Cor de burro quando foge. Andar à toa. Onde judas perdeu as botas. Isto é a língua portuguesa. Conheça algumas expressões curiosas: origem e significado.
Muitas vezes usamos certas expressões mas não temos ideia nenhuma do seu significado. São ditados ou termos populares que, através dos anos, permaneceram sempre iguais, significando exemplos morais, filosóficos e religiosos.
Conheça a origem e significado de algumas dessas expressões curiosas:
Fila indiana

Tem origem na forma de caminhar dos índios americanos que, desse modo, encobriam as pegadas dos que iam na frente.
Testa de ferro

O Duque Emanuele Filiberto di Savoia, conhecido como Testa de Ferro, foi rei de Chipre e Jerusalém. Mas tinha somente o título e nenhum poder verdadeiro.
Daí a expressão ser atribuída a alguém que aparece como responsável por um por um negócio ou empresa sem que o seja efetivamente.
Não entender patavina

Significado: Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico: Tito Lívio, natural de Patávio (hoje Pádua, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região. Nem todos o entendiam. Daí surgiu o Patavinismo, que originalmente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina.
Lágrimas de crocodilo

O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima. Daí a expressão significar choro fingido.
Onde Judas perdeu as botas

Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, acabando por se suicidar enforcando-se numa árvore.
Acontece que ele matou-se sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca as botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro.
A história é omissa daí para frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos. Atualmente, o ditado significa lugar distante, inacessível.
Andar à toa

Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está “à toa” é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros.
Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama. Hoje, o ditado significa andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Como sardinha em lata

A palavra sardinha vem do latim sardina. Designa o peixe abundante na Sardenha, conhecida região em Itália. É um alimento apreciado e nutritivo, de sabor bem peculiar.
As sardinhas, quando enlatadas em óleo ou noutro molho, vêm coladas umas às outras. Por analogia, usa-se a expressão popular sardinha em lata para designar a superlotação de veículos de transporte público.
Estar com a corda no pescoço

O enforcamento foi, e ainda é em alguns países, um meio de aplicação da pena de morte. A metáfora nasceu de amnistias ou comutações de pena chegadas à última hora, quando o condenado já estava prestes a ser executado e o carrasco já lhe tinha posto a corda no pescoço, situação que, de facto, é um sufoco. Hoje, o ditado significa estar ameaçado, sob pressão ou com problemas financeiros.
Amigo da onça

Segundo estudiosos da língua portuguesa, este termo surgiu a partir de uma história curiosa. Conta-se que um caçador mentiroso ao ser surpreendido, sem armas, por uma onça, deu um grito tão forte que o animal fugiu apavorado.
Como quem o ouvia não acreditou, dizendo que, se assim fosse, ele teria sido devorado. O caçador, indignado, perguntou se afinal o interlocutor era seu amigo ou amigo da onça. Atualmente, a expressão significa amigo falso, hipócrita.
De pequenino é que se torce o pepino

Os agricultores que cultivam os pepinos precisam de dar a melhor forma a estas plantas. Retiram uns “olhinhos” para que os pepinos se desenvolvam.
Se não for feita esta pequena poda, os pepinos não crescem da melhor maneira porque criam uma rama sem valor e adquirem um gosto desagradável. Assim como é necessário dar a melhor forma aos pepinos, também é preciso moldar o caráter das crianças o mais cedo possível.
Cor de burro quando foge

A frase original era “Corra do burro quando ele foge”. Tem sentido porque, o burro enraivecido, é muito perigoso. A tradição oral foi modificando a frase e “corra” acabou transformada em “cor”.
Favas contadas

De acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, antigamente, votavam-se com as favas brancas e pretas, significando sim ou não. Cada votante colocava o voto, ou seja, a fava, na urna.
Depois vinha o apuramento pela contagem dos grãos, sendo que quem tivesse o maior número de favas brancas seria eleito. Atualmente, significa uma coisa certa, negócio seguro.
Adorei. Um grande abraço aos irmãos portugueses. Aqui, no Brasil, ainda usamos essas expressos. Infelizmente tem diminuído esses uso.
Quais são as origens das expressões
1- “Colarinho branco” e
2- “Quem não tem cão caça com gato”?
Infelizmente notam-se vários equívocos ou erradas interpretações
Bom trabalho
Quem não tem cão caça com gato é errado. O verdadeiro provérbio diz Quem não tem cão caça Como gato, o que faz sentido. Nunca se viu um homem ir à caça com um gato.
Sobre negócios de colarinho branco, penso referirem- se a negócios de pessoas mais finas.
Fulano é a cara do pai, escarrado e cuspido. Ouvi dizer que a frase original era; em Carrara esculpido.
De acordo com a Bíblia, as moedas de prata pagas para Judas, foi jogada dentro do templo por Judas pouco antes de ele se suicidar. Portanto fica meio sem lógica a idéia de que a expressão: Onde Judas perdeu as botas se referir a procura das botas de Judas para descobrir onde estava o dinheiro que ele recebeu pela traição de Jesus
Quem não tem cão caça com gato, e não como gato… Jogaram isso na internet “como gato” sendo verdadeiro, mas na prática o ditado é “caçar com gato”.
Já viu cão de caça? O que ele faz? Espanta aves dos matos, o caçador atira e o cão traz a caça ou afasta predadores. Ele também acoa cervos, veados e porcos. Tenta fazer isso com um gato. Por isso quem não tem cão, caça com gato. O máximo que o dono vai conseguir é um camundongo ou uma codorna (e vai ter que esperar muito até o gato resolver caçar) e nunca pato, galinha ou veados.
Qanto a expressão “cuspido e escarrado” , já ouvi que o correto seria ” esculpido e encarnado”, o que de fato faz muito sentido ao referir -se a semelhança entre pais e filhos.
Muito esclarecedor
“Quem não tem cão caça com gato” diz o ditado correto. Significa que diante dum problema, a gente improvisa usando daquilo que dispõe.
“Cuspido e escarrado”. O correto è “Esculpido em Carrara”. Carrara è um tipo de mármore.
O ditado faz alusão ao parecido entre um filho/a e seu pai ou mãe. Tão parecido/a como se tivesse sido esculpido/a em mármore, tendo como modelo ao progenitor/a.
As suas publicações são interessantes mas alguns dos termos que usa sugerem influências do Português do Brasil. Não gosto nada. Mas continue! O trabalho que tem feito é bastante válido.