 de abril foi a vez de libertar os presos em Cabo Verde, na prisão do Tarrafal, conhecida pelas suas fracas condições.
Mais 15 curiosidades sobre o 25 de abril de 1974
1 – Portugal viveu cerca de 48 anos sob ditadura, quase meio século, realidade que só viria a ser alterada com o 25 de abril de 1974.
2 – Vasco Lourenço – um dos protagonistas da Revolução dos Cravos e Presidente da Associação 25 de Abril – conta que a ideia de um golpe de Estado foi partilhada por si e Otelo Saraiva de Carvalho às 02h da madrugada, enquanto trocavam um pneu que havia furado.
3 – Antes do golpe militar, foi formado o Movimento das Forças Armadas, o qual era composto por uma série de militares, que se encontravam clandestinamente e, durante algum tempo, debateram a melhor forma de pôr termo à guerra e à ditadura.
4 – Já a 16 de março de 1974 houve uma tentativa de golpe, a qual teve de ser abortada, devido a uma rebelião ocorrida em Lamego, “adiando-se” a grande revolução em 1 mês e alguns dias.
5 – Há duas músicas tidas como as senhas da revolução: “E depois do adeus”, de Paulo de Carvalho, emitida às 22h55 do dia 24 de abril, na Emissores Associados de Lisboa. E, mais tarde, às 0h25 do dia 25 de abril, a canção “Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso, emitida pela Rádio Renascença. Estavam dados os sinais para o avanço das tropas para Lisboa.
6 – Em Lisboa, o Regimento de Engenharia 1, na Pontinha foi liderado por Otelo Saraiva de Carvalho e outros 5 oficiais. O movimento vindo da Escola Prática de Cavalaria de Santarém foi comandado por Salgueiro Maia, tendo sido desviado para o Largo do Carmo.
7 – A história mais contada sobre o porquê desta revolução ter ficado conhecida como a revolução dos cravos é a seguinte. Celeste Caeiro era empregada de um restaurante na zona do Marquês de Pombal, em Lisboa. Na altura do golpe, ela transportava consigo um molho de cravos vermelhos. Como não tinha comida ou cigarros para oferecer aos militares, ela partilhou com eles os cravos que os soldados acabaram por colocar no cano da espingarda.
8 – A revolução dos cravos é, também, sinónimo de uma revolução pacífica. Contudo, conta-se que a fragata Almirante Gago Coutinho se encontrava junto da Praça do Comércio e tinha ordens para abrir fogo na manhã do dia 25 de abril. Porém, como a Praça se encontrava repleta de civis, essa ordem não foi cumprida.
9 – Apesar de tranquila, a revolução do 25 de abril contou algumas vítimas. No final deste dia, alguns populares deslocaram-se à sede da PIDE, em Lisboa, e exigiram o fim da mesma. Nessa altura, os seus dirigentes dispararam contra a população, havendo registo de 4 mortos e alguns feridos.
10 – Numa época em que não havia internet, a comunicação e as notícias chegavam a velocidades diferentes aos vários pontos do país. Por isso, sobretudo as zonas rurais, foram mais tarde visitadas por representantes do MFA que aí foram dar conhecimento das novas ideias e das mudanças que estavam e iam ocorrer no país.
11 – No final do dia 25 de abril, um chaimite de fabrico português chamado BULA – veículo blindado produzido pela marca Bravia – entrou no quartel do Carmo para retirar Marcelo Caetano e os seus ministros em segurança, levando-os para o quartel da Pontinha.
12 – Embora não existam provas, algumas publicações e relatos dão a entender que a agência norte-americana possa ter estado envolvida na revolução do 25 de abril ou que, pelo menos, estivesse a para das movimentações dos militares portugueses e à possibilidade de ocorrer um golpe militar.
13 – Até ao final do mês de abril de 1974 foram libertados os presos políticos do Forte de Caxias, do Forte de Peniche e da prisão do Tarrafal, em Cabo Verde.
14 – Existem vários filmes e documentários sobre este acontecimento que marcou a história recente do nosso país. Talvez um dos mais conhecidos seja “Capitães de abril”, de 2000, realizado por Maria de Medeiros e cuja ação foca os principais momentos do dia 25, assim como a missão de Salgueiro Maia.
15 – O primeiro Presidente da República após o 25 de abril foi António de Spínola, cargo que ocupa entre 15 de maio de 1974 e 30 de setembro de 1974, altura em que é substituído pelo general Costa Gomes.
Vivi o 25 de abril porque lutei contra Franco e Salazar e esteve a acompanhar enterramentos e com portugueses exilados em Paris denunciando as ditaduras. Spínola foi dizer a Franco que a revolução de abril não aceitaria a sua ditadura mas militares da UMD união de militares democratas contactaram com Otelo e foram presos fizemos uma manif em Ponte Vedra reprimida pela polícia fascista pedindo a liberdade dos militares da UMD e em Vigo. Os cravos vermelhos estavam em avião para Holanda e se usaram para a revolução do 25 de abril que nunca mais voltará como a Liberdade. Como jurista e humanista acho que Portugal já não é Portugal mas Viva a Liberdade. Cumprimentos de abril LIVRE
A minha liberdade do 25 de Abril foi prenderem-me e soltarem-me 15 dias depois sem qualquer acusaçao ou justificaçao.
Viva a liberdade socialista/comunista