Baptizado Diocleciano Monteiro, em 24 de Março de 1902, foi a própria mãe que lhe abreviou o nome para Duque. Com 11 anos, o “Duque da Ribeira”, como ficou conhecido, salvou das frias águas do Douro um rapaz mais velho que ele. E nunca mais parou. Até à sua morte, em 1996. Tinha 94 anos.
A sua profissão, barqueiro, levava-o a passar a maior parte do tempo no rio e forjou-lhe a fama. Quem caísse ao rio o Duque ia buscar. “Alguns já mortos, mas lá no fundo é que não ficavam”, afirmou uma vez.
A sua forte ligação ao rio, que lhe valeu medalhas, honrarias e condecorações, ficou estampada no nome do seu primeiro caíque, “Capitão Cobb”. Um herói, como explicou mais tarde o Duque, que, quando morreu, quis que as suas cinzas fossem espalhadas pelo rio Douro.
Elevado ao estatuto de figura pública, o Duque da Ribeira conviveu com diversas personalidades portuguesas e estrangeiras e no seu livro de autógrafos constavam as assinaturas da rainha Isabel II, de Inglaterra, dos presidentes portugueses Ramalho Eanes e Mário Soares e do presidente de Moçambique Samora Machel, entre muitos outros.
O Duque da Ribeira foi uma das mais típicas figuras que velha cidade gerou nos últimos anos. Casou três vezes (a última companheira morreu um ano e meio antes do Duque), mas tinha sempre verbo fácil quanto ao sexo feminino dizia respeito.
Num dos primeiros bares que surgiu na Ribeira, baptizado com o seu nome, e que ele frequentava com assiduidade, não dispensava um copinho e um piropo a preceito, quando a menina o merecia…