Sabia que Portugal faz hoje 842 anos? Não pelo Tratado de Zamora, mas por outro documento que foi igualmente importante para a História do nosso país.
Portugal faz hoje 842 anos. Parabéns Portugueses!
O Manifestis Probatum foi a bula emitida pelo Papa Alexandre III a 23 de maio de 1179. Esta declarava o território como reino independente.
Além de oficializar a soberania de Portugal, foi também neste dia que a Igreja Católica legitimou D. Afonso Henriques como Rei.
Portugal passava assim a ser o Condado Portucalense, um dos países mais antigos da Europa e independente do Reino de Leão e Castela.
Numa época em que a Igreja Católica assumia o papel de vanguarda do conhecimento, guardiã da civilização e autoridade suprema acima do Reino dos Homens, apesar do Tratado de Zamora de 1143, o reconhecimento papal era fundamental para legitimar o Poder Real e como tal o reconhecimento da sua soberania pela restante Cristandade.
De realçar que este reconhecimento era devido ao facto de Portugal ter provado que o merecia amplamente e não a título de graça, em muito o devendo à luta pela Reconquista e vitórias contra os inimigos de Portugal e da Cristandade.
Porém, a data não é consensual e provoca mesmo algum desentendimento entre historiadores.
A Batalha de São Mamede, em 1128, ou a Batalha de Ourique, em 1139, são outras das datas apontadas para a oficialização do reino, pela sua importância a nível político e geoestratégico.
De qualquer maneira, é aceite que mais uma vez se diga: Parabéns Portugal!
A Bandeira nacional
Após a instauração da República, um decreto da Assembleia Nacional constituinte datado de 19 de Junho de 1911, aprovou uma nova a Bandeira Nacional que substituiu a anterior.
A Bandeira Nacional é dividida verticalmente em duas cores – verde escuro e vermelho – ficando o verde do lado da tralha ou do mastro.
Ao centro, sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco, sobre a esfera armilar, em amarelo e avivada de negro.
O comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais é feita com dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema ocupa metade da altura, ficando equidistante das orlas superior e inferior.
Assim, no entender da Comissão responsável pela Bandeira Nacional, o branco representa «uma bela cor fraternal, em que todas as outras se fundem, cor de singeleza, de harmonia e de paz» e sob ela, «salpicada pelas quinas (…) se ferem as primeiras rijas batalhas pela lusa nacionalidade (…). Depois é a mesma cor branca que, avivada de entusiasmo e de fé pela cruz vermelha de Cristo, assinala o ciclo épico das nossas descobertas marítimas».
O vermelho «nela deve figurar como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (…). Lembra o sangue e incita à vitória».
Para o verde – que não tinha tradição histórica em Portugal -, foi dada como explicação que na preparação da Revolta de 31 de janeiro de 1891, o verde terá surgido no «momento decisivo em que, sob a inflamada reverberação da bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago redentor da alvorada».
Relativamente à esfera armilar, que já fora adotada como emblema pessoal de D. Manuel I, estando desde então sempre presente na emblemática nacional, consagra «a epopeia marítima portuguesa (…) feito culminante, essencial da nossa vida coletiva».
Por sua vez, sobre a esfera armilar entendeu a Comissão fazer assentar o escudo branco com as quinas, consagrando «o milagre humano da positiva bravura, tenacidade, diplomacia e audácia que conseguiu atar os primeiros elos da afirmação social e política da lusa nacionalidade».
Finalmente, a Comissão entendeu «dever rodear o escudo branco das quinas por uma larga faixa carmesim, com sete castelos», considerando que estes são um dos símbolos «mais enérgicos da integridade e independência nacional».
EVOLUÇÃO DA BANDEIRA NACIONAL
Afonso Henriques (1143-1185)
Segundo a tradição, durante as primeiras lutas pela Independência de Portugal, D. Afonso Henriques teria usado um escudo branco com uma cruz azul, a exemplo de seu pai, o Conde D. Henrique, cujas armas eram simbolizadas pela cruz em campo de prata.
Sancho I (1185-1211), D. Afonso II (1211-1223), D. Sancho II (1223-1248)
Nesta época, as armas reais eram representadas por cinco escudetes de azul em campo de prata, dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao centro. Cada escudete era semeado com um número elevado e indeterminado de besantes de prata.
Sobre a origem e simbolismo destes escudetes existem muitas teorias: as duas mais conhecidas, os escudetes aludem às cinco feridas recebidas por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique ou às cinco chagas de Cristo.
Afonso III (1248-1279), D. Dinis (1279-1325), D. Afonso IV (1325-1357), D. Pedro (1357-1367), D. Fernando (1367-1383)
Com D. Afonso III as armas do reino receberam uma bordadura de vermelho, semeada com um número indeterminado de castelos de ouro, escolhida em lembrança do avô, D. Afonso III de Castela. A tendência de fixação de números, frequente em heráldica, levou a uma estabilização do número de besantes dos escudetes em cinco, dispostos dois, um, dois.
João I (1385-1432), D. Duarte (1433-1438), D. Afonso V (1438-1481)
As armas reais, durante este período, eram de prata, com cinco escudetes de azul dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao do centro. O semeado de besantes no escudo fixou-se definitivamente no número de cinco, dispostos em aspa.
É desta época que se conhecem as primeiras referências designando os escudetes por «quinas». Tinha também uma bordadura de vermelho semeado de castelos de ouro e sobre ela as pontas da cruz verde floretada da Ordem de Avis.
João II (1481-1495)
João II mandou que fossem retirados das armas reais os remares de flor-de-lis e que se colocassem verticalmente as quinas laterais no escudo. A bordadura de vermelho manteve-se semeada de castelos de ouro, embora a tendência do seu número fosse de sete ou oito nas bandeiras usadas na época.
Manuel I (1495-1521), D. João III (1521-1557)
No reinado de D. Manuel I, as armas reais foram fixadas em fundo branco.
Sebastião (1557-1578), D. Henrique (1578-1580), Filipe I (1580-1598), Filipe II (1598-1621, Filipe III (1621-1640)
No final do reinado de D. Sebastião a coroa que figurava sobre o escudo foi substituída por uma coroa real fechada. Nas bandeiras desta época figuravam inicialmente coroas fechadas dispondo de um ou de três arcos à vista.
Mais tarde passaram a ter os cinco arcos à vista, os quais se conservavam até ao fim da monarquia. O aparecimento da coroa fechada relacionava-se com o reforço de autoridade do poder real.
Durante a Dinastia Filipina (que governava também a Monarquia Espanhola), o escudo português não sofreu alteração, uma vez que as armas das duas monarquias se mantiveram sempre separadas.
João IV (1640-1656), D. Afonso VI (1656-1683), D. Pedro II (1683-1706), D. João V (1706-1750), D. José (1750-1777), D. Maria I (1777-1816), D. Pedro IV (1826), Regências (1826-1828), D. Miguel I (1828-1834)
Na aclamação de D. João IV, a bandeira branca com o escudo nacional, encimado pela coroa real fechada com os cinco arcos em vista, constituiu o símbolo da Restauração.
Embora neste período a bandeira não tenha sofrido alterações significativas, no reinado de D. João V, o escudo foi modificado com uma fantasia ao gosto da época, terminando o bordo inferior em bico de arco contracurvado e a coroa passou a conter um barrete vermelho ou púrpura.
João VI (1816-1826)
No reinado de D. João VI foi colocada por detrás do escudo uma esfera armilar de ouro em campo azul, simbolizando o reino do Brasil, e sobre ela figurava uma coroa real fechada.
Após a morte do Rei a esfera armilar foi retirada das armas, remetendo-se o símbolo real à expressão anterior, em que algumas das versões usaram um escudo elítico, com o eixo maior na vertical.
Maria II (1834-1853), Regência (1853-1855), D. Pedro V (1855-1861), D. Luís (1861-1889), D. Carlos (1889-1908), D. Manuel II (1908-1910)
O decreto da Regência em nome de D. Maria II, de 18 de outubro de 1830, determinou que a Bandeira Nacional passasse a ser bipartida verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste e as Armas Reais colocadas no centro, assentando metade sobre cada uma das cores.
Regime Republicano (desde 1910)
Após a instauração do regime republicano, a Bandeira Nacional passou a ser bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha.
Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.
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Pelo que li a vida toda não teria sido em 1129 na Batalha de mãe contra filho, ou melhor de uma traidora que se aliou aos galegos (Galícia), então seria 981 anos na Batalha de São Mamede? Em 1139 com a Batalha de Ourique, e só em 1179 o Papa reconhece a Nacionalidade. Depois que o rei paga ao Papa é que reconhece a independência, mas mim continua em 1129 com a vitória na Batalha de São Mamede e pronto.
Parabéns para a minha segunda pátria, Portugal!