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“Ficar a ver navios”
Quando se espera muito por uma coisa, mas depois algo acontece e a missão fracassa. Expressa uma acção passiva, como se em vez de ter apanhado o barco se ficasse desiludido a vê-los passar, sentado no porto.
“É banha da cobra”
Visa dizer que é uma aldrabice, um engano. A banha da cobra foi um produto vendido em tempos em Portugal em feiras e mercados e prometia tratar uma panóplia de problemas de saúde, apesar de não ter nenhuma comprovação laboratorial.
“Coisas do arco da velha!”
Basicamente, usa-se quando uma situação relatada não faz sentido nenhum e demonstra alguma falta de noção por parte de quem a praticou. Também se pode utilizar para enfatizar uma situação rocambolesca e pouco justificada.
“À grande e à francesa”
Quando se quer fazer as coisas em grande, com muita pompa e circunstância, costuma-se aplicar esta expressão. Expressa também o novo riquismo bacoco, em que o que importa é mostrar o dinheiro que se tem, exibindo-o.
“Nariz empinado!”
Outra que também pode vir acompanhada do gesto (tocando com a ponta do dedo indicador várias vezes por baixo da ponta do nariz).
Utiliza-se para falar de pessoas que estão muito convencidas de que têm sempre razão e que querem sempre pôr em prática as suas ideias, não ouvindo a dos outros mesmo que sejam mais conscientes e preferíveis.
“Quem tem boca vai a Roma!”
Esta é muito engraçada e reveladora do espírito português. Hoje em dia temos Internet nos nossos smartphones, o que já não nos obriga a ter de fazer tantas perguntas aos locais se precisarmos de alguma indicação.
Significa que uma pessoa faladora, disposta a ter a coragem de perguntar pelas informações que precisa, será muito melhor sucedida que outra que não faça e tenha uma atitude mais passiva.
Utiliza-se muito quando alguém está entregue ao marasmo e pede se podemos fazer mais isto ou aquilo por elas. Esta é uma boa resposta para as chamar à atenção para a necessidade de serem mais activas na resolução dos seus próprios problemas.
“É uma agulha num palheiro”
Uma agulha é um objecto mesmo muito pequeno. Imagine-se o que seria ter de o encontrar no meio de um palheiro. A ideia aqui é que algo é extremamente improvável de acontecer e que seria preciso um grande momento de sorte para sair bem sucedido. Pode ainda utilizar-se quando temos poucas pistas para resolver uma situação.
(cont.)
Boa tarde! Para uma das expressões citadas encontrei a explicação abaixo:
1. Quem tem boca vai a roma
Significado de Quem tem boca vai a Roma.
Expressão que significa que a pessoa deve se comunicar para atingir seus objetivos. É empregada erroneamente, pois o correto seria dizer “quem tem boca vaia (do verbo vaiar) Roma”
Mesmo sem saber direito como chegar ao evento, vou perguntando até achar, pois quem tem boca vai a roma.
O correto é QUEM TEM BOCA VAI À ROMA. Essa história de “vaia Roma” foi uma notícia falsa (que os brasileiros abobalhados chamam de fake news) e que saiu há pouco tempo, atribuída ao Prof. Pasquale Neto. Esta mesma notícia continha outras bobagens dizendo que o correto seria “corro de burro quando foge”, “esculpido em carrara”, “quem não tem cão caça COMO um gato” e outras bobagens assim.
Muito bem!
Sem crase, se faz favor.
Não são “bobagens”, Marcelo. Quase todas as expressões que designa como “bobagens” correspondem a versões originais dos provérbios. De resto, não é difícil perceber que qualquer delas faz mais sentido na sua versão “original”. Nomeadamente, a expressão “esculpido em carrara” deu origem a “cuspido e escarrado”, isto para significar que duas pessoas são muito parecidas. “Esculpido em [mármore de] Carrara” é algo que se percebe bem. “Cuspido e escarrado não faz sentido.”
Lágrimas de crocodilo é porque o crocodilo não chora e sim expulsa o excesso de sal através dos olhos…
A expressão tirar o cavalinho da chuva vem dos tempos em que quando se ia visitar a casa de um conhecido ou familiar deixava se o cavalo amarrado à entrada, se por acaso a visita fosse curta não era preciso ter muitos cuidados com o cavalo, mas se o dono da casa pedisse para ir guardar o cavalo no estábulo para o resguardar da chuva ou do vento, ou frio nesse caso podiam esquecer a ideia de que seria uma visita breve e que provavelmente ainda iam ficar lá algum tempo.
Alguém conhece o significado da expressão :
“Há mais marés que marinheiros”.