Tanto o vinho tinto, como o chá verde, possuem compostos benéficos para a saúde. Todos nós já tivemos a oportunidade de beber chá. Muitos de nós também já beberam vinho tinto. Uns são consumidores frequentes destas duas bebidas, outros são ocasionais. O que poucos sabem é que tanto um, como outro produto, podem vir a tornar-se de grande importância, pois estão a ser feitas descobertas de grande relevância sobre eles. Existem investigações que têm por base compostos presentes nestas bebidas que podem revolucionar a vida de muitas pessoas que sofrem de algumas doenças metabólicas hereditárias. Segundo uma investigação recente, compostos do vinho tinto e chá verde bloqueiam a formação de metabólitos tóxicos.
Quer saber mais sobre as consequências desta descoberta?
Vinho tinto e chá verde são benéficos para a saúde

Doenças metabólicas hereditárias
As doenças metabólicas hereditárias surgem, pois a grande maioria das pessoas que as tem herdou ou nasceu com aquilo a que se pode chamar de um gene defeituoso, que está na origem de uma deficiência presente numa enzima vital.
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Para este tipo de doença (ainda) não existe cura, portanto essa realidade implica que muitos dos que padecem dela sejam obrigados a realizar muitos sacrifícios. Realizar uma dieta extremamente rigorosa e exigente ao longo de toda a vida é algo que muitos doentes com perturbações metabólicas congénitas necessitam fazer.

O estudo
Um novo estudo liderado pelos investigadores Ehud Gazit e Shira Shaham-Niv levou à descoberta de algo que se pode revelar extremamente importante para muitas pessoas. Os investigadores da Universidade de Tel Aviv, Israel, constataram que determinados compostos conseguem bloquear a formação de metabólitos tóxicos, nomeadamente compostos que podem ser encontrados naturalmente em produtos como o vinho tinto e o chá verde.

A investigação
A investigação desencadeada por estes dois investigadores centrou-se em dois compostos.
O composto que pode ser encontrado no vinho tinto é o ácido tânico. Deste sabe-se que previne a formação de estruturas amiloides tóxicas que estão na origem de doenças neurodegenerativas (como o Alzheimer e o Parkinson).
O composto que pode ser encontrado no chá verde é o galato de epigallocatechin (cuja sigla em inglês é EGCG).

Os investigadores
Shira Shaham-Niv, uma das investigadoras a liderar este estudo, explicou: “No caso de doenças metabólicas congénitas, o corpo não produz uma enzima metabólica vital”. A investigadora também defendeu o seguinte: “Como resultado, os metabólitos – substâncias que são, entre outras coisas, os blocos de construção do ADN e proteínas – acumulam no corpo.
Essa acumulação descontrolada é tóxica e pode causar perturbações graves do desenvolvimento e mentais. O novo estudo demonstra mais uma vez a capacidade da natureza de produzir o melhor candidato para fármacos de tratamento das piores doenças humanas”.

Doença metabólica hereditária comum
A fenilcetonúria (cuja sigla em inglês é PKU) é uma doença metabólica hereditária comum, um distúrbio do metabolismo do aminoácido fenilalanina. As crianças com PKU necessitam de recorrer a uma dieta extremamente rigorosa (sem fenilalanina), ao longo de toda a sua vida.
A investigadora Shahan-Niv revelou que é de uma enorme dificuldade lidar com esta dieta: “Mas isso é uma tarefa muito difícil, uma vez que a maior parte dos alimentos que consumimos têm fenilalanina”.
O objetivo
Naturalmente que tendo em conta este facto, os investigadores tinham um propósito com este estudo. O objetivo da investigação destes cientistas da Universidade de Israel foi verificar se as moléculas (identificadas em estudos anteriores sobre as doenças amiloides e que comprovadamente inibem a formação de agregados amilóides) poderiam contrariar igualmente o processo de formação amiloide de metabólitos em doenças metabólicas.
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Conclusão
A investigação liderada por Ehud Gazit e Shira Shaham-Niv centrou a sua atenção nos dois compostos presentes no vinho tinto e no chá verde. Assim, as duas substâncias – ácido tânico (composto do vinho tinto) e EGCG (composto do chá verde) – foram testadas em três metabólitos, diretamente relacionados com três doenças metabólicas inatas – adenina, tirosina cumulativa e fenilalanina.
Os investigadores defendem que os resultados foram promissores, pois as substâncias (tanto o ácido tânico, como o EGCG) revelaram conseguir bloquear com eficácia a formação de estruturas amiloides tóxicas. Um bom pronúncio para a construção de um futuro melhor, pois os investigadores perspetivam: “As ferramentas que desenvolvemos são inovadoras e têm um grande potencial de vir a ajudar uma ampla gama de doentes no futuro”.
Vou tentar e ver a realidade