Que livros marcaram a sua infância? Vá pelos seus dedos e espreite a nossa galeria de personagens que tocaram a infância de várias gerações. São os livros infantis que marcaram muitos de nós.
Há 50 anos que o dia do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen foi escolhido para celebrar a importância dos livros desde tenra idade.
Se, mesmo para um adulto, o prazer de um livro não se esgota nas palavras, para uma criança ele encerra um mundo infindo de estímulos visuais, táteis, por vezes sonoros (para desespero dos pais) e, em casos extremos (mas não raros) até gustativos, a explorar. E a capacidade que temos em pequenos de repetir o mesmo livro vezes sem conta?
Por isso, lembrámo-nos de lhe proporcionar o reencontro — ainda que virtual — com um livro que tenha marcado a sua infância. Ou vários. São livros que tocam todas as gerações e fomos mais fundo no baú do que a primeira camada de Anitas e Enid Blyton.
Como bónus, deixamos a música do genérico do programa da RTP (da autoria de José Fanha e Carlos Alberto Moniz) que nos contava histórias em 1986 e 1987, antes de o Vitinho nos mandar para a cama. Porque “uma história ao fim do dia vem lembrar que já são horas de dormir e de sonhar”.
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A coleção de 21 livros d’Os Cinco, publicada por Enid Blyton entre 1942 e 1963, não podia faltar. Esta foi a edição mais antiga que encontrámos, e o naperom fica-lhe a matar.
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Blyton escreveu cerca de 800 livros, na maioria para o público infanto-juvenil. Os 16 livros d’Os Sete estão também entre os mais populares.
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Ainda de Enid Blyton, o Noddy continua aí para as curvas (no seu carro amarelo, pó-pó-pó). O grafismo está cada vez menos vintage e o cão Pimpinela agora é Turbolento.
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Os livros da Condessa de Ségur, escritos no século XIX, inspiraram a traquinice de várias gerações de crianças.
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Outro manual da arte de ser pespineta era o livro de Oliveira Cosme, “As Lições do Tonecas”, de 1977.
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Mais conhecida pelos seus jogos, a Majora também publicou livros infantis, como a coleção Formiguinha. A boa notícia para os mais nostálgicos é que a marca tem à venda a coleção completa no seu site.
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Também da Majora, os livros recortados tinham um toque especial.
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A Anita não podia faltar a esta chamada. Ela é a rainha vintage dos livros infantis do século XX.
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“Rosa minha irmã Rosa”, em 1979, foi o primeiro sucesso literário de Alice Vieira, a nossa mais fecunda escritora de livros infanto-juvenis. Hoje vai na 24ª edição. Esta capa é da primeira.
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“Histórias e Canções em Quatro Estações” juntava a música aos contos de grandes autores, como Alice Vieira, Matilde Rosa Araújo ou Ilse Losa. Na primeira edição, as canções ainda vinham em cassete.
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Também com cassetes, esta coleção de histórias da Disney vendeu bem no final dos anos 80.
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“Flores Para Crianças”, lançado em 1977 por Fernando Cardoso, era uma espécie de versão perene d’A Minha Agenda: uma compilação de histórias, curiosidades e brincadeiras.
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A Miffy nasceu na Holanda em 1955 e ainda vai aparecendo, quer nas livrarias, quer em merchandising.
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Já o Plum, que pelo traço e cores podia ser primo da Miffy, desapareceu sem deixar rasto.
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E por falar em Plum, a Victoria teve um efémero sucesso nos anos 80. Não se pode pedir mais a uma personagem que partilha o nome com uma variedade britânica de ameixa (plum, em inglês).
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Nem todos os livros infantis são de histórias. Com esta coleção da Bertrand aprendemos os grandes acontecimentos da História…
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…e muitas outras curiosidades do nosso mundo. Pura cultura geral para absorver com gosto. Se hoje é viciado em quiz, é provável que tenha começado por aqui.
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A Biblioteca dos Coelhinhos, da editora Desabrochar, também tinha uma boa oferta didática para os mais novos.
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E agora a BD. “Ler um Tio Patinhas” era uma expressão genérica que servia para qualquer banda desenhada com os personagens da Disney, que durante muitos anos só nos chegavam em versão brasileira.
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A Lulu e o Bolinha também nos chegaram com sotaque do Brasil, vindos dos Estados Unidos.
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Do Brasil chegava também a Turma da Mônica (com o circunflexo a desafiar o que aprendíamos na escola). As personagens de Maurício de Sousa são quase sexagenárias.
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A menina argentina que nos despertou o espírito crítico para a realidade social à nossa volta. Já tem mais de 50 anos, mas nunca perde a atualidade.
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O herói dinamarquês teve 36 livros lançados no mercado português, entre 1976 e 1987. Andou desaparecido uns anos, até ser reeditado em 2015.
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Salamão e Mortadela, personagens criadas pelo espanhol Francisco Ibáñez, também foram populares no nosso país.
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Todos conhecem Astérix, a mais popular criação da dupla Uderzo e Goscinny. E quem se lembra do Humpá Pá?
Autor: Tiago Tavares
Ora bem, “Os cinco”, Condessa de Ségur, BD “Patinhas e companhia” “Luluzinha e companhia. Mais tarde Mónica e amigos. Nunca entraram Anitas na minha infância nem faziam falta, como constatei mais tarde. Os meus Pais eram evoluídos. O Noddy, curiosamente só conheci com os meus netos. No entanto, o meu ex-marido, três anos mais velho, conhecia. A colecção Formiguinha, claro. Todos os ourtos são do tempo dos meus filhos. E, lá está, com os meus netos, o Noddy ressuscitou. Também para os meus filhos, a Anita era uma desconhecida. E não se perdeu nada
Triste resposta para as pessoas a quem a Anita fez feliz… Elitismos aparte, até as maiores porcarias fazem falta, ajudam a construir carácter…
Cá em casa agradecemos a voltinha pelo corredor das memórias de infância!
Excelente artigo. Quantas recordações!
Ainda tenho a coleção completa dos “Cinco”. Na minha infância, fizeram as minhas delícias; hoje, é a minha neta que está a lê-los.
Na adolescência, foi a “Mafaldinha” que me encantou! Ainda hoje volto a ela de vez em quando!
Minha infância foi marcada pelos livros de Monteiro Lobato. Também Malba Tahan, com Salim o Mágico.