Reduzir drasticamente os carboidratos ingeridos é uma das estratégias mais clássicas para emagrece. A dieta cetogénica surgiu nos anos 1920 como tratamento para a epilepsia e ganhou fama pelos seus poderes na perda de peso na década de 1960. Os especialistas não são unânimes quanto à segurança desta dieta. Se, por um lado, ela permite uma perda de peso rápida, há muitos estudos que põe em causa à segurança deste procedimento para a saúde.
Conta-se que esta dieta já virá descrita na Bíblia e seria posta em prática nos períodos de jejum, praticados por motivos religiosos. Entretanto, já na década de vinte do século passado, este regime voltou a estar em voga.
O facto de ser restritiva faz com que ela possa não ter resultados duradouros e possa potenciar as oscilações de peso e o temido efeito iô-iô. Além disso, há estudos que defendem que o consumo exagerado ou deficiente de hidratos de carbono pode aumentar o risco de mortalidade.

Dieta cetogénica: caraterísticas e principais riscos
A Dieta Cetogénica propõe o consumo de um elevado teor de lípidos, uma ingestão moderada de proteína e um baixo consumo de hidratos de carbono.
Na sua génese, esta dieta propunha o consumo de 90% de lípidos e 10% de hidratos de carbono e proteínas (e, até, abolia a ingestão de água). Atualmente, a sugestão é que se siga uma proporção mais equilibrada de 4:1 (lípidos: proteínas e hidratos de carbono)..
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Os lípidos são nutrientes cetogénico. Entre eles, estão os triglicéridos de cadeia média, os quais são mais eficazes em induzir a cetose. Seguindo esta dieta, irá haver uma redução dos níveis de insulina, os quais vão provocar uma diminuição da lipogénese e da acumulação de gordura. Isto, porque os lípidos vão “compensar” a escassez de hidratos de carbono, funcionando como fonte de energia. Deste modo, há uma garantida diminuição da massa corporal.

Benefícios para a saúde
Além de ajudar a emagrecer e a reduzir a gordura e massa corporais, esta dieta pode também dar um importante contributo na melhoria da saúde, nomeadamente:
– cardiovascular, diminuindo partículas de colesterol LDL e diminuindo, assim, o risco de problemas cardiovasculares;
– controlo da epilepsia
– diabetes, ao reduzir a insulina no sangue, irá haver uma melhoria na resistência hepática à insulina;
– perda de peso, pois contribui para a redução do apetite, diminui a lipogénese, aumenta a lipolise, o custo metabólico da gliconeogénese e o efeito térmico das proteínas.
Desvantagens
Porém, esta dieta não é isenta de desvantagens. Como é nutricionalmente desiquilibrada, ela irá provocar uma carência de micronutrientes, como vitaminas e minerais, no organismo. Por essa razão, a suplementação é fundamental.

Efeitos secundários
Por ser demasiado restritiva, esta dieta pode provocar efeitos secundários, alguns dos quais podem pôr mesmo em risco a saúde. Tome nota:
– fraqueza;
– tonturas;
– insónias;
– confusão mental;
– mau humor;
– estados depressivos;
– desidratação;
– obstipação;
– hipoglicémia;
– atrasos no crescimento.
Além disso, esta dieta é absolutamente desaconselhada a quem sofre de problemas renais ou cardíacos e a atletas.

O que comer e não comer
Como já ficou claro, este é um regime alimentar extremamente restritivo e que, por isso, não pode ser mantido a longo prazo.
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Quanto àquilo que se pode ou não comer, como já dissemos, a redução de hidratos de carbono é significativa. Porém, é possível consumir alguns hidratos complexos, como vegetais ou cereais integrais. Já a fruta, o açúcar e o mel, por exemplo, estão completamente proibidos.
Com a ingestão diária de apenas 20g a 50g de hidratos de carbono, um indivíduo entrará num estado de cetose em 2 a 4 dias, começando a usar a gordura acumulada como fonte de energia, eliminando-a dessa forma.
Um dos problemas desta dieta é que ela não promove a fisiologia do organismo humano, ou seja, é contranatura, indo contra o natural funcionamento do corpo humano.
Em resumo, e como com qualquer outra dieta, o acompanhamento especializado é essencial. Por isso, NUNCA adira a uma dieta sem o devido aconselhamento médico.