Descubra se o café impede alguns medicamentos de funcionar. Beber café faz parte do quotidiano de muita gente, não só dos portugueses mas de pessoas do mundo inteiro. É uma das bebidas mais populares do planeta, sendo apenas superada pela água e pelo chá como bebida mais consumida. São muitos os benefícios que estão associados ao consumo regular e moderado de café.
Há ainda uma lista substancial de malefícios, problemas que são gerados pelo consumo de café, nomeadamente quando este é feito de forma exagerada. A verdade é que esta bebida encanta muita gente. Tem um sabor irresistível e um aroma bastante agradável.
Beber uma chávena de café é um hábito que todos gostamos de repetir, pois é uma experiência que nos dá grande prazer. A esta bebida estão associados diferentes mitos. Há muito informação, mas também muita desinformação que interessa esclarecer. Um dos temas do momento é perceber se a medicação vê os seus efeitos interrompidos pela cafeína.
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O café impede alguns medicamentos de funcionar?
O hábito do consumo de café: qual o valor máximo recomendado?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) é uma instituição de reputação global. As suas instruções são seguidas pelos ministérios da saúde de grande parte dos países. Esta instituição defende que, no máximo, se consuma diariamente 400 mg de cafeína. Um valor que representa pouco mais do que 3 chávenas de café. Superar esta quantidade, colocar a saúde em risco. Implica estar sujeito a diversos malefícios.
Assim, problemas como dores de cabeça, dores estomacais, palpitações, entre outros problemas de saúde associados a um consumo excessivo de café, tornam-se muito prováveis. Devemos ter noção que é possível encontrar cafeína em diversos outros produtos.
Embora a cafeína esteja presente em quantidades menores do que no café, ainda assim surge em quantidades substanciais em produtos como bebidas energéticas (Red Bull, Monster, entre outras marcas), em refrigerantes (como Coca-Cola, Pepsi, Guaraná, entre outras marcas), chás (verde, preto, mate), chocolates, suplementos alimentares e até medicamentos!…

É verdade que o café bloqueia os efeitos de alguns medicamentos?
O café é um hábito que é repetido por muita gente. Esta possibilidade revela-se assustadora pois, se a maior parte das pessoas bebe pelo menos um café por dia, se pensarmos que os medicamentos são bloqueados pelo consumo da cafeína, então há muitas pessoas que têm tratamentos “interrompidos”. Por isso, revela-se de extrema importância saber se esta tese é válida ou não.
O café faz parte do dia a dia de muita gente. São várias as pessoas que bebem café duas, três, quatro vezes por dia. Se a cafeína gera esse efeito na medicação, é crucial que as pessoas percebam esse efeito colateral. Uma coisa é a bebida causar insónias ou inquietação, outra coisa é impedir que medicamentos importantes cumpram o seu propósito.

Ciência
O café pode interferir em determinados medicamentos, podendo bloquear os seus efeitos ou afetar a sua absorção. A cafeína causa essas interferências, mas o café contém também outros compostos que podem desempenhar um papel nesse fim.
Estudos desenvolvidos por cientistas revelaram que há medicamentos que podem efetivamente ser afetadas pelo consumo de café. Desde antidepressivos até fármacos específicos para o tratamento da tireoide e da osteoporose, há mais de uma dezena de medicamentos cujos efeitos sofrem interferências com o consumo de café.
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Num estudo de 2008, comprovou-se que indivíduos que beberam café um pouco antes ou logo depois de tomar levotiroxina (que é um medicamento regularmente receitado para o tratamento da tireoide) tiveram uma redução na absorção da droga até 55%. O café também contribui para uma redução (até 60%!) da absorção do alendronato (fármaco para a osteoporose)

Interferência positiva
Também existem medicamentos que sofrem uma interferência positiva, quando são tomados por quem tem o hábito diário de beber café. Esses efeitos são aumentados pelo consumo do café ou de outras bebidas com cafeína. Tal acontece com antidepressivos, antibióticos e anticoncepcionais, bloqueando uma enzima (a CYP1A2) que contribui para metabolizar a cafeína.
Assim, a cafeína persiste no organismo por mais tempo, prolongando-se várias horas, mais do que o habitual.
De acordo com um outro estudo, ficou demonstrado que mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais ficam com cafeína no organismo por mais quatro horas do que as mulheres que não tomam a pílula.

Tabela de valor nutricional do café (1 chávena 237,0 gr)
Informações nutricionais | por porção | % VD* |
Valor Calórico | 2 kcal | 0,1 % |
10 kJ | ||
Gordura | < 0,1 g | < 0,1 % |
Gorduras saturadas | < 0,1 g | < 0,1 % |
Gorduras monoinsaturadas | < 0,1 g | 0,1 % |
Gorduras poliinsaturadas | < 0,1 g | < 0,1 % |
Carboidratos | 0,0 g | 0,0 % |
Açúcares | 0,0 g | 0,0 % |
Proteína | 0,3 g | 0,4 % |
Fibra alimentar | 0,0 g | 0,0 % |
Colesterol | 0,0 mg | 0,0 % |
Sódio | < 0,1 g | < 0,1 % |
Água | 235,6 g | 11,8 % |
(*) O percentual do valor diário (VD) é baseado numa dieta de 2.000 calorias.