Fernando Pessoa é, sem dúvida, uma das figuras mais emblemáticas da literatura portuguesa. Dono de uma genialidade única, o poeta deixou um legado inigualável que continua a inspirar gerações em todo o mundo. Contudo, a sua vida vai muito além dos versos e poemas que o tornaram imortal. Repleta de mistérios, hábitos curiosos e episódios intrigantes, a trajetória de Pessoa revela facetas de um homem profundamente complexo e à frente do seu tempo.
Sabia que Pessoa tinha uma paixão quase obsessiva por astrologia? Ou que criou dezenas de heterónimos, cada um com uma biografia própria? E que o seu reconhecimento como um dos maiores poetas do mundo só aconteceu após a sua morte? Estes e outros factos extraordinários mostram-nos um Fernando Pessoa que continua a surpreender, mesmo tantos anos após a sua partida.
Neste artigo, convidamo-lo a descobrir 15 curiosidades fascinantes sobre Fernando Pessoa, um génio que transcendeu fronteiras e géneros literários, e cuja vida pessoal é tão enigmática quanto a sua obra. Prepare-se para se surpreender!
1. Fascínio pela astrologia
Fernando Pessoa era um verdadeiro entusiasta da astrologia. Passava horas a estudar mapas astrais e a traçar os horóscopos de amigos, parentes e até figuras históricas. Acreditava profundamente na influência dos astros e usava este conhecimento para orientar as suas escolhas e interpretações do mundo.
2. Um encontro perdido com Cecília Meireles
Quando Cecília Meireles visitou Portugal, o seu maior desejo era conhecer Fernando Pessoa. Contudo, o poeta não compareceu ao encontro marcado, deixando-a à espera por quase duas horas. Mais tarde, deixou no hotel de Cecília um livro acompanhado de uma carta, onde pedia desculpas e justificava a sua ausência com base numa leitura astrológica que indicava que não deveriam encontrar-se naquele dia.
3. A magia dos heterónimos
Fernando Pessoa criou vários heterónimos, cada um com uma identidade, estilo e biografia próprios. Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos são os mais famosos, mas ao todo, estima-se que tenha criado mais de 70. A utilização de heterónimos permitia-lhe explorar diferentes vozes e perspetivas, enriquecendo a sua produção literária.
4. Uma chegada atrasada com justificação criativa
Num encontro com o escritor José Régio, Pessoa chegou atrasado e, em vez de uma desculpa comum, afirmou que era Álvaro de Campos e que Fernando Pessoa não pudera comparecer. Esta anedota reflete o quanto os seus heterónimos faziam parte da sua vida quotidiana.
5. Interesses esotéricos
O poeta tinha um profundo interesse por esoterismo, maçonaria e pela fraternidade Rosacruz. Além disso, admirava o controverso mago britânico Aleister Crowley, com quem manteve correspondência. Crowley chegou a visitar Lisboa, numa viagem que culminou numa encenação de suicídio inspirada por Pessoa.
6. Publicações em inglês
Durante a sua vida, Fernando Pessoa publicou apenas quatro obras, sendo três delas em inglês. Esta preferência deve-se à sua formação na África do Sul, onde o inglês era a sua segunda língua. Apenas uma década depois é que publicou o seu primeiro livro em português.
7. Entre os gigantes da cultura europeia
Em 2008, o Bureau Internacional das Capitais da Cultura incluiu Fernando Pessoa na lista das 50 personalidades mais influentes da cultura europeia, ao lado de figuras como Da Vinci, Mozart e Einstein.
8. Uma morte envolta em mistério
Fernando Pessoa faleceu em 1935, aos 47 anos. Embora a causa oficial de morte tenha sido registada como “obstrução intestinal”, sabe-se que sofria de cirrose hepática, fruto de anos de consumo excessivo de álcool.
9. Inglês como segunda língua
Tendo sido criado na África do Sul, Pessoa dominava o inglês com fluência. Os seus primeiros poemas foram escritos nesta língua, e a sua formação britânica influenciou profundamente a sua visão de mundo e produção literária.
10. A introdução de Plutão na astrologia
Diz-se que foi Pessoa quem introduziu Plutão em mapas astrológicos, antecipando a descoberta oficial do planeta em 1930. Esta ligação entre poesia, astrologia e ciência mostra a sua mente à frente do seu tempo.
11. Um homem de muitas profissões
Além de poeta, Fernando Pessoa foi jornalista, tradutor, crítico literário, editor, publicitário e até inventor. Em paralelo, dedicava-se ao ativismo político, demonstrando um espírito multifacetado e inquieto.
12. Reconhecimento tardio
Apesar de ser um gênio literário, Fernando Pessoa apenas alcançou reconhecimento póstumo. Faleceu em 1935, mas o interesse pelas suas obras só floresceu nos anos 1940, quando os seus poemas começaram a ser traduzidos e disseminados pelo mundo.
13. Um ritual peculiar para escrever
Antes de começar a escrever, Pessoa afiava os seus lápis com uma precisão quase obsessiva. Além disso, tinha o hábito de escrever de pé, um detalhe curioso que reflete o seu perfeccionismo.
14. Grandes amizades literárias
Pessoa cultivou amizades com outros grandes nomes da literatura portuguesa, como Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro. Este último manteve uma intensa correspondência com Pessoa até ao seu trágico suicídio, em 1916.
15. Um prémio marcante
Em 1903, Pessoa candidatou-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Embora não tenha obtido uma boa classificação geral, destacou-se no ensaio de estilo inglês, conquistando o Queen Victoria Memorial Prize, um feito notável entre 899 candidatos.
Conclusão
Fernando Pessoa foi muito mais do que um poeta; foi um visionário, um pensador e uma figura multifacetada cuja vida continua a intrigar e a inspirar. Estas curiosidades revelam um pouco mais da genialidade e dos paradoxos deste gênio, cuja obra permanece atemporal. Qual destas curiosidades mais o surpreendeu? Partilhe connosco nos comentários!