Fique a conhecer melhor uma região portuguesa que revela grande singularidade. Descubra 12 fascinantes curiosidades sobre Trás-os-Montes.
Portugal tem várias regiões. Muitas são descritas como incríveis e, entre elas, encontramos umas que são mais populares. Trás-os-Montes é frequentemente desvalorizada ou esquecida. No entanto, muitos desconhecem a sua grande riqueza.
Existem diversas características que tornam Trás-os-Montes numa região verdadeiramente memorável. Existe muito para conhecer e para descobrir nesta região que se encontra no extremo norte do país. Trás-os-Montes está presente num espaço isolado, remoto, por vezes selvagem, mas esconde diversos tesouros.
Por isso, curiosidades não faltam que ajudam a perceber que estamos perante uma região única.
12 fascinantes curiosidades sobre Trás-os-Montes
1 – Rio de Onor, a aldeia Comunitária
Esta aldeia é especial. As suas características singulares contribuíram para que Rio de Onor fosse eleita uma das 7 aldeias maravilha de Portugal (“Aldeias em Áreas Protegidas”). Nesta aldeia, permanecem vivos os valores de outros tempos. Ainda estão presentes os resquícios do comunitarismo medieval.
Rio de Onor tem uma alma-gémea, uma aldeia irmã. A aldeia divide-se entre os dois países da Península Ibérica. Enquanto Rio de Onor se encontra no lado português, a sua aldeia irmã está situada no lado espanhol e tem o nome de Rihonor de Castilla.
Rio de Onor é uma aldeia comunitária. Os habitantes entendem bem o que é a partilha e a irmandade. As suas gentes fazem por partilhar as suas riquezas: o forno, o moinho e as terras.
2 – O primeiro monumento civil em Portugal
Este monumento encontra-se junto ao Castelo de Bragança. O Domus Municipalis destaca-se por ser o único exemplar de arquitetura civil em estilo Românico na Península Ibérica. Neste espaço, eram tomadas decisões pelos “homens bons”, devido à distância da capital Real.
Os “homens bons” tinham terrenos e eram consideradas pessoas de grande sabedoria. A população da região reunia-se neste espaço para resolver os problemas da cidade. Enquanto o povo esperava pela decisão, ia arranjando forma de passar o tempo. Dentro do edifício, encontram-se dois jogos-do-galo gravados na pedra…
3 – O casamento secreto de D. Pedro e de D. Inês de Castro
Segundo a lenda, D. Pedro e D. Inês de Castro casaram-se em segredo. O casamento terá acontecido em Bragança, embora nunca tenha ficado provado. O momento terá acontecido na igreja de S. Vicente, que se encontra fora das muralhas da cidade.
4 – Os castelos locais são comunicantes
Na região de Trás-os-Montes, é possível visitar 6 castelos. São eles: Algoso, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Penas Róias, Vinhais. Estas fortificações ajudam a explicar um pouco da riqueza histórica da região.
São construções bastante antigas. Elas remontam à fundação de Portugal e situam-se entre o século XII e o século XIII. Estas fortificações foram reabilitadas ao longo dos séculos. Estes castelos são comunicantes. Num dia de sol, há linhas comunicantes entre os castelos.
Esta proximidade era valiosa na época medieval, pois permitia lançar o alerta em caso de perigo. Assim, caso fosse necessário, uns poderiam ir em auxílio dos outros.
5 – Esta é única região com verdadeira viticultura de montanha
Trás-os-Montes é o fim do mundo português. Esta é uma região selvagem que tem caraterísticas únicas e uma beleza apaixonante. O nome da região é autoexplicativo.
Trás-os-Montes é a única região com verdadeira viticultura de montanha em termos edafoclimáticas. É uma região toda formada por estruturas montanhosas de 350 a 650 m de altitude.
Trás-os-Montes apresenta um clima de fortes contrastes. Esta região regista amplitudes térmicas que são das mais pronunciadas do país. Estas características ímpares permitem um amadurecimento mais lento, algo que concede tempo suficiente para o desenvolvimento de precursores aromáticos e permite uma menor degradação dos ácidos do doce néctar.
6 – A obra “Trás-os-Montes” (1976)
Muitos desconhecem, mas há uma obra que procura dar a conhecer um pouco mais sobre esta região. O documentário ficcional “Trás-os-Montes” (1976) de António Reis e de Margarida Cordeiro revela-se uma interessante obra que todos os apaixonados por Trás-os-Montes deveriam conhecer.
Esta obra visa transmitir as raízes históricas ancestrais de uma tradição galaico-portuguesa. Na obra, está apresentada uma história que denuncia o empobrecimento da área e a evasão da população.
Neste documentário, está presente Trás-os-Montes, no seu lirismo e nas suas riquezas. Na obra, surgem as riquezas naturais e outras: o seu folclore, dialetos, danças e cantos. Esta obra revela-se um exercício onde é impossível distinguir o que é do imaginário e o que é dos factos. É uma proposta que visa revitalizar e reviver a região de Trás-os-Montes.
7 – Em Trás-os-Montes, o sol nasce mais cedo
Paradela é uma povoação presente em Trás-os-Montes que tem uma particularidade. Como esta aldeia fica presente no ponto mais oriental de Portugal, esta aldeia transmontana tem o privilégio de ver primeiro o sol a nascer.
É em Paradela que o sol nasce mais cedo. O Miradouro da Penha das Torres é uma atração desta freguesia e revela-se o melhor local para apreciar o pôr do sol mais matutino do país. Além do sol também se contempla uma paisagem deslumbrante, com destaque para as vistas sobre o rio Douro.
O parque de merendas é um espaço perfeito para uma refeição em família, nomeadamente para um pequeno-almoço… Fica a sugestão!
8 – Trás-os-Montes tem um azeite do melhor que há
Não é só no Alentejo que há oliveiras a dar origem a bom azeite. Na Terra Quente transmontana, não só existem muitas oliveiras, como elas dão origem a um produto de qualidade inegável. O azeite produzido na região encontra-se entre os melhores do mundo. Nesta região, existem várias marcas de azeite que foram premiadas.
Entre as mais populares estão o azeite da Casa de Santo Amaro, o azeite da Porca de Murça e o azeite de João das Barbas. O azeite transmontano apresenta uma qualidade incomum, existindo até a certificação DOP (Denominação de Origem Protegida). Todos os anos são produzidos cerca de 100 milhões de quilos de azeitona.
9 – O pelourinho pagão de Bragança
O Castelo de Bragança é uma atração por si só. No entanto, o pelourinho que se encontra junto à fortificação é outra atração encantadora. Trata-se de um elemento católico da época quinhentista.
Existe um elemento inesperado no espaço. Foi colocada uma estátua pagã bem mais antiga para suportar o pelourinho. Este elemento assemelha-se a um porco perfurado. É a “porca da vila“ como os locais lhe chamam. Um símbolo que representa a fertilidade masculina.
O Pelourinho de Bragança é mesmo um dos mais antigos de Portugal. O Pelourinho apresenta uma tipologia própria da região nordestina. Este monumento revela-se símbolo da autonomia e do poder senhorial.
O Pelourinho local é composto por uma base proto-histórica (500 anos a.C.), em forma de berrão, espaço onde uma coluna datada do séc. XII ou XIII assenta. Ela está decorada no topo com o berrão lusitano, conhecido por “Porca da Vila”. Este elemento integrava um culto dos povos primitivos de Trás-os-Montes, que eram caracterizados por ter uma economia agropastoril.
10 – Os Mascarados transmontanos
A cultura de Trás-os-Montes sempre foi muito rica e permanece bem viva. Na região, é comum ver pessoas mascaradas. Podemos confirmá-lo com os Caretos, Chocalheiros, Sécias, Farandulos, entre outros.
A Festa dos Rapazes é uma das festividades dos mascarados mais populares. Esta festividade tem origem pagã, começando por ser um culto ligado ao solstício de inverno. No entanto, mais tarde, foi adaptado e integrado pelo Cristianismo. Nesta festa, apenas podem participar membros até aos 16 anos e todos têm de ser do sexo masculino.
A Festa dos Caretos é outra das festividades associadas aos mascarados, sendo uma festividade de origem celta. Este culto está associado ao fim do inverno, e é uma festividade celebrada no dia Carnaval. Durante esse dia, os rapazes que sejam solteiros passeiam pelas ruas e com os seus trajes excêntricos vão criando algazarra.
11 – Trás-os-Montes: Terra Fria e Terra Quente
A região de Trás-os-Montes encontra-se dividida entre Terra Fria e Terra Quente. A Terra Fria é a parte que corresponde à região nordeste transmontana.
Nesta parte, estão incluídas as terras: Bragança, Vinhais, Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro. Na Terra Quente, encontram-se os seguintes concelhos: Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços e Vila Flor.
A divisão feita nestes moldes consiste numa separação puramente morfológica. Existem os campos povoados de castanheiros na Terra Fria, enquanto na Terra Quente existem oliveiras, maioritariamente.
12 – As Amendoeiras em Flor em Trás-os-Montes
Trás-os-Montes, na Primavera, revela-se uma região particularmente bela. Ela tem nas amendoeiras em flor a sua imagem de marca. Todos os anos contempla-se um cenário deslumbrante no início de março. Os campos apresentam-se mais belos que nunca, assumindo tons de rosa e branco.
Em terras como Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Flor, existem festas da amendoeira em flor, que visam celebrar a chegada das temperaturas mais amenas. A CP – Comboios de Portugal aproveita o cenário encantador para organizar uma deslocação especial que acontece aos sábados de março.
Os passeios por esta região têm como ponto de partida a cidade do Porto. Se deseja viver essa experiência, saiba mais informações, aqui.