Existem várias maneiras de diferenciar a forma exata de utilizar os porquês. Perceba em quais situações deve utilizar: Por que / Por quê / Porque e Porquê.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e reúne muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que possa entender, com detalhes, como usá-los sem correr o risco de errar.
Língua Portuguesa: quando usar Por que / Por quê / Porque e Porquê

1 Porquê (s.m.):
O que está na origem ou explica um acontecimento, um comportamento. = CAUSA, MOTIVO, RAZÃO
Exemplo:
- Ninguém entende o porquê de tanta confusão.
- Este porquê é um substantivo.
- Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
- Existem quatro porquês.

2 Porquê (adv.):
Tem valor semântico causativo em frases interrogativas diretas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão».
a) Usa-se isoladamente, sem outro constituinte na frase.
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Exemplo:
- Não estou interessado. – Porquê?
b) Usa-se como frase infinitiva.
Exemplo:
- Porquê complicar tanto as coisas mais simples?

3 Por quê:
Sempre que a palavra “que” estiver no final da frase, deverá receber acento, independentemente do que a preceder.
Exemplo:
- Ela não me ligou e nem disse por quê.
- Estás a rir-te de quê?
- Vieste sentar-te aqui para quê?

4 Por que:
Usa-se por que, quando houver a junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que” ou com o pronome relativo “que”. Para facilitar, poderemos substituí-lo por «por qual razão», «pelo qual», «pela qual», «pelos quais», «pelas quais», «por qual».
Exemplo:
- Por que não me disse a verdade? (= por qual razão)
- Gostaria de saber por que não me disse a verdade. (= por qual razão)
- As causas por que discuti com ele são particulares. (= pelas quais)
- Esta é a causa por que luto. (= pela qual)

5 Porque (conj.):
Usa-se para ligar frases por subordinação no modo indicativo, e indica na frase que introduz:
a) Causa = como, dado que, visto que.
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Exemplo:
- Choro porque me magoei no tornozelo.
- Ela não foi à escola porque estava a chover.
b) Ausência de explicação lógica ou recusa de a apresentar.
Exemplo:
- Porque é que não falas mais alto? – Porque não.
- Porque é que estás sempre a ver as horas? – Porque sim.
c) Apresenta função de coordenação entre frases independentes, permitindo justificar uma pergunta feita anteriormente, sendo parafraseável por «é que», «acontece que».
Exemplo:
- Estás a pensar ficar até mais tarde? Porque hoje estou sem carro.

6 Porque (adv. interr.)
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas directas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplo:
- Porque saíste sem avisar?
- Porque mentiste?
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas indiretas, depois de verbos declarativos, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplo:
- Não explicou porque tinha de fazer de novo o trabalho.
- Não sei porque estás tão preocupada.
- Perguntei-lhe porque tinha escolhido aquele curso.
Fiquei pior, muito dificil pra mim que sou extranjeiro.