Descubra se o vinho tinto pode combater o envelhecimento neuronal. O consumo de vinho é um hábito comum para boa parte da população portuguesa. São várias as famílias que colocam vinho a acompanhar as refeições. Uns optam por vinho tinto, outros por branco. Embora haja quem não beba vinho, a verdade é que este está completamente integrado no nosso quotidiano. Tem sido importante para a afirmação do país lá fora. São vários os méritos conseguidos, várias as medalhas conquistas e inúmeros os elogios recebidos. Um país tão pequeno com vinho de tanta qualidade é raro.
Contudo, em Portugal, não há apenas bons produtores. Há também muitos e bons apreciadores. A verdade é que o vinho tinto, além de ser uma bebida bastante agradável, tem revelado ser bastante benéfica para a saúde. São vários os estudos que demonstram diversos benefícios para o nosso corpo.
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Vinho tinto pode combater envelhecimento neuronal?
No Instituto de Investigação Virginia Tech Carilion, EUA, foi descoberto por uma equipa de investigadores que o vinho tinto contém um composto que proporciona o mesmo benefício neuroprotetor (segundo os investigadores, os mesmos benefícios neuroprotetores são igualmente oferecidos pelo metformina, um fármaco frequentemente prescrito como tratamento da diabetes de tipo 2) que é oferecido pela prática de exercício físico e pelo seguimento de uma dieta de poucas calorias. Esse componente chama-se resveratrol e pode ser encontrado no vinho tinto, mas também nas uvas e noutros frutos.

O estudo
Num estudo conduzido por esta equipa de investigadores foi demonstrado que este composto chamado resveratrol permite preservar as fibras musculares à medida que o envelhecimento se vai acentuando e que, além disso, contribui para proteger as ligações entre os neurónios (são denominadas sinapses), nomeadamente contra os efeitos negativos decorrentes do envelhecimento.

Análise
Gregorio Valdez, que é um dos professores assistentes que faz parte dos quadros profissionais daquela instituição, referiu “Todos nós ficamos mais lentos à medida que vamos envelhecendo”.
Dando o devido seguimento às consequências do envelhecimento, Gregorio prosseguiu: “A marcha, problemas de equilíbrio e a coordenação motora limitada contribuem para problemas de saúde, acidentes, falta de mobilidade e uma menor qualidade de vida (…). Acredito que estamos perto de desvendar os mecanismos que fazem diminuir a degeneração dos circuitos neuronais causados pela idade”.

Experiência
Os dados conseguidos só foram possíveis depois da equipa de investigadores recorrer a ratinhos idosos (com dois anos de idade). Ao longo de um ano, esta equipa de investigadores tentou perceber os efeitos de resveratrol, analisando as sinapses essenciais para o movimento voluntário, denominadas junções neuromusculares.
Estas sinapses veiculam os comandos motores dos neurónios. O exercício físico e uma dieta saudável geram diversos benefícios e o que ficou demonstrado por esta equipa de investigadores é que o resveratrol exerce o mesmo efeito benéfico sobre as sinapses de junção neuromuscular.

Descoberta
Outra descoberta realizada por esta equipa de investigadores foi de que a metformina (que como referimos é um fármaco usado no tratamento da diabetes de tipo 2) contribui para desacelerar o índice de envelhecimento da fibra muscular.
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Este fármaco, metformina, não demonstrou ter o mesmo efeito significativo sobre o envelhecimento das junções neuromusculares. No entanto, poderá, de acordo com Gregorio Valdez, proteger as sinapses com dosagens diferentes.

Moderação
Seja responsável, beba com moderação. De forma a ter um envelhecimento com qualidade, pode ajudar fazer um consumo moderado de vinho. Contudo, beber mais do que um copo por dia é sinónimo de perda dos benefícios gerados. Aliás, acontece mesmo o oposto, surgindo malefícios.
Por isso, o investigador não deixou de ressalvar que, apesar do resveratrol gerar benefícios, devemos bebê-lo moderadamente, até porque a quantidade de resveratrol presente na bebida é até reduzida, quando comparada com outros produtos, como as cascas e as sementes das uvas ou os amendoins, entre outras opções.