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Início Língua Portuguesa

Língua Portuguesa: Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa)

A língua é mesmo um animal selvagem: lá dá uns coices e continua, matreira e bastarda, saborosa todos os dias. Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa).

ncultura Por ncultura
28/11/2018
em Língua Portuguesa, Português
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Língua Portuguesa: Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa)

Língua Portuguesa: Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa)

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Língua Portuguesa: Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa)

A língua é mesmo um animal selvagem: lá dá uns coices e continua, matreira e bastarda, saborosa todos os dias. Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa).

Marco Neves
Marco Neves

As línguas, meus caros, são umas bastardas.

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Reparem: o português julga que vem do latim, essa língua imperial, mas nem sempre se lembra que o latim era outro: não o latim dos intelectuais romanos, mas a língua do padeiro. E do ferreiro. E da mulher da vida. E do soldado. Sim, também temos Cícero a correr nas veias da língua, mas menos do que gostam de imaginar os que sonham com uma qualquer nobreza da língua.

Mas, mais: depois de cozer a língua na Galécia, misturámos esse nosso galego com uns pós de árabe — e nem sequer era bem o árabe, mas sim os pedaços de árabe que já vinham misturados, como pedaços de chocolate numa bolacha, no moçárabe, a língua do povo do sul da península.

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Durante séculos, o nosso português era a língua vulgar e o antigo latim continuava no seu trono. Enfim, lá se tornou oficial e, mais tarde, inventámos algumas palavras a soar a grego e também fomos outra vez ao latim para dar um ar mais cultivado…

Mas não nos enganemos: a língua continuou a ser um bicho sem tino. Importámos palavras de todo o lado. Até Os Lusíadas têm palavras de muitas paragens (e castelhanismos que sobram).

Então se nos afastarmos da língua escrita, se olharmos para a língua da rua, essa sempre se misturou, sempre se deixou levar por manias e modas, sempre pisoteou todas as ideias de pureza. Lá vieram palavras do francês, do italiano, do inglês, das línguas índias e muito mais (mas descansem: também oferecemos palavras a outras línguas: ao inglês, ao castelhano, ao francês, até ao japonês).

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E, claro, depois, nas naus, lá foi o português e lá se espalhou pelo mundo, e em todo o mundo se misturou e se pintalgou: a nossa língua também é mestiça, ó gente armada ao puro!

Sim, eu sei: se a língua nasceu na rua, os escritores e os gramáticos deram-lhe lustro, limaram-lhe as arestas, escolheram isto em vez daquilo.

Mas a verdade, também, é que a literatura se alimenta dessas correntes obscuras, da língua doutros sítios, doutras gentes — não é de todo feita duma linguagem depurada: muito antes pelo contrário. Poucos bons escritores conseguiriam escrever se a língua fosse qualquer coisa de artificial ou um bicho domado.

Não: a literatura vive desse bicho selvagem criado nas ruas, nas camas, nas noites — a língua de todos, de quem insulta e ama, de quem vende e compra — e por isso tem de misturar, aprender, mudar — de quem tem pouca paciência para queixas, de quem precisa, agora, de falar, às vezes à pressa, muitas vezes com um sorriso na boca, ou um grito, ou um segredo, ou um beijo.

Somos só nós que somos assim? Não: o português não está sozinho: o inglês, por exemplo, a língua que agora anda nas bocas do mundo, chegou àquelas ilhas britânicas como língua dum povo guerreiro, estragou-se com os celtas e os viquingues, que lhe esfacelaram a gramática toda, andou à rédea solta enquanto os nobres falavam normando, absorveu palavras latinas, francesas, até portuguesas.

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Etiquetas: marco neves
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Comentários 2

  1. Avelino J L Medina says:
    4 anos atrás

    Só se for você, falar uma língua bastarda, porque eu falo uma língua cantante, melodiosa e muito apreciada no restante do mundo. Em beleza e sonoridade, talvez a variante brasileira do português perca só para o italiano. Já fui questionado nos EUA, na França e mesmo em Portugal, sobre que língua eu falava, questionando por uma linguista universitária do Estado do Maine ; ou apenas elogios em Portugal ; ou onde tinha aprendido a falar com dicção correta, sem abastardamento do falar descuidado, e aprender o idioma francês. Lá na minha pequena cidade do interior de Minas Gerais.

    Responder
  2. Jorge Manuel Palha says:
    4 anos atrás

    Um artigo sem dúvida polémico, mas muito, muito interessante. Pena o autor não ter abordado os estragos que o novo AO fez à nossa língua.

    Responder

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