Na segunda metade do século XIX, D. Fernando II e a sua futura segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d’Edla, criaram na zona ocidental do Parque da Pena um Chalet, o Chalet Condessa d’Edla, e um Jardim de carácter privado e sensibilidade romântica, espaço de refúgio e recreio do casal.

Localizado de forma estratégica a poente do Palácio da Pena, o edifício segue o modelo dos Chalets Alpinos, então em voga na Europa. Da eclética decoração sobressaem as pinturas murais, os estuques, os azulejos e o uso exaustivo da cortiça como elemento ornamental.

No exterior, o jardim que envolve o Chalet – e também a Quinta da Pena – reúne vegetação autóctone e espécies botânicas provenientes dos quatro cantos do mundo, conformando uma paisagem exótica em que se destacam a Feteira da Condessa, o Jardim da Joina, o Caramanchão e os lagos. Entre 1864 e 1869 foi construído o denominado Chalet da Condessa d’Edla e desenvolvida uma forte intervenção paisagista na área envolvente. Influenciados pelo espírito romântico da época, D. Fernando e Elise Hensler, futura Condessa d’Edla, idealizaram uma das zonas mais idílicas e pitorescas dentro de aquele que é considerado o maior e mais emblemático parque romântico alguma vez concebido em Portugal.

O Chalet é um pequeno edifício de forte carga cénica, caracterizado no exterior pela marcação horizontal da pintura do reboco exterior, a simular pranchas de madeira, e pela cortiça que reveste balaústres, perfila beirados, emoldura vãos e finge trepadeiras. A proximidade de um grupo de pedras de granito monumentais, inserido no jardim, e as vistas para o vale, o mar, o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros e a Cruz Alta, acentuam o dramatismo, quer da construção, quer do conjunto paisagístico.

O Jardim integra uma colorida zona formal com camélias, rododendros e azáleas, e uma exótica intervenção na paisagem – composta por mais de duzentas espécies botânicas e repleta de recantos, caminhos, bancos e miradouros – que permite um passeio entre o Chalet e o Palácio da Pena.

Os elementos ornamentais e de fruição da ambiência, presentes de forma quase inesperada, integram-se neste percurso ao longo da descida até à Feteira da Condessa. O vale situado a nascente foi o local escolhido para a criação da Feteira, primeira colecção de fetos no Parque da Pena, de que são especial exemplo os fetos arbóreos da Austrália e Nova Zelândia.

Adjacentes ao Jardim da Condessa encontram-se as estruturas da Quinta da Pena, que inclui a Abegoaria, novas cavalariças e um espaço para as charretes que realizam passeios no Parque da Pena.