Em Portugal a batalha contra o plástico já começou. Novos capítulos se avizinham numa luta que precisa ser ganha: Os números chocantes da poluição provocada pelo plástico.
A proibição da utilização de louça descartável na restauração foi debatida no parlamento português e novas leis e incentivos irão entrar em vigor muito brevemente. Sacos, copos, cotonetes. A batalha contra o uso excessivo do plástico em Portugal, Itália e França já começou.
As propostas analisadas pelos deputados foram no sentido de os estabelecimentos comerciais deixarem de disponibilizar utensílios de plástico descartáveis, como pratos, copos, talheres ou palhinhas, e começarem a oferecer aos seus clientes alternativas mais amigas do ambiente, reutilizáveis ou de materiais facilmente recicláveis.
Os italianos entraram em 2018 a pensar como pesar um quilo de laranjas numa balança sem usar um saco de plástico. Os franceses viram o plástico das cotonetes ser proibido. Por cá, a discussão gera-se à volta dos copos de plástico.
Nalguns festivais de música, um dos locais com maior concentração de copos de plástico num espaço de três ou quatro dias, já foram ensaiadas, e com sucesso, alternativas ao copos de plástico fino vulgares.
No último Primavera Sound, em vez dos cerca de 300 mil copos usuais, foram disponibilizados 150 mil copos ecológicos reutilizáveis. Os festivaleiros pagaram €2 de caução no início e sempre que queriam uma cerveja era-lhe servida num novo copo reutilizável mediante a entrega do anterior.
No fim da noite, entregavam o copo e recebiam os €2 de volta. Foi remédio santo. Nunca as pessoas responsáveis pela limpeza tiveram tão pouco trabalho.
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Petição Pública
Viver num país onde o plástico não tem lugar é o objetivo de uma petição pública recentemente criada. Os responsáveis pela petição defendem que sacos, copos, pratos, talheres, palhinhas ou película aderente deviam ser abolidos de uma vez, já que existem no mercado alternativas biodegradáveis.
Os autores da Petição “Abolir o plástico descartável em Portugal” pegam no caso francês, como o exemplo a seguir pelo nosso país. “Na França, foi dito aos produtores de sacos, copos e talheres de plástico que até 2020 deveriam iniciar a produção dos seus produtos em materiais biodegradáveis e foram estabelecidos valores percentuais e metas percentuais a atingir nos próximos anos”.
Mas os responsáveis por esta iniciativa vão um pouco mais longe ao pedir ao primeiro-ministro, António Costa, que o processo seja mais célere em terras portuguesas. “Eu sugiro uma transição mais célere. Algo como 10% durante 2018, 50% em 2019, 100% em 2020. Com um plano ambicioso talvez seja possível evitar o desperdício de plástico que se tem feito na utilização de plástico facilmente descartável”, declaram.
Aqui poderá juntar o seu nome às mais de 24 mil pessoas que já assinaram esta petição, que luta por um Portugal onde o plástico descartável não é bem-vindo.
15 dados assustadores sobre o plástico
01
Cerca de 8% de todo o petróleo do mundo é usado na produção de plástico — e as estimativas apontam que até 2050 esse número suba para 20%.
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Quase metade de todo o plástico produzido até hoje no mundo foi fabricado a partir do ano 2000.
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Metade de todo o plástico produzido no mundo é produzido na Ásia, sendo que desse total, 29% é fabricado na China, 21% no resto do continente asiático, 19% na Europa, 18% em países membros da NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), 7% em África e Médio Oriente, 4% na América Latina e os 2% restantes noutras nações.
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Mais de 18 biliões de quilos de plástico descartado, em regiões costeiras, vai parar aos oceanos todos os anos.
05
Essa quantidade seria equivalente a ter cinco sacos cheios de lixo a cada 30 centímetros de praia em redor do mundo.
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Aproximadamente 40% de todo o plástico produzido no mundo é usado em embalagens — e descartado, após ser utilizado uma única vez.
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Considerando o uso anual médio de sacos plásticos, enquanto nos EUA a proporção é de quase uma unidade por habitante por dia, na Dinamarca, o uso cai para apenas quatro sacos por pessoa por ano.
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Menos de um quinto de todo o plástico fabricado no mundo é reciclado. Ainda assim, a Europa apresenta os maiores índices de reciclagem, processando 30% do material, seguida pela China, que recicla 25%. Os EUA reciclam apenas 9% do plástico descartado.
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Quase um milhão de garrafas plásticas são vendidas a cada minuto no mundo. Falando novamente dos EUA, só em 2015, cada norte-americano comprou 346 unidades, o que representa um total de 111 biliões de garrafas.
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Ainda no assunto das garrafas, em Pequim existem máquinas que permitem a compra de bilhetes de metro com garrafas PET vazias.
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Milhares de animais marinhos morrem todos os anos por engolir sacos plásticos que são confundidos com águas-vivas.
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Se as coisas continuarem como estão, dentro de 30 anos, os oceanos do mundo irão conter mais plástico (em peso) do que peixes.
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A reciclagem de cada tonelada de plástico geraria uma economia de 7,5 mil litros de gasolina.
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Na Finlândia, em cada 10 garrafas de plástico usadas pela população, 9 é encaminhada para reciclagem.
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Cada pedacinho de plástico produzido no mundo ainda existe.
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