Conheça a origem da sabedoria deste provérbio da língua portuguesa. Em seguida, atreva-se no Teste de Língua Portuguesa 266.
A língua portuguesa possui inúmeros provérbios que revelam preciosos ensinamentos. Por vezes, saber a sua origem é dar a justa dimensão a esse conhecimento.
A origem do provérbio “A pensar morreu um Burro” deve-se a um filósofo francês, do século XIV. Jean Buridan é o pensador que está na base de uma estória absolutamente deliciosa, com uma mensagem que acabou por imperar, sobrevivendo à sucessão dos séculos.
A origem do provérbio “A pensar morreu um burro”
Jean Buridan
O filósofo francês Jean Buridan (1295-1361) não é o criador do dilema do Asno de Buridan. A obra de Aristóteles De Caelo (“Sobre o Céu”) tem um dilema onde um cão está perante duas refeições igualmente deliciosas e igualmente tentadoras. Como poderia o cão, racionalmente, escolher uma preterindo dessa forma a outra refeição?
O contributo de Buridan está na sua tese. Buridan defendia a análise de toda a informação, pelo que a escolha devia ser adiada até que se conseguisse mais informação sobre o resultado final de cada opção.
Um dilema
Estamos perante um dilema quando somos confrontados com um problema para o qual existem duas soluções, sendo que ambas são igualmente válidas e têm consequências idênticas. Dramatizando o dilema, podemos encarar as consequências como sendo igualmente devastadoras.
A estória do burro que ficou para a história
A pensar morreu um burro é uma expressão que surge na sequência de um paradoxo que acabou por dar azo a diferentes versões. Agora, vamos expor uma dessas versões, concentrando-nos no essencial.
O burro e a indecisão
Um burro faminto e sedento vagueava pelo deserto. Os dias e as noites vão-se sucedendo uns aos outros e a fome e a sede aumentam. Subitamente, ele depara-se com uma situação insólita, mas extremamente agradável. À sua frente, apresentam-se duas vasilhas. Dentro de cada uma destas vasilhas havia um conteúdo específico: uma tinha água e a outra tinha aveia.
Ambas eram extremamente apetecíveis: uma permitia matar a sede, enquanto a outra possibilitava matar a fome. O paradoxo surge na indecisão. Qual deve ser a primeira escolha do burro?
A conclusão da estória
A história tem uma conclusão inesperada. O burro permanece indeciso e perante, a sua indecisão, acaba por não suprimir nenhuma das suas necessidades, por isso morre frente à sua salvação.
A moral da estória
A vida é um bem precioso que convém preservar. E esta estória revela que o tempo e a oportunidade são outros bens igualmente valiosos que devem ser respeitados e aproveitados. Pensar e avaliar diferentes possibilidades é importante, mas a indecisão pode revelar-se catastrófica… Até porque a água seca e a aveia acaba por ganhar bicho.
Vídeo de: Zig Zag
O domínio da língua portuguesa é essencial para ter sucesso em qualquer carreira. Ainda assim, muitos profissionais portugueses têm dúvidas na hora de se expressarem na própria língua — sobretudo por escrito.
Você é excepção a essa regra? Aqui poderá testar os seus conhecimentos, basta aceitar os nossos próximos desafios.