Ao longo dos séculos, as profecias têm sido um espelho do medo e da fé humanas — visões que ora nos inspiram esperança, ora nos mergulham num mar de inquietações. Entre o mistério e o sobrenatural, há nomes que permanecem gravados na memória coletiva, como faróis de um futuro incerto. Nostradamus e Baba Vanga são, sem dúvida, os mais icónicos entre os videntes da História. E ambos parecem ter apontado, ainda que em tempos distintos, para um mesmo ano fatídico: 2025.

Nostradamus: O eco sombrio de um futuro cruel
Michel de Nostredame, mais conhecido como Nostradamus, foi um médico e astrólogo francês do século XVI. As suas previsões, reunidas na obra Les Prophéties (1555), continuam a intrigar o mundo quase meio milénio após a sua morte. A sua fama cresceu por alegadamente ter antecipado eventos de impacto global, como o holocausto nuclear em Hiroshima e Nagasaki, o atentado de 11 de setembro, a ascensão de Hitler, o assassinato de John F. Kennedy, e até a pandemia de Covid-19.
Mas é nas profecias que envolvem o ano de 2025 que a inquietação ganha contornos mais sombrios. Os estudiosos interpretam algumas das suas quadras como presságios de uma nova vaga de guerra e uma epidemia devastadora na Europa.
Uma das quadras mais citadas é:
“Por ferro, fogo, peste e cativeiro, / O século renascerá com grandes desgraças. / As cabeças do leste causarão temor, / E o sangue correrá em terras dos mares frios.”
(Century II, Quatrain 46)
Para muitos, esta visão refere-se a conflitos provocados por potências orientais e à combinação de guerra e doença, que devastarão o continente europeu. A menção à “peste” e ao “cativeiro” sugere não apenas sofrimento físico, mas também opressão e colapso social.
Outra quadra frequentemente associada a 2025 afirma:
“Praga antiga revivida surgirá, / Com nova fúria que aos céus gritará. / Povo sem lei espalhará o medo, / E das cinzas surgirá um novo segredo.”
(interpretação atribuída a textos de Century VIII)
Este texto é interpretado como uma referência ao ressurgimento de uma doença erradicada ou à mutação de um vírus desconhecido, agravada pela instabilidade provocada por guerras e deslocações forçadas de populações.

Baba Vanga: A vidente cega que previu o caos
Do outro lado da Europa, Baba Vanga, a misteriosa vidente búlgara, continua a ser tema de fascínio e controvérsia. Cega desde a infância, Vanga terá feito previsões com uma precisão que assombra até os mais céticos. Entre os eventos atribuídos às suas visões estão a queda das Torres Gémeas, o acidente de Chernobyl, e a guerra na Ucrânia, iniciada em 2022 — tudo mencionado décadas antes de acontecer.
Para 2025, Baba Vanga terá anunciado um “desastre de proporções inimagináveis” para a Europa. Embora as suas palavras sejam escassas e muitas vezes apenas conhecidas por relatos orais ou através dos seus seguidores, uma das frases mais repetidas é:
“Vejo fogo e água cobrirem o continente. Vejo povos em fuga, doenças a espalharem-se com o vento. A grande sombra do urso acordará — e nada voltará a ser como antes.”
A “sombra do urso” é frequentemente interpretada como uma metáfora para a Rússia, e a combinação de fogo, água e doenças remete tanto para catástrofes naturais como para conflitos militares e epidemias.
Será coincidência… ou destino?
Quando dois videntes separados por séculos — um na França renascentista, outro na Bulgária do século XX — apontam para o mesmo ano como palco de tragédias profundas, é inevitável sentir um arrepio. Estaremos perante uma coincidência alimentada pelo medo dos tempos modernos? Ou haverá, nas palavras desses visionários, um eco real de algo que se aproxima?
A história ensinou-nos que os grandes momentos de viragem muitas vezes foram precedidos por sinais ignorados. Profecias, por mais místicas que pareçam, podem ser também um reflexo das inquietações humanas mais profundas — aquelas que nem a ciência nem a razão conseguem apagar.
O ano de 2025 está aqui. Guerras, pandemias, desastres naturais — temas que já fazem parte do nosso quotidiano, mas que ganham novas dimensões quando vistos à luz destas previsões. Se são verdades absolutas ou apenas metáforas poéticas, ninguém pode afirmar com certeza.
Mas talvez a pergunta mais inquietante não seja “vai acontecer?”, e sim:
Estamos preparados, emocional, política e espiritualmente, para o que poderá acontecer?