Ainda no século XX, antes da vulgarização da água canalizada, o fornecimento doméstico era feito, em Lisboa, por galegos, quase exclusivamente, que continuavam uma tradição de há séculos relacionada com a gente do seu país e representavam os antigos escravos negros e mulatos, e até os ratinhos.

Diz Afonso Álvares (Descrição de Lisboa, de 1625 ou 1626) acerca do Chafariz de El-Rei:
Onde tantos aguadeiros,
tantos negros, tantas negras,
galegos, cabras, ratinhos
a quarta de água sustenta.
A frequência era tão grande (recorda Júlio de Castilho) que separavam, também para evitar conflitos, os tipos de aguadeiros por bicas: negros para uma, galegos para outra, etc.

Os galegos transportavam a água em barris e levavam-nos às casas, despejando-os directamente nos potes de barro colocados nos poiais das cozinhas.

As donas de casa que queriam água colocavam um pano branco à janela, e isto evitava que elas perdessem tempo à janela a esperá-los ou se esfalfassem a gritar por eles: o galego passava, ia olhando e, ao ver o pano, subia.
Ola, queria agradecer o post. Queria saber sobre as referencias das imagens, pois fiquei curioso.
Abs