Na zona raiana, a vila de La Codosera na Província de Badajoz, a sua fala corresponde à forma Alentejana das povoações próximas de Portugal, com a única diferença de incluir algum castelhanismo. A vitalidade da mesma é absoluta. O Português é ensinado na escola, e é a língua de comunicação preferida e a população tem muito orgulho nas suas ligações a Portugal, sendo este mesmo uma das fortes componentes da identidade da vila, que de resto segue em muito a tipicidade de uma vila alentejana.
Ao contrário do que se possa pensar, La Codosera não fazia parte do território de Olivença. Como explicar então esta forte presença da língua portuguesa e de hábitos culturais portugueses? Em primeiro lugar, durante séculos foi muito frequente a emigração de portugueses para esta pequena aldeia. E, talvez ainda mais importante, é muito frequente o casamento entre portugueses e espanhóis, sendo que nos últimos censos foram registados, apenas em La Codosera, 200 casamentos entre cidadãos dos 2 países.
A emigração a partir de Portugal para La Codosera deu-se especialmente desde a freguesia de Esperança, no concelho de Arronches. Apareceram assim aldeias gémeas como Rabaça/La Rabaza ou Marco/El Marco, que realmente são a mesma aldeia partida apenas em duas pela fronteira. Outras aldeias como Bacoco, La Tojera (Tojeira), La Varse e outras foram também povoadas por portugueses.
La Codosera, no entanto, ficou como uma espécie de aldeia mista, sendo que há uma romaria anual na Igreja de Chandavila, que expressa esse carácter misto da região, onde confraternizam portugueses e espanhóis. Uma curiosidade a salientar é o facto de os pais terem enviado os seus filhos à escola portuguesa após a Guerra de Espanha de 1936-1939 para não perderem as suas raízes nem a nacionalidade portuguesa. Se bem que a maior parte dos habitantes têm dupla nacionalidade, há quem ainda só possua a nacionalidade portuguesa.
Para conhecer algumas palavras do dialecto falado em La Codosera, visite o site dedicado à história desta aldeia: La Codosera.