O vinho tinto e frutos vermelhos possuem características muito próprias. Ambos os produtos têm propriedades benéficas para a saúde mental.
Uma taça de vinho tinto por dia faz maravilhas. São vários os estudos que revelam diversos benefícios que são gerados pelo consumo moderado da bebida alcoólica. Recentemente, também foi revelado que o vinho tinto e os frutos vermelhos previnem doenças mentais.
Tanto o vinho tinto como os frutos vermelhos possuem características muito próprias, contendo propriedades muitos específicas que se revelam particularmente enriquecedoras para a nossa saúde. Fique a conhecer mais sobre estes produtos que podem prevenir doenças mentais.
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Vinho tinto e frutos vermelhos previnem doenças mentais

Cintesis
Uma equipa de Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) divulgou a conclusão de uma das investigações realizada pelo centro de investigação presente em Portugal.
A alimentação pode prevenir doenças mentais e, entre os alimentos mais benéficos para a saúde mental, estão o vinho tinto e os frutos vermelhos.
Saiba mais sobre o estudo, aqui.
Missão
A missão do Cintesis visa encontrar no curto prazo respostas e soluções para problemas de saúde concretos, levando em linha de conta o binómio custo/eficácia. Esta Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) está sediada na Universidade do Porto. O Cintesis,
que congrega 500 investigadores e conta com sete ‘spin-offs’, colabora ainda com outras Universidades (nomeadamente Algarve, Aveiro, Madeira, Nova de Lisboa), bem como com a Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Alimentação
Os investigadores do Cintesis divulgaram a descoberta de que tanto o vinho tinto, como os frutos vermelhos contêm substâncias que contribuem para um melhor funcionamento da flora intestinal. Esse facto leva a que haja uma redução da inflamação, contribuindo assim para a prevenção da depressão e das doenças neurodegenerativas.
A conclusão
“O consumo regular de frutos vermelhos ou vinho tinto pode ter um papel importante na regulação da microbiota intestinal, na diminuição da inflamação, na prevenção da depressão e no combate à demência e outras doenças neurodegenerativas, pela presença de uma classe particular de compostos nestes alimentos (antocianinas)”.

Vinho tinto e frutos vermelhos
De acordo com os investigadores do Cintesis: “a hipótese deste tipo de substâncias, denominadas pré-bióticos e psicobióticos, induzirem o crescimento de bactérias benéficas no intestino, interferindo com a inflamação no cérebro, abre caminho a uma nova estratégia terapêutica para a prevenção e tratamento de doenças neuropsiquiátricas tão prevalentes na população, como a ansiedade e a depressão”.
O estudo
A equipa foi responsável pela realização de uma série de estudos que visaram avaliar a relação entre o tipo de alimentação e o próprio cérebro, levando em linha de conta a composição da microbiota intestinal, o conjunto de micróbios que habitam o intestino.
A pessoa responsável pela investigação e que liderou a equipa foi Conceição Calhau, uma investigadora do Cintesis e professora da Nova Medical School.
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1ª fase
Os animais foram importantes, pois permitiram aos cientistas mostrar que uma dieta que seja rica em gordura saturada pode alterar negativamente a composição da microbiota intestinal. Tal alimentação que leva a uma diminuição de bactérias benéficas e a um aumento de substâncias inflamatórias, induz a inflamação no cérebro.
Explicação
Uma das investigadoras do Cintesis explicou isso mesmo: “os efeitos de uma dieta rica em gordura saturada vão para além da obesidade e da resistência à insulina, precursora da diabetes. Uma alimentação desequilibrada vai alterar a microbiota intestinal e induzir um estado de inflamação generalizada. Esta inflamação, quando é crónica, pode resultar em alterações a nível cerebral, contribuindo para o desenvolvimento da disfunção neurológica e de uma série de doenças, como a depressão”, disse Cláudia Marques, uma das envolvidas neste trabalho.

2ª fase
A equipa testou, então, a eficácia do consumo crónico de antocianinas. Nesta segunda fase, a equipa testou o papel desta substância, presente em frutos de cor vermelha, na prevenção do desequilíbrio da microbiota intestinal e da inflamação a nível cerebral.
Modelo animal
A amora é um fruto com riqueza em antocianinas. Foi demonstrado no modelo animal que a ingestão continuada de extrato de amora permite melhorar a microbiota intestinal e ainda reduzir a inflamação no cérebro (sendo que esta está subjacente às complicações neurológicas associadas à obesidade).
Modelo humano
O impacto de um ‘puré’ de amora também foi testado em humanos. Foi realizado um ensaio clínico onde foi comparado o impacto criado pelo puré da fruta vermelha quando ingerido quer na presença, quer na ausência de álcool, comprovando assim os benefícios da substâncias antocianinas, presentes nas amoras e noutros frutos vermelhos.

Resultados
Cláudia Marques, investigadora do Cintesis, sublinhou: “Os resultados sugerem que o consumo do ‘puré’ de amora com álcool aumenta os níveis de antocianinas no sangue. Contudo, são necessários mais estudos para perceber se os indivíduos com excesso de peso ou obesidade podem efetivamente beneficiar do consumo de alimentos contendo simultaneamente antocianinas e álcool, como é o caso do vinho tinto”.
Dados úteis sobre o Cintesis
Morada: Rua Dr. Plácido da Costa, s/n 4200-450, Porto, Portugal
Contactos:
Telefone: +351 225 513 622
E-mail: [email protected]
Sítio: www.cintesis.eu