D. Manuel Cerejeira viu Cristo Redentor do Rio de Janeiro e quis ter na capital portuguesa uma estátua suficientemente imponente a olhar pelo país: o Cristo Rei.

Foi no Pentecostes de 1959 que a estátua de Jesus se mostrou em Almada, de olhos para a capital. “Será um sinal de gratidão pelo dom da paz”, prometeu o cardeal.
Quando D. Manuel Gonçalves Cerejeira, cardeal patriarca de Lisboa entre 1929 e 1972, viu o Cristo Redentor do Rio de Janeiro (Brasil) pela primeira vez quis ter na capital portuguesa uma estátua suficientemente imponente a olhar pelo país.
Apenas dois anos após a visita às terras de Vera Cruz, o patriarca dirigiu-se ao Apostolado da Oração para transmitir esse anseio.

Estávamos em 1936. No ano seguinte, todos os bispos tinham aprovado a construção do “monumento da Paz”, como lhe chamavam os altos cargos da Igreja Católica em Portugal por o país ter sido ‘poupado’ e ficado neutral na II Guerra Mundial.
Havia bons motivos para depositar as esperanças de uma maior tranquilidade em Portugal no Cristo Rei. Bastava olhar para o passado recente. As consequências da I Guerra Mundial, que tinha terminado havia menos de vinte anos, ainda se faziam sentir: os países ainda estavam a reerguer a sua estrutura económica, a lidar com crises de superprodução e a pagar dívidas aos países fornecedores de armas.
Em 1929, os Estados Unidos tinham arrastado o mundo para uma recessão económica abismal que havia de durar toda a década seguinte. Havia desemprego, havia pobreza e, portanto, muita revolta.

Nasceram os movimentos radicais um pouco por toda a Europa, nomeadamente na Rússia, na Alemanha e mesmo aqui ao lado em Espanha. Por cá, a poeira do golpe de 28 de maio de 1926 ainda não tinha assentado e o descontentamento social atravessava vários estratos sociais em Portugal.
Os ânimos só acalmaram quando Óscar Carmona venceu as eleições presidenciais de 1928 e quando Oliveira Salazar assumiu a pasta das Finanças. Cinco anos depois, Salazar tornou-se chefe de Governo e nasceu o Estado Novo, com vida longa até 1968. E tudo o que se sabe.

Foi nesta aparente calma em relação aos países europeus que a Igreja encontrou um dos argumentos para a construção do Cristo Rei: Portugal tinha de estar grato pelo clima de paz e “progresso espiritual” em que supostamente vivíamos (o resto não contava) e a estátua gigante de Jesus Cristo era um tributo ao filho de Deus.
Além disso, no mesmo ano em que foi anunciada oficialmente a ideia construção da estátua, a irmã Lúcia, um dos três videntes de Fátima, desvendou um dos segredos que a Virgem lhe terá transmitido em 1917:

Nossa Senhora afirmou que era essencial o sacrifício pelos pecadores e entre várias profecias, acrescentou que a Rússia haveria de espalhar os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, algo que estava a ser cumprido, pois para além do governo comunista deste país de leste da Europa, também o México era governado pela mesma ideologia.
Entretanto iniciou-se a II Guerra Mundial. Apenas um ano depois do início do conflito, os bispos nacionais reuniram-se em Fátima para um retiro e tornaram pública uma promessa da Igreja:
Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade.
O país assumiu uma posição de neutralidade e a Igreja começou a reunir fundos para investir na construção: devagar, porque o contexto de guerra o exigia, foi adquirido o terreno para a construção em 1941.

Cinco ano depois, o Episcopado reassumiu a promessa e a campanha de angariação de fundos começou a dar cada vez mais frutos. O Cristo Rei foi então desenhado pelo Mestre Francisco Franco.
A 18 de dezembro de 1949 foi depositada a primeira pedra e três anos depois a Obras Públicas e Cimento Armado começou a construir os alicerces. Dez anos e 40 mil toneladas de betão depois, o Cristo Rei começou a abraçar Lisboa: foi a 17 de maio de 1959, dia de Pentecostes.

A estátua foi inaugurada perante a imagem de Nossa Senhora de Fátima, perante os cardeais do Rio de Janeiro e de Maputo, e na presença de 300 mil civis. O Papa João XXIII participou através de uma rádio-mensagem. E o Cardeal Cerejeira sublinhou então: “Este será sempre um sinal de gratidão nacional pelo dom da Paz”.
Passados 58 anos, recordamos a construção e a inauguração do Santuário Nacional de Cristo Rei com as imagens da Câmara Municipal de Almada:

O Santuário Nacional de Cristo Rei foi inspirado no Cristo Redentor do Rio de Janeiro após uma visita do Cardeal Cerejeira ao Brasil em 1936.

Chegado a Lisboa, apresentou a proposta ao Apostolado da Oração.

Em 1937, um ano depois da viagem, a ideia foi aprovada.

A primeira pedra é posta no início da construção.

Foi a 18 de dezembro de 1949 que se começou a erguer._

Em 1952, surgiram os primeiros alicerces.

O projeto foi desenhado pelo Mestre Francisco Franco.

A obra demorou dez anos.

Foram usadas 40 mil toneladas de betão.
O terreno para a construção foi adquirido em 1941.
Só quando a II Guerra terminou é que a construção começou efetivamente.
Apenas um ano depois do início do conflito, os bispos nacionais reuniram-se em Fátima para um retiro e tornaram pública uma promessa da Igreja.
O Cristo Rei foi erguido através de angariação de fundos.
O monumento foi uma forma de agradecimento ao facto de Portugal se ter assumido neutro na II Guerra Mundial.
Localizado no concelho de Almada, tem os braços abertos para Lisboa.
O Cristo Rei tem 110 metros de altura.
O público só pode chegar à zona dos braços.
É considerado o melhor e maior miradouro para a cidade de Lisboa._
O convite para a inauguração.
Inauguração onde estiveram presentes 300 mil civis.
As mais altas figuras do Estado e da Igreja.
Também foram convidados os responsáveis máximo da Igreja de Rio de Janeiro e de Maputo.
O Papa João XXIII fez uma conferência rádio para marcar a sua presença virtual no evento.
A inauguração aconteceu a 17 de maio de 1959, Dia de Pentecostes.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima esteve no local.
Um dos argumentos utilizados para a construção do Cristo Rei foi que Nossa Senhora terá dito à pastora Lúcia que os fiéis deviam sacrificar-se para lutar contra os males provocados pela Rússia.
A inauguração a partir do Tejo.
Na imagem, o cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, à frente da diocese de Lisboa entre 1929 e 1972.
O Cardeal Cerejeira sublinhou na inauguração: “Este será sempre um sinal de gratidão nacional pelo dom da Paz”.
Procissão pelas ruas de Almada, na altura normalmente chamada de “a outra margem”.
Em 1999, a Diocese de Setúbal passou a tutelar o Santuário, que havia sofrido modificações em 1984 para ordenamento do território circundante.
Autora: Marta Leite Ferreira
Sou muito feliz por visitar o Cristo Rei em Almada !! ❤️❤️❤️