Erguida em sólido e duro granito transmontano, a antiga Ponte de Trajano, sobre o leito do Rio Tâmega, ligava ambas as margens da importante civitas romana de Aquae Flaviae, correspondente à moderna cidade de Chaves.

Esta ponte romana foi uma importante obra de engenharia do eixo viário que estabelecia a ligação entre Bracara Augusta (Braga) e a cidade espanhola de Astorga. Com um comprimento total do tabuleiro alcançando os 140 metros, os parapeitos em pedra que o resguardavam foram desmantelados e substituídos por grades de ferro no ano de 1880.

A ponte flaviense de Trajano é formada por 16 arcos concêntricos, dos quais quatro se encontram soterrados por construções e sucessivas camadas de aluvião. Estruturalmente, os arcos de volta inteira que enformam a ponte são compostos por robustas aduelas alongadas, magnificamente talhadas e aparelhadas.

Os arcos alternam com olhais, sendo os pilares da arcaria amparados por pontiagudos e fortes talha-mares. A jusante, estes pilares não são reforçados pelos usuais contrafortes. No centro da ponte, em ambos os lados, erguem-se os sólidos marcos-colunas, contendo importantes inscrições epigráficas comemorativas. Este par de marcos-colunas foi deslocado do seu lugar original, devido à construção de casas sobre a margem direita da ponte.

A inscrição que se situa a montante informa que a ponte foi concebida na época do imperador Trajano (finais do século I, inícios do século II d. C.) com o esforço económico dos habitantes de Chaves.

A jusante do resguardo da ponte destaca-se o outro marco-coluna, podendo-se ler neste uma extensa inscrição epigráfica latina, que invoca uma avultada obra pública (não identificada com segurança) realizada em cooperação entre os soldados romanos da 7ª Legião, os habitantes flavienses e mais nove povos circunvizinhos.