O estudo pode reduzir erros de português, melhorando as possibilidades de sobressair no mercado de trabalho. Confira 5 erros que ferem a sua reputação.
Errar é humano, por isso, todos erramos. Contudo, também é humano aprender com os erros. Essa aprendizagem pode (e deve) ser feita com os próprios erros e também com os erros dos outros. Assim acontece com os erros de português que são dados constantemente. Os erros de português podem deixar marcas na nossa reputação.
Podemos realizar um bom trabalho em alguma área e desenvolver uma boa credibilidade. É natural que possa surgir um momento em que tenhamos de apresentar os nossos conhecimentos, num contexto mais rigoroso em que estes são testados. Nesses momentos, os erros de português são particularmente perigosos, pois podem manchar um bom trabalho.
Por muitos conhecimentos que se tenha, quando existem erros de português numa mensagem estes dominam a atenção. Assim, tudo o que dizemos ou escrevemos com erros faz com que todo o trabalho realizado seja inferiorizado, colocado em causa.
Erros comuns
É bastante comum ver palavras a ser alvo de confusões. As pessoas tanto acrescentam letras em determinadas palavras, como subtraem letras noutras palavras. Assim, há diversas as palavras que são pronunciadas ou escritas erradamente.
No entanto, basta um pouco de estudo para se melhorar o conhecimento da língua portuguesa. Assim, será mais fácil conseguir erradicar estes erros do seu quotidiano!
Imagine o seguinte diálogo (escrito) entre o Carlos e o Pedro:
Carlos: — Pedro, não leves a mal, mas usa um elixir bocal.
Pedro: — Eu estou a usar várias vezes ao dia, mas estou com uma infeção na boca.
Carlos: — Eu sou dentista, posso ajudar-te. Se tivesses ido à clínica onde trabalho já tinhas isso tratado.
Pedro: — Estou desempregado e a Maria está a receber o ordenado mínimo. Conosco todas as despesas são bem calculadas, não há luxos.
Carlos: — Não te preocupes com isso, aparece lá! Eu vivo a vida cristamente, ajudo quem posso, nomeadamente amigos como tu.
Pedro: — Agradeço a ajuda, vou aceitar. Julgo que o próximo mês não deverá deferir muito deste, mas conto que no mês seguinte já consiga pagar-te.
Carlos: — Esse pagamento não me interessa. O cenário edílico é ver-te num bom trabalho, por isso, vou falar com o meu pai a ver se ele tem alguma vaga na empresa dele. Ele sabe que és esforçado e tens bom coração, por isso, seguramente que arranjará algo.
Neste curto e simples diálogo, estão 5 erros comuns que estragam a reputação dos intervenientes. São erros que estragam a mensagem que se quer passar e são destrutivos para a credibilidade. Os erros sublinhados são: bocal, conosco, cristamente, deferir e edílico.
Nota: Apesar de referirmos como discurso oral, servimo-nos deste pequeno diálogo como texto escrito para poder exemplificar melhor. Assim, simultaneamente, conseguimos propor um desafio maior na descoberta de erros mais abrangentes, erros que possam surgir na escrita ou no discurso oral.
5 erros que ferem a sua reputação
- Bocal
- Conosco
- Cristamente
- Deferir
- Edílico

Definição de conceitos
1 – Bucal
Termo que vem do latim buccāle-, «relativo a boca». Bucal é adjetivo de 2 géneros que significa relativo a boca. Existe a armadura bucal que consiste num conjunto das peças que rodeiam a cavidade bucal dos artrópodes.
Importante: não confundir com o termo bocal, que vem de “boca” + “-al”. Este nome masculino significa abertura de um recipiente (vaso, frasco, garrafa, etc.). Na Música, bocal é parte de um instrumento de sopro que se adapta à boca.
O termo bocal pode também significar boca de castiçal. Bocal pode ser peça metálica (onde entra a chaminé do candeeiro ou onde encaixa a lâmpada elétrica).
Erros frequentemente cometidos: bocal.

2 – Connosco (Grafia no Brasil: conosco)
O pronome pessoal connosco pode ser usado em diferentes contextos. É possível dizer “ele falou connosco”, no sentido de falou com as nossas pessoas. Também podemos dizer “connosco ia o João” que é o mesmo que dizer na nossa companhia.
Pode dizer-se ainda que “eles entraram connosco” no sentido de que eles entraram ao mesmo tempo que nós. O termo connosco vem do latim cum+noscum, por nobiscum, «connosco»
Erros frequentemente cometidos: com nós, conosco.

3 – Cristãmente
O termo cristãmente é advérbio significa de modo cristão. Tal como acontece com o termo irmãmente, o til não pode desaparecer. O termo cristão vem do latim christiānu-, com o mesmo sentido. Cristão é adjetivo que significa pertencente ao cristianismo.
Um cristão é o que crê em Jesus Cristo. No sentido figurado, cristão significa (ato, gesto) que obedece aos princípios do cristianismo. Ainda no sentido figurado, cristão significa razoável; conveniente. Cristão é também nome masculino que significa aquele que professa religião cristã.
Erros frequentemente cometidos: cristamente, cristã mente.

4 – Diferir
Este verbo transitivo significa deixar para ocasião futura; adiar. O mesmo termo pode significar demorar. Diferir é verbo transitivo e intransitivo, significa ser diferente (de). O mesmo termo pode ainda significar divergir (de); discordar (de).
Assim, podemos dizer: O meu ponto de vista difere do teu. Este termo vem do latim *differĕre, por diferre, «dispersar». Erros frequentemente cometidos: deferir (que significa aprovar, conceder, outorgar; despachar favoravelmente).

5 – Idílico
Este adjetivo é termo usado na Literatura, sendo relativo a idílio. Idílico significa pastoril; bucólico. Este termo também significa que envolve sentimentos ternos e puros. Idílico é relativo a fantasia ou sonho.
Este termo vem de “idílio” + “-ico”. É comum existir confusão com edílico. Este adjetivo é relativo a edil. O termo edílico vem de “edil” + “-ico” .
Edil (do latim aedīle-, «edil; magistrado») é nome masculino que significa vereador. Na História edil era o magistrado romano encarregado da inspeção e manutenção dos edifícios públicos.
Erros frequentemente cometidos: edílico ou idilico.
Este artigo visa estimular a paixão pela língua portuguesa, levar as pessoas a querer conhecer o significado das palavras e a valorizar o uso do dicionário.

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Atenção que “conosco” não está errado. É a forma utilizada no Brasil.
A frase “ sou dentista, posso ajudar-te. Se fosses à clínica onde trabalho já tinhas isso tratado” está errada. Dado o tempo verbal mais-que-perfeito do indicativo em “tinhas isso tratado” dever-se-ia ter escrito “tivesses ido” (mais-que-perfeito do conjuntivo) e não “fosses” (futuro do conjuntivo).
Muitos erram, inclusive o autor deste artigo. Conosco está correto. Dizer que está errado é pura xenofobia. O acordo ortográfico celebrado em 1990 não diz que está errado. As duas formas de escrever estão corretas.