Estas 40 previsões tanto falharam que fazem rir

O antigo capitão do Futebol Clube do Porto, João Pinto, não ficou na memória dos portugueses pelos extraordinários dotes futebolísticos — tinha pulmão e raça — mas antes por uma série de tiradas humorísticas involuntárias (leia-se gaffes) que ainda hoje são reproduzidas sempre que a ocasião exige ou permite.
Exemplos? Chutar com pé que se tem mais à mão, dar um passo em frente à beira do precipício ou, a rainha de todas elas, fazer prognósticos só no fim do jogo. Fixemo-nos nesta última.
A prudência que levou o incansável campeão europeu de 1987 a responder dessa forma a um jornalista que lhe pedia o palpite para determinada partida foi boa conselheira. Tivessem outros seguido o seu exemplo e este artigo não teria razões para existir, muito menos para ser lido.
As 40 previsões (em baixo) não saíram furadas nem ao lado. Saíram fora de órbita, completamente trespassadas pela espada do tempo. E é precisamente isso que as torna hilariantes.
01

“Não gostamos do som deles. Grupos com guitarras estão a sair de cena”. Foi esta a justificação da Decca Records para rejeitar assinar com os Beatles em 1962.
02

Em abril de 2007, o então CEO da Microsoft, Steve Ballmer, afirmou: “O iPhone não tem hipóteses de conquistar uma quota de mercado significativa. Não tem mesmo.”
03

Harry Warner, um dos fundadores da Warner Brothers, não se deixou convencer facilmente pelos filmes com som. “Quem é que raio quer ouvir os atores falar?”, perguntava em 1927.
04

O suplemento do Correio da Manhã de 16 de maio de 1982 vaticinava que “como as casas vão diminuindo de tamanho, os piriquitos e canários tornam-se os únicos animais de companhia”.
05

Em 1932, Albert Einstein considerava não haver “a menor evidência” que a energia nuclear viesse algum dia a ser obtida. Poucos anos depois, mudaria de opinião.
06

“Não há razões para alguém querer ter um computador em casa”. Ken Olsen, presidente da Digital Equipment Corp, disse isto em 1977.
07

“Os telemóveis nunca irão substituir os sistemas com fio”. As palavras de Marty Cooper, então diretor do departamento de pesquisa da Motorola, datam de 1981. E, como se sabe, não demoraram a ficar datadas.
08

As razões que levaram a United Artists a rejeitar o então ator Ronald Reagan para um dos papéis principal em “Os Candidatos” (1964) são deliciosas: “Não tem aquele ar presidencial”, diziam.
09

Uma circular interna da Western Union, em 1876, rezava o seguinte: “este tal ‘telefone’ tem muitas desvantagens para ser levado a sério como meio de comunicação. Não tem qualquer valor para nós.”
10

“Viajar de comboio a alta velocidade não é possível porque os passageiros serão incapazes de respirar e morrerão por asfixia”. Em 1830, era isto que pensava o matemático irlandês Dionysius Lardner.
11

O então presidente da IBM, Thomas Watson, avançou com a seguinte previsão em 1943: “Acho que em todo mundo há mercado para talvez cinco computadores”.
12

Robert Metcalfe, co-inventor da Ethernet, previu, em 1995, que no ano seguinte a Internet “colapsaria catastroficamente”. Anos mais tarde comeria (literalmente, depois de as triturar) essas palavras.
13

“As radiografias provarão ser um embuste”. Lord Kelvin, físico e matemático britânico que deu nome a uma das medidas de temperatura, era um cético no que ao raio-x dizia respeito.
14

Quando o advogado de Henry Ford, Horace Rackham, quis investir na marca, o presidente do Michigan Savings Bank desaconselhou-o: “Os cavalos estão para ficar, os automóveis são só uma moda passageira.”
15

“A televisão não vai durar porque as pessoas vão cansar-se de passar a noite toda a olhar para uma caixa de madeira contraplacada”, garantia Darryl Zanuck, produtor da 20th Century Fox, em 1946.
16

Um homem que Edwin L.Drake terá tentado recrutar para uma exploração de petróleo em 1859 ter-lhe-á dito: “Perfurar para petróleo? Quer dizer, perfurar o chão para tentar encontrar petróleo?! É louco.”
17

Guilherme I, rei da Prússia, não gostava de comboios. E explicava porquê em 1864: “Ninguém vai pagar para chegar de Berlim a Potsdam numa hora quando pode ir no seu cavalo e demorar um dia.”
18

A revista Variety assegurava, em 1955, que o rock n’ roll “desapareceria em junho” desse ano. Não foi bem assim.
19

Questionado se a sua invenção, a arma automática, não iria tornar as guerras mais dramáticas, Hiram Maxim respondeu: “Não. Vai tornar as guerras impossíveis.”
20

“Se fumar em excesso tem algum efeito no aparecimento de cancro do pulmão será algo menor, a julgar pelas provas que temos.” Wilhelm C. Heuper, investigador da área, em 1954.
21

A revista Newseek previu, a certa altura, que o Vietname seria um dos destinos mais populares de férias no final dos anos 60. “Para o turista que queira fugir de tudo, safaris no Vietname.” Pois.
22

“Em menos de 25 anos o automóvel vai tornar-se obsoleto”. Sir Phillip Gibbs, jornalista e escritor inglês, disse isto em 1928.
23

“A telefonia sem fios não tem valor comercial imaginável. Quem é que vai pagar por mensagens enviadas para ninguém em particular?” Em 1921, foi assim negado investimento em rádio a David Sarnoff.
24

Depois do voo inaugural do Boeing 247, em 1933, um engenheiro da empresa exclamou: “Nunca se fará um avião maior que este”. O Boeing em questão tinha capacidade para apenas 10 passageiros.
25

“Como é que faria um navio navegar contra o vento e as correntes acendendo uma fogueira debaixo dele? Desculpe, mas não tenho tempo para isto” Napoleão não acreditava nas capacidades do barco a vapor.
26

O professor de Oxford, Erasmus Wilson, não acreditava no potencial da eletricidade. Dizia em 1878: “quando a Exposição de Paris fechar, a eletricidade fecha também e nunca mais se ouvirá falar dela.”
27

Numa demonstração de tanques em 1916 um dos assistentes do marechal Douglas Heig confessou-lhe o seguinte: “A ideia de que a cavalaria vai ser substituída por estas carripanas de ferro é absurda.”
28

HG Wells, o famoso romancista britânico, confessava, em 1901, que não via os submarinos fazerem outra coisa que não fosse “sufocar a tripulação e debater-se no mar”.
29

“Os americanos precisam do telefone, mas nós não: temos estafetas de sobra.” O engenheiro chefe dos correios britânicos, Sir William Preece, reagia assim em 1878, à invenção de Alexander Graham Bell.
30

O astrónomo Simon Newcombe afirmou o seguinte 18 meses antes do voo inaugural dos irmãos Wright: “O voo em máquinas mais pesadas que o ar é pouco prático e insignificante, senão mesmo impossível.”
31

“A nossa foi a primeira e, sem dúvida, a última expedição a este local estéril”. Foi assim que o explorador Joseph Ives se referiu ao Grand Canyon em 1861.
32

Mais presente estará a frase do general norte-americano Tommy Franks, em 2003: “Não restam dúvidas que o regime de Saddam Hussein possui armas de destruição maciça.”
33

Previsão arriscada a de John Haberton em 1893. Ora leia: “Em 1993 todos os casamentos serão felizes. A lei condenará à morte quem não tenha condições físicas, psicológicas e financeiras para casar.”
34

“A Alemanha é incapaz de declarar guerra”, assegurava o primeiro-ministro inglês, David Lloyd George, em 1934. Essa (alegada) incapacidade não serviu de impedimento a grande coisa.
35

“A teoria dos germes de Louis Pasteur é uma ficção ridícula.” Era assim que Pierre Pachet, professor de Fisiologia na Universidade de Toulouse se referia às descobertas do cientista francês.
36

Atenção a esta afirmação de 1966 da TIME: “As compras à distância, apesar de possíveis, vão falhar”. A justificação é ainda melhor: “as mulheres gostam de poder sair à rua e mexer nos produtos.”
37

“O abdómen, o peito e o cérebro estarão para sempre fechados à intrusão do cirurgião sábio e humano.” Palavras de Sir John Eric Ericksen, o cirurgião da rainha Victoria, em 1873.
38

“640K deve ser suficiente para toda a gente.” Só esta fotografia de Bill Gates, autor da frase, ocupa mais memória do que isso.
39

A reação de um executivo da MGM ao ‘screen test’ de Fred Astaire: “Não sabe representar. Não sabe cantar. Está a ficar careca. Dança um pouco.”
40

“A bomba [atómica] nunca irá detonar. Falo na qualidade de especialista em explosivos”. A história provou que o almirante William D. Leahy estava errado.
Autor: Tiago Pais
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