Todos os anos são publicados diversos estudos científicos que revelam informações preciosas sobre o rumo da ciência. Anualmente, há progressos em diversas áreas, com a publicação de novos artigos científicos que podem levar a que se olhe com esperança para o combate a determinadas doenças. Recentemente, um estudo publicado revelou que um antioxidante presente no vinho tinto pode ajudar a prevenir o Alzheimer. Fique a saber mais.
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Descubra se o vinho tinto pode ajudar a prevenir o Alzheimer

A fonte
Uma equipa de investigadores provenientes da Universidade Rush, em Chicago, nos Estados Unidos da América, publicou um estudo que revela que os flavonoides são uma substância que colabora para a saúde do cérebro. Este facto permite concluir que estes antioxidantes presentes em determinados alimentos podem contribuir para a redução do risco de Alzheimer.
Alimentos
Os flavonóides são antioxidantes que estão presentes em diversos alimentos como frutas
(nomeadamente peras, uvas e laranjas), chá preto, legumes, hortaliças, folhas verde-escuras, vinho tinto. Estes alimentos têm em comum os flavonóides, sendo estes antioxidantes benéficos, pois revelam ser poderosos aliados da nossa saúde, nomeadamente no combate à inflamação, à oxidação das células e aos radicais livres.

Universo de dados
A equipa de investigadores analisou a informação recolhida ao longo de 12 anos. Durante este processo, a equipa de cientistas rastreou a saúde de 900 idosos. Ao longo desta investigação, os investigadores constataram que as pessoas que tomavam diariamente uma chávena de chá preto por dia apresentavam um risco mais reduzido de desenvolver Alzheimer. Tal como o chá preto, outros alimentos apresentaram semelhantes benefícios para a saúde, nomeadamente o azeite, as laranjas e os brócolos.
Alertas dos investigadores
Saber que estes alimentos podem beneficiar a saúde, não pode levar à conclusão de que
integrar estes alimentos na dieta seja suficiente para prevenir a enfermidade. É um erro pensar dessa forma. Thomas Holland, que é investigador e o autor líder deste estudo, alerta para o facto de ser indispensável realizar mais investigação para confirmar a descoberta, não deixando de frisar que quem pretende envelhecer bem deve optar por uma alimentação saudável.
Thomas Holland informou: “Comer mais frutas e vegetais e beber mais chá pode ser uma maneira muito barata e fácil para ajudar as pessoas a evitar o Alzheimer. Com a população idosa crescendo mundialmente, qualquer diminuição no número de pessoas com essa doença devastadora ou até mesmo o atraso desta em alguns anos, pode gerar um benefício enorme para a saúde pública.”

Flavonóides
Os flavonóides são os antioxidantes que neste estudo se revelam extremamente valiosos. Interessa, por isso, saber como eles funcionam. Eles partem-se em quatro compostos distintos com ação antioxidante. São eles: canferol (presente no chá preto, em vegetais verde-escuro, nomeadamente brócolos e espinafre), isoramnetol (presente no azeite, no molho de tomate, em peras e no vinho tinto), miricetina (presente em laranjas, kale, tomate chás e vinho tinto) e quercetina (presente nas maçãs).
Redução do risco
Destas quatro substâncias, a quercetina revelou ser a única substância que não trouxe benefícios, não havendo impacto que levasse a uma redução do risco de desenvolver Alzheimer. O canferol contribui para diminuir o risco de demência em 51%, sendo por isso o mais poderoso no que diz respeito à prevenção do Alzheimer. O mesmo efeito positivo é revelado pelo isoramnetol e pela miricetina. No entanto, a percentagem de ambas é de “apenas” 38%.

Processo
Este trabalho de investigação levou em linha de conta diversas variáveis, nomeadamente o estilo de vida dos indivíduos e predisposições genéticas e demográficas. Os mais de 900 pacientes foram acompanhados ao longo de 12 anos. Neste estudo, as pessoas realizavam anualmente check-ups de saúde. Os exames realizados levaram a dados que foram preciosos para se desenvolver algumas conclusões.
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Os pacientes que consumiam diariamente 15,3 mg de flavonoides tinham 48% menos possibilidades de desenvolver Alzheimer, quando comparados a outros pacientes que apenas consumiam diariamente cerca de 5,3 mg. Este processo permitiu concluir que basta uma chávena de chá preto para obter a quantidade ideal de antioxidantes para beneficiar a redução do risco do desenvolvimento da doença.

Dados
Houve uma divisão em dois grupos. Um consumia uma dose diária mais alta, enquanto outro grupo consumia uma dose diária mais reduzida.
Ao longo da investigação, entre os pacientes do grupo que consumiam poucos flavonóides, de um universo de 182 pessoas considerados como prevenidos da doença, 54 pacientes adoeceram, o que representa 30% do grupo. Já no grupo que consumia bem mais flavonóides, das 186 pessoas que eram considerados como prevenidos da doença, um total de 28 desenvolveram demência de algum tipo, o que equivale a 15%, o que é sensivelmente metade dos resultados apresentados pelo outro grupo!