Língua Portuguesa: significado e origem de 7 Expressões Populares
Do tempo da Maria Cachucha. Ter para os alfinetes. Memória de elefante. Isto é a língua portuguesa. Conheça o significado e origem de 7 Expressões Populares.
Muitas vezes usamos certas expressões, mas não temos nenhuma ideia do seu significado. São termos populares ou ditados que permaneceram sempre iguais, significando exemplos morais, filosóficos e religiosos.
Tanto os provérbios como as expressões populares constituem uma parte importante de cada cultura. Escritores e historiadores tentaram sempre descobrir a origem desta riqueza cultural, mas esta tarefa nunca foi nada fácil.
Descubra o significado e a origem de algumas dessas interessantes e curiosas expressões:

Ter para os alfinetes
Significado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro.
Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais.
Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia:
«A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»

Do tempo da Maria Cachucha
Significado: Muito antigo.
Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio.
Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.

À grande e à francesa
Significado: Viver com luxo e ostentação.
Origem: Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.

Dose para cavalo
Significado: Quantidade excessiva; demasiado.
Origem: Dose para cavalo, dose para elefante ou dose para leão são algumas das variantes que circulam com o mesmo significado e atendem às preferências individuais dos falantes.
Supõe-se que o cavalo, por ser forte; o elefante, por ser grande, e o leão, por ser valente, necessitam de doses exageradas de remédio para que este possa produzir o efeito desejado.
Com a ampliação do sentido, dose para cavalo e suas variantes é o exagero na ampliação de qualquer coisa desagradável, ou mesmo aquelas que só se tornam desagradáveis com o exagero.

Memória de elefante
Significado: Ter boa memória; recordar-se de tudo.
Origem: O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo.

Mal e porcamente
Significado: Muito mal; de modo muito imperfeito.
Origem: «Inicialmente, a expressão era “mal e parcamente”. Quem fazia alguma coisa assim, agia mal e ineficientemente, com parcos (poucos) recursos.
Como parcamente não era palavra de amplo conhecimento, o uso popular tratou de substituí-la por outra, parecida, bastante conhecida e adequada ao que se pretendia dizer. E ficou ” mal e porcamente”, sob protesto suíno.

Rés-vés Campo de Ourique
Significado: Ficar muito perto de alcançar algo.
Origem: A expressão “rés-vés Campo de Ourique” remonta a 1755 quando o terramoto assolou Lisboa tendo destruído a cidade até à zona de Campo de Ourique, que ficou intacta. A partir daí o ditado generalizou-se.
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Na verdade, a giria é usada quando não temos no momento, a palavra corretamente usada. As pessoas tb escrevem de forma simplificada, é isso é ruim. Quando vão prestar provas, enfrentam dificuldades pelo NÃO HÁBITO de escrever corretamente.
Isso não é ruim e é natural. A língua é dinâmica, pois nada mais é do que construção social de simbolos de comunicação, resultante da interação entre pessoas e influenciada por hábitos. A tecnologia influência, também e significantemente, a evolução da língua. Muito da simplificação veio do ímpeto de agregar ao já ágil meio eletrônico a celeridade ao ponto do instantâneo. Quanto às provas, lembre-se que o uso recorrente das palavras novas as leva à incorporação ampla nos discursos, como também à sua inserção nos dicionários. A vida é mutância e a língua vive.
Das expressões só reconheci duas. Agora, pelo lado do Brasil, o Carlos Oliveira e o Carlos Moreno estão corretos.